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Artigos-->O RECORDE -- 24/02/2005 - 05:53 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O RECORDE





Fernando Zocca





Em Tupinambica das Linhas, lá pelos idos de 1985, havia um vagabundo que não prestava pra nada. Aqui o nobilíssimo leitor poderá argumentar: "se o sujeito é vagabundo, decerto é imprestável, incidindo o autor em redundância." Ocorre que há desocupados bondosos, ao contrário desse nosso personagem maligno. Dona Catita, sua mãe, queixava-se do ócio do filho, bem como os vizinhos perturbavam-se ao vê-lo, a toda hora, dando mancadas.

O vadio pensava em constituir família, mas para isso teria de fazer alguma coisa pela qual lhe pagassem. Ora quem necessitaria de um tapado, com tendências à subtração, para si, de coisas alheias móveis ?

Ele vivia na parte mais elevada da urbe, sempre cuspindo lá de cima o ódio que dedicava aos seres humanos. Quem dissesse: "quanto mais conheço os homens, mais gosto dos meus cachorros", estaria dizendo piada anêmica, subnutrida mesmo, perto dos reais sentimentos de aversão sociofóbica cultivados pelo guardador.

Mais cedo, sempre mais cedo do que os outros, ele tentava acordar. Mas a vida do vagabundo só lhe foi dura, porque o bicho era mesmo muito mole. Ele a todo tempo, pensava proporcionar algo que fosse útil para a gente comum do povo.

De tanto malhar o ferro frio, o retardado aprendeu que se o aquecesse, a coisa poderia facilitar-se. "Ah vadio dos infernos! Quanta gente roubaste para chegares aonde chegaste?" teria clamado uma suposta vítima do pastor da tribo-do-dedo-louco.

Essa anomalia morfológica tinha o potencial de mover o imaginário do doido, fazendo-o descambar, quando adstrito, para as viagens imaginárias, conducentes às dores de barriga horrorosas.

A personalidade, dessa cria do capeta, continha mais autoritarismo que a formante do Goebbels. Se ele não pudesse com algum adversário, mandava furta-lo deixando-o à mingua, e lançado-o à própria sorte.

Ah Tupinambica das Linhas! Naquele fatídico ano de 85, a seita maligna do pavão esdrúxulo associou-se à tribo-do-dedo-louco. Os grupos juntos continham mais degenerados que areia na praia.



UGLY FINGER



Outro traço componente da personalidade dessa múmia Tupinambiquence era o antiindividualismo. E por mais errado que estivesse, todos deviam comportar-se como se ele correto fosse. Afinal "O dedinho sempre está certo". Quem o conheceu soube que seu livro de cabeceira era o Mein Kampf.



UM PEIDO NA MADRUGADA



Essa besta emporcalhada sabia gerar, cada coisa, uma outra semelhante. Mas não tinha medo que alguém lhe furtasse os arquivos do computador. Ah ladrão escrofuloso! Como poderiam as vítimas pobres furtar-lhe os "meus documentos" do seu computador ? Essa era a causa do seu enriquecimento: ele roubava e não se deixava roubar. Ele não falava, antes esgoelava, era enfim, uma lástima.

Esse cancro fazia mais barulho do que peidos na madrugada silente. Seu desejo íntimo era bater o próprio recorde na emissão dos traques noturnos.





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