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Artigos-->A Igreja e o desarmamento -- 14/03/2005 - 15:28 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A IGREJA E O DESARMAMENTO



Carlos Claudio Miguez (*)



O prazo para o registro de armas estava se esgotando, quando procurei a SIP/4 em Belo Horizonte, em meados de dezembro/04.



Para surpresa minha, lá encontrei o Cônego Pedro Terra Filho, capelão militar da Guarnição durante mais de 25 anos e agora tenente-coronel reformado. Após pedir a benção, perguntei o que fazia ali, na fila de registro de armamento.



E ele: “Vim registrar minha arma”!



E eu: “O senhor não precisa disso. Após ser pároco da Igreja de São Judas Tadeu, já tem seu protetor natural”. Ao que ele respondeu - “Agora a minha paróquia é a de Santa Cruz, na periferia de Belo Horizonte onde têm acontecido muitos crimes e bandidos circulam livremente. Já assaltaram 4 vezes a minha igreja”.



No primeiro assalto levaram os dízimos que seriam empregados na compra de alimentos para os pobres da região da paróquia. A segunda vez eu estava saindo do meu carro, ao anoitecer, fui rendido e me tomaram a carteira com um pouco de dinheiro, dois cheques avulsos em branco e o cartão de crédito. Na terceira, novamente entraram na igreja, levaram mais uns dízimos e até o vinho da missa!! Disse então. “Aí foi ousadia e desacato demais, levar o vinho do padre!!”.



“É verdade. Desaforo mesmo! Então passei a andar armado para me defender, até que aconteceu pela 4ª vez. Estava eu no confessionário, quando uma beata, já bastante idosa se ajoelhou e com bastante presença de espírito disse bem baixinho, como estivesse se confessando:



Benção! Tem um ladrão roubando a caixa de donativos.



Saí correndo do confessionário gritando e com o revolver na mão. Pega ladrão!! Pega ladrão!!.



O homem saiu correndo pelo átrio da igreja, se chocou com um vitral quebrando-o e mesmo machucado, alcançou a rua em desabalada carreira. E eu atrás, também correndo, quando chequei na calçada dei dois tiros para o ar.



Depois disso, a igreja não foi mais assaltada. E para evitar problemas vim aqui registrar o meu 38.





E o orientei:



“Esse estatuto do desarmamento só protege os bandidos. E não se esqueça de fazer logo o exame psicológico para conseguir o “porte de arma”, ainda mais sendo padre. O senhor pode se queixar para o Bispo ou para a CNBB, considerando que esse estatuto é inconstitucional para militares.



E arrematando:



“Se nem São Judas Tadeu está dando conta é melhor convocar Jesus Cristo para proteger a Paróquia”.



E o Cônego - “Do modo como estão o desemprego, a miséria e a corrupção, nem Ele pode dar jeito ... Só nos resta, rezar!.”



E eu: “ e dar uns tirinhos”.



(*) O coronel Miguez, além de ser um grande contador de "causos", é também presidente do Grupo Inconfidência, Belo Horizonte, MG.









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