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Contos-->SÁBADO -- 10/02/2002 - 19:37 (Mel Bianco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


8:23- Acordo morrendo de sede depois de menos de três horas muitíssimo mal dormidas. Eu sabia que não deveria ter ido àquela maldita festa. A gente gosta de sofrer!
Ir à cozinha ?! Acho que a Muralha da China fica mais perto...
O dia passa sem me avisar.
19:15- Quatro almas penadas vagando na cidade fantasma. Sentamos à mesa do café de sempre. Um choop, um capuccino, uma água. Com bolinhas por favor... É, a vida não tem sido fácil para nenhum de nós. Todos fomos abando-nados. Sinto-me feliz, ao menos não estou sozinha.
_ Olha, você é muito legal, mas... preciso reequilibrar minhas energias.
_ Ele disse que o “não” foi para a relação, não para mim.
Me poupe, não sou tão inteligente assim.
_ Eu te amo, mas preciso ficar sozinha... não sei, fugiu da minha mão! Foi isso que ela disse, antes de ir. Estou arrasada!
O pior de tudo é sair de casa e voltar à vida. Relacionamento tem dessas coisas. O casal acaba freqüentando os mesmos lugares e tendo os mesmos amigos. É uó! Todo lugar que você vai alguém pergunta, tá cansado de saber, mas pergunta. E fala: Ah que pena, era tão lindo!!!
“Se ela me deixou a dor é minha só não é de mais ninguém. Aos outros eu devolvo a dó, eu tenho a minha dor”
_ Acho que vou me enclausurar em mim mesmo, talvez sobreviva.
Cigarros, cigarros e mais cigarros! Combinam com o clima byroniano da mesa. Ao menos somos pessoas de classe, do tipo que quando leva um chute no traseiro vai para a cama sozinho às 9:00 de um sábado à noite. Mas vai trajando seu melhor pijama, com aquele perfume francês e quiçá, de salto alto, que é para não perder a pose!
_ Sabe aquele amigo do meu irmão?! Aquele que me hospedava no Rio? Pois é, morreu. No reveillon. Meu irmão chegou da Europa, semana passada, e... queria que fossemos lá, visitar o Rui. Olha fofo, o Rio de Janeiro continua lindo, mas o Rui...
_ É... a mesa responde.
Nesse momento somos quatro pessoas sofrendo a dor do abandono. Que bom que somos amigos e compartilhamos até isso!!! Me sinto bem melhor!
_ Minha tia, sabe aquela? Quando não gostava de alguém, despejava a seguinte frase: Desejo-te peste, miséria e fome.
Risos.
Desejamos peste, miséria e fome!
_ Ai, tô me sentindo um barril.
_ Mas o pior mesmo é começar tudo de novo. Que preguiça!
E quando a relação atingi o ponto alto da intimidade, a gente ouve... olha eu nasci para ficar só!
_ Semana passada estava eu, lindo, na mesa de um bar. Um menininho de 18 anos começa: Ah! Sua boca é tão linda. Será que devo. Hum, relacionamento é tão complicado. Será?
Eu me levantei, eu e toda a minha falta de paciência e delicadeza: Está vendo o carinha da outra mesa? Pois é fica com ele que acho que está super afim. Boa noite!
_ O Edú é fan-tás-ti-co!
Ai, ai. Na mesa, uma eterna sensação de suspiro. E, olhando para os meus amigos assim, tão solidários, acho que o melhor mesmo é conservá-los. No fim das contas, só eles ficam.
“Deixa estar, vai passar... é preciso ter paciência por que tudo na vida volta. Deixa estar, vai passar...”
_ Outro maço de Carlton e mais um capputino. Diet, por favor.
_ Agora, meu bem, eu quero terno, gravata, pastinha de couro preta e te ligo mais tarde, tenho um reunião em 5 minutos. Por que esse negócio de colar de bolinha, tênis degradê e cabelo comprido... nunca mais!
_ Risos...
Nós, enquanto atores sociais, nessa eterna cena urbana, em cada mesa de bar representamos diferentes papeis. Quando muda o cenário, o texto também é outro.
Fui para casa rindo da solidão!
Sábado, 10:30 da noite- Tomei meu belíssimo banho. Lavei cuidadosamente meu corpinho básico, vesti a melhor camisola. A de seda. Passei meu perfume francês... eu mesma apaguei a luz.
“Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...”


Mel B.


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