Usina de Letras
Usina de Letras
117 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62163 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10348)

Erótico (13567)

Frases (50573)

Humor (20027)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4753)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Porto de lenha -- 25/03/2002 - 16:03 (Alberto Nunes Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








Do Porto de Lenha Para o Mundo



Alberto Nunes Lopes





Viagem!



O porto de lenha dormia

A caldeira da chata suava

No leito do rio que corria.

Bananeiras vão passando

Nas noites de luar

Fazendo assombração.

A mãe

Quando era mocinha

Ia sempre sozinha

Beber água do pote

Na cozinha do barracão.

Certo dia

Viu um homem de branco

Com bigodes de arame

Espreitando...

Diz que ela casou

Valendo-se de uma gilete

Platino plus

Igual à propaganda.





Porto de lenha

Porto de atracação

Porto de casamento

- Nada disso mudou.



E em noite sempre abafada

Vão passando as bananeiras,

E por entre os cacauais

Ecoando ficam os ais da assombração.

O pai sonha com o barbear macio

De outra cidade

De outro castelo

Vassalos barbeados, perucas,

Princesas espumantes.



Aparecendo em cartaz outros ares

Do cromo pendurado na parede

Acaba amanhecendo, espreguiçando,

Em cada janela o mugir do rebanho.



De repente,

estoura o apito da chata.



Siiiinaaaapppiiiiiiiiiiiiii



Carrega lenha

Carrega lenha

Carrega lenha



Momento, prado, pastagem, porto

O passageiro tem outra idéia: mijo

É rebuliço no barracão...

Comenta-se o breviário das notícias

Carrega lenha

Carrega lenha



Lá se vai a chata apitando



Siiinaaaaappiiiiiiiiiiiiiiii



Adeus,

Até quando do outro dia?

O comandante levou a Maria

Com o fito de cozinhar.



Ela também tinha medo

De ficar sozinha, à noite,

Na cozinha do barracão.



Ser de um nome só

De uma palavra só

Só de uma roupa

Só de uma alma.



A zinha não quis ficar só

Porque tinha medo de cobra grande.

Certo dia

Entregou-se

De corpo e alma

Para Joaquim Angélico da Cruz

Seu autor e comandante.

Assunção!

Um nome só

Pensamento só

O filho só

Foi abandonada sem direitos da companhia,

Entre as luzes da capital...



Mas‚ é da cabocla guerreira



Fazer boa intuição,

Maria ainda vai com as outras

Mas, agora, cobra do patrão.

Sim, outra vez!

Vestido, penteadeira e televisão.

Filial

Depois sucursal

Nos bancos da matriz

Da praça central

...



- Nossa Senhora da Conceição

Ora pro nobis

...



Siiinaaaapiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui