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Discursos-->O General Grosso e Lord Acton -- 11/05/2008 - 14:44 (Academia Passo-Fundense de Letras) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Discurso de Posse do Acadêmico Paulo Monteiro na Presidência da Academia Passo-Fundense de Letras, Pronunciado na Sessão Solene de 29 de Dezembro de 2007

Concluído mais um ano acadêmico, e seguindo a práxis dos últimos anos, a Academia Passo-Fundense de Letras elegeu um novo presidente. Em tempos recentes, tivemos as constantes reeleições do confrade Antônio Augusto Meirelles Duarte. Fui seu vice-presidente nas duas últimas gestões. Dentro das mesmas normas sempre adotadas por meu antecessor em suas sucessivas reeleições, fui eleito pela maioria de votos dos membros presentes, sem ter participado do processo de votação, na reunião do último dia 15 de dezembro.
Faço minhas as palavras do acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, ao tomar posse na presidência da Academia Brasileira de Letras: “Aqui ninguém se torna membro da Diretoria para ser do contra. Somos escolhidos para ser a favor, pois somos produto de consenso”. A presença do meu nome nas duas chapas, sem que eu as tivesse articulado, é a prova de que sou “produto de consenso”.
Sempre quis presidir a Academia Passo-Fundense de Letras por ser a favor de que ela continue crescendo e à vanguarda de todas as iniciativas culturais de nossa terra. Sonhei presidi-la para efetuar uma reforma estatutária, adequando o Estatuto da Academia ao Código Civil; para informatizar a Academia, organizando e mantendo um site na Internet, divulgando a obra dos escritores passo-fundenses; para manter o programa Literatura Local, na TV Câmara; para manter e ampliar a tiragem da revista Água da Fonte e para manter o elevado nível de respeito e tolerância entre os acadêmicos.
Às vésperas de completar 70 anos de existência, a Academia Passo-Fundense de Letras precisa aprofundar as conquistas dos últimos anos. Urge adaptar-se às novas exigências históricas geradas pelas tecnologias recentes. Uma academia, porém, é uma instituição comunitária.
Neste recinto, onde ressoam gritos de comando caudilhesco e estampidos dos mosquetões que recordam os choques homicidas dos séculos pretéritos, entro como um estudioso daqueles tempos. Entro, porém, com o espírito do século XXI e a espiritualidade dos tempos bíblicos.
Precisamos de Estatuto atualizado e respeitado por todos. Lembro-me da resposta que o “general grosso” Honório Lemes deu ao marechal Setembrino de Carvalho, durante a assinatura do Tratado de Pedras Altas, que pacificou o Rio Grande. Era o término da Revolução de 23, iniciada aqui, nesta município, quando este prédio, hoje ocupado pela Academia Passo-Fundense de Letras, serviu de trincheira durante o Cerco de Passo Fundo.
Diante da intransigência dos libertadores o representante do Exército bradou:
- Mas afinal, o que é que os senhores querem!?
De pronto, “O Leão do Caverá” levantou-se e, descansando a mão sobre o cabo do revólver, sentenciou:
- Nós queremos leis que governem os homens, e não homens que governem as leis!
Honório Lemes, que a si mesmo, conduzido preso, diante do duas vezes doutor general Flores da Cunha, autointitulou-se “general e índio grosso”, na sua sabedoria de homem do povo, fazia ecoar nas coxilhas rio-grandenses, a passagem de uma carta de Lord Acton ao Bispo M. Creighton, em 1887: “E, lembre-se, quando se tem uma concentração de poder em poucas mãos, freqüentemente homens com mentalidade de gângsteres detêm o controle. A história provou isso. Todo o poder corrompe: o poder absoluto corrompe absolutamente”.
Sei, com o grande liberal inglês, que “mentalidade de gângsteres” é uma coisa e “gângster” é outra muito diferente. O pior é que a “mentalidade de gâgsteres”, de que falava Lord Acton, o mais das vezes, acompanha uma personalidade patológica.
A frase de Honório Lemes tem norteado meu comportamento. Organizei e presidi a União das Associações de Moradores de Passo Fundo, sempre respeitando os preceitos estatutários, ouvindo a todos, dando autonomia para que meus companheiros de diretoria e demais associados agissem à busca do bem comum. Orgulho-me de que, uma década e meia após deixar a presidência daquela entidade, meu nome, a cada eleição, seja lembrado para retornar a dirigi-la.
Minha experiência nos diversos cargos de responsabilidade comunitária que exerci e minha intensa produção cultural, creio, que me credenciam a bem presidir a Academia Passo-Fundense de Letras.
Os assuntos internos da Academia Passo-Fundense de Letras sempre foram decididos aqui dentro. Os que daqui saíram descontentes consolidaram essa prática. Violá-la pelas esquinas, ainda mais sob o manto covarde do anonimato, é dar as costas a esta casa; é tornar-se indigno do título honroso de acadêmico.
Conto com com a proteção de Deus e o apoio de meus confrades e confreiras para realizar meu sonho. E quero, acordado, sonhar junto convosco.
Paulo Monteiro, autor de centenas de artigos e ensaios sobre temas cultuais e históricos, pertence a diversas entidades culturais do Brasil e do exterior. Seu endereço para correspondência e envio de livros para leitura e análise é: Paulo Monteiro - Caixa Postal 462 - CEP: 99001-970 - Passo Fundo – RS.

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