Usina de Letras
Usina de Letras
245 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->MANIFESTO DAS REVOLUÇÕES -- 23/03/2002 - 09:40 (Ari de souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Passou pelas barricadas



Da rua



Enquanto a greve sindicalista



Era sua



Amante proletária.



Nas trincheiras, viu



Refletida



A cova na face



Abatida



Dos olhos enternidos, deprimidos:



Soldados de uma revolução.



A evolução dos desejos



Comer



O que produzia



Beber



O vinho que seduzia



Lindas mulheres



Oh! Como eram...



Francas sacerdotizas



No equilíbrio



Da fome frente a ostentação



Do poder “divino”.



A luxúria dos deuses



Se tornaram



Uma necessidade camponesa.



Os imperadores,



Com as janelas fechadas para o mundo



Viram-se deflagrados



Por esta sombra anorme



A do homem faminto.



O homem que ouve



Junto ao muro



A cadência rítmica



Da valsa que se despede



E vai para seus aposentos.



Então ele diz:



O bailado chegou ao fim



Iniciemos a revolução



A francesa,



Sua Rússia senhoria



Abram alas



Movimentos pacifistas



Cabeças vão rolar!



Com seus crânios



Perfurados por espadas



Degolados na guilhotina



Entre elas, acharás



A cabeça de Robespierre



Sorrindo, sorrindo...



Então vais dormir



Sobre uma cama de insônia



No agonizante calor de verão.



E sabes



Que a máquina humana



dos interesses



Vem te devorar.



Chegou sua vez



Resta aguardar



Mais um plágio



De morte heróica



Mais um capítulo na história.



Os czares e seus mercenários



Servidos no jantar



À moda rude das choupanas



No momento preciso



Que a ralé de Voltaire



Esbanja suor e vigor no sexo



Sob os lençóis limpos



Da nobreza de versalhes.



Olhe revolução



Como os homens na essência



São parecidos como nunca



Não têm cor



Não falam durante o combate



Gritam apenas



Num único grito.



Onde está o dente de ouro



Que dignifica aquele



Que por onde passa é bem recebido.



Não há dúvidas,



São quase irmãos.



Todos cobertos de sangue



Alguns mortos



Outros vivos



A maioria feridos



Tudo para que hoje



Eu pudesse fumar meu parliament



Vendo a votação da CPMF.



Que preguiça.



Não. É pouco.



Ainda não atravessamos



Os campos de concentração



Falta percorrer



A linha reta da descolonização



E ver o que ficou partido,



O que ficou pra trás.



Sim,



Uma devolução



Do amor privado dos plebeus



Das almas esquartejadas



Durante a expansão romana



Precisamos devolver aos guerrilheiros



Seus direitos autorais



Estampados na camisa



Do jovem



Que ridiculariza os patriotas.



E as varas criminais,



As talhas de nossos direitos



Conquistados



Rarefeitos



Tampados com as cicatrizes



Dos avós que não existem mais.



E quantas senhoritas



Malditas



Pela imprópria época que vieram nascer.



São muitas, muitas.



E as velhas fracas,



Flacidas prontas pra morte



Mas que ainda sabiam sorrir.



A revolução,



Cobriu com sua sombra



Este mundo de ontém.



Devolução



De todos os olhos



Queimados na cidade de Nero



Da “mais valia”



Do beijo que ficou pra tardinha



E não veio nunca mais.



Os assassinatos encomendados



Enquanto dormíamos



Os segredos estalados



Pelos dedos



Traídos



Quando escondidos pelas costas.



Revolução



Na luz do dia chegou



Aos confinados



Nas masmorras de sua alteza.



O pagamento justo



Mesmo que sujo



Dos guerreiros brigando



De morrer e sobreviver



Para depois morrer, etc.



E as notícias de guerra



Esta guerra cirúrgica da morte



Está na boca



Da família pomposa



Da noiva sedosa



De seu varão



Prometido pelas rezas



E que antes de partir



Tocou e amou



Esta senhorita.



E a moça, com sua partida



Sofria



Curvada no altar



Da noite enluarada



Esperando que ele volte



Que a leve ao altar



E complete seu âmago de mulher.



Mas ao olhar



A sombra dentro



Do próprio santo luar



Ela descobre



Meu Deus,



Ele não voltará!



Então, a senhorita



Vai chorar como no tempo de criança.



No entanto



Uma criança



Como parte da devolução



Triunfo da revolução



Germinará em seu ventre.





















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui