Com o frio aço da lâmina do ócio,
Lapidei o lapso na ponta do lápis
E pus-me a escrever.
Palavras saltaram-me, gritantes, aos olhos:
Uma nuvem no céu, um barco no mar,
Um ponto negro no branco do papel...
O Pensamento-Águia caça.
O Coração-Leão abate.
O Corpo-Touro rumina.
A Cabeça-Homem questiona:
- Decifro-me ou devoro-me?
‘O Ser Esfinge ou finjo ser?’
A ilusão etéria da uma vida eterna, abasta,
Mas, uma vida terna me basta,
Terrena e só.
Salvador, 19 de Setembro de 2001. |