Quando estacionei meu veículo no acostamento,
Atendendo à solicitação de um policial rodoviário,
Imaginei que seria, apenas, mais um triste atropelamento,
Tragédia, cada vez mais comum, sobre o solo negro diário.
Entretanto, meus pés, ao tocarem o asfalto,
Dominaram-me os sentidos e à minha razão,
Em meio a curiosos, conduziram-me, em sobressalto,
Ao encontro de um corpo sem vida estirado no chão.
Atônita, a desavisada assistência, subitamente, dispersou-se,
Ante ao insólito espetáculo que, sob seus olhos, presenciou-se,
Envolvendo o ebúrneo cadáver que, sobre a ebânea laje, jazia.
E, ainda hoje, procuro a resposta:
Por que aquela linda jovem morta
Beijou-me com sua boca tão fria?! |