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Artigos-->As glândulas coxais e o cupreto de Indio -- 06/03/2005 - 12:36 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




As glândulas coxais e o cupreto de Índio

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



É salutar e reaviva a memória quando recordamos os velhos e longínquos tempos de estudante secundarista. Algumas peripécias enquanto adolescentes e trabalhos em grupos nós guardamos em um cantinho especial de nossas saudades.



Eu cursei as últimas séries do ensino fundamental e o ensino médio no Colégio Estadual Manoel Ribas, o nosso querido Maneco. Foi naquele amplo pátio que cruzamos nossos primeiros olhares e despertamos as primeiras paixões juvenis. E foi através desses olhares desencontrados que uma garota de olhos e cabelos castanhos ocupou boa parte dos meus pensamentos e um largo latifúndio no coração improdutivo.



Nas aulas de educação física ficou explícita que eu não tinha a mínima aptidão para o vôlei e para o handebol. Não tinha altura suficiente para o basquete e era pouco criativo no futebol. Hoje agradeço ao divino por não ter sido iludido com meus parcos talentos com a bola. Em química era como no futebol. Dava para o gasto, mas jamais seria um Linus Paulling. Nos estudos eu era fera em matemática e péssimo em português. Gostava de história e literatura e odiava inglês. Até hoje tropeço no “How are you?”.



O nosso ciclo juvenil encerrava com o fantasma do vestibular.

Os cursinhos eram peritos em elaborar estratégias com a finalidade de memorização. Os conteúdos eram transformados e facilitavam o aprendizado ou a “decoreba”, como se dizia outrora. E, em seis meses o aluno estava preparado para enfrentar o “fantasma”. Havia um locutor de radio que dizia “veeeeeeeeeeeesssstibular” e o nosso coração saia pela boca.

Tínhamos ciência que o ano que antecedia ao vestibular mudaria o rumo de nossas vidas. E por isso estudamos muito nesse ano, algumas dicas ainda permanecem em nossas mentes que jamais esquecemos. Porque foram marcantes. Antigamente fazia-se cursinho no último ano do segundo grau. Os menos favorecidos, no segundo semestre e os ainda menos favorecidos, que era o meu caso, apenas o intensivo de dezembro. Não havia outro jeito, tínhamos que viver debruçados nas apostilas, que naqueles tempos chamávamos de polígrafos. Hoje, com essa nova modalidade de ingresso ao ensino superior os pais têm que se preparar para desembolsar três anos de cursinho e mais o curso pré-vestibular do último ano e o intensivo, lógico.



Voltando às dicas, algumas são lembradas mesmo passados 25 anos. Fonclabrsis... essa fugiu da tela. A tabela periódica era pródiga em siglas e frases que facilitavam a memorização. ... “H linak roubou o cezio do frâncio”. Incrível, não?

As fórmulas de física eram transformadas em palavras. D=v.t era “Devota”. F=m.a era “Famosa”. Uma das que eu mais gostava era a Lei da Inércia, se não me engano, a primeira Lei de Newton. Era utilizada como desculpa para quando não estava a fim de fazer nada em sala de aula. Ou seja, um corpo em repouso. E, estava praticando a primeira lei de Newton. Aí a “profe” que naquela época era “fessora”, me manda para o MRUV em direção a sala da Direção.

O binômio de Newton era algo absurdo, deste tamanho. Esse eu não em lembro. A biologia era um horror, como alguém guardaria aquela montanha de nomes, todos estranhos e latinos, na maioria das vezes. Alguém se lembra do que é um mitocôndrio?

As minhas melhores notas sempre foram em trigonometria. O seno de um ângulo era o cateto oposto pela hipotenusa. Será que ainda é? A tangente era o cateto oposto pelo adjacente. Versinhos rimados.



Agora, bonita mesmo era a fórmula de Báskara. “Sobre dois a”, era um fecho fenomenal da fórmula. Era quase um poema cubista. Você recitava um monte de letras e raiz no numerador e fechava o denominador com o “sobre dois a”.

Em português eu tinha uma contrariedade com aquelas malditas orações. Eu nunca soube e até hoje não sei identificá-las. Eu era incomodado com as orações subordinadas. A injustiça sempre me causou indignação, então entes de saber qual era a oração eu ficava indignado para saber o porquê de toda aquela subordinação. Eu queria orações livres. Orações libertas e adversativas. As orações subordinadas eram simplesmente inaceitáveis. Acho que o golpe de 64 tem alguma coisa a ver com as orações subordinadas. Eu achava inconcebível uma oração ser subordinada e adversativa. Adversidade não se coaduna com subordinação. Era o que eu pensava. E talvez por isso eu nunca aprendi. Apenas identificava as que começavam com “mas”. Justamente as subordinadas adversativas.



Eu não sei se por um complexo mal-resolvido ou um desvio pseudo-erótico de minha conduta, mas dois momentos daqueles memoráveis dicas eu jamais esqueci, aliás, não eram dicas, eram nomes que lembravam, de certa maneira uma sensibilidade supostamente sensual e escandalosamente pornográfica. São as “glândulas coxais” e o “cupreto de Índio”.

Parece brincadeira, mas as glândulas coxais nós encontramos nas aranhas que é um aracnídeo e o cupreto de Índio é uma fórmula química do cobre com o elemento Índio. Representada por CuIn.



Por isso, quando vemos as Sheilas dançando lembramos dos aracnídeos. Elas, sim, possuem as verdadeiras glândulas coxais. Já os caigangues... os cinta-largas... deixa pra lá.









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