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Artigos-->Cicatrizes orientais -- 14/03/2005 - 19:21 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Curitiba, férias de janeiro, museu Oscar Niemeyer. Fotos, estátuas, cerâmicas, pinturas, obra do grande arquiteto mostrando que o universo não tem limites.

Num dos setores amplos o retrato belo e triste multiplicado pela lente humanística de Anderson Schneider, o artista que consegue retratar o drama de centenas de iraquianos no dia a dia pós Saddan Hussein, quando a tirania ocidental substitui a oriental.

No material fotográfico o uso e o abuso de quem tem poder supremo no quesito bélico, capaz de superar a infâmia de Átila sobre a benção de milhões de cristãos norte-americanos, mais ansiosos em estabelecer laços econômicos sobre o povo árabe do que praticar os dogmas de sua fé.

Crianças, homens e mulheres mutiladas no corpo e na alma passeiam pelas lentes angustiadas de Schneider, tentando entender por que o mundo substitui um tirano por outro.

Crianças armadas, pouco amadas, angustiadas pela falta de alimentos, moradia e futuro, se não o de criaturas colonizadas pela voracidade de um capitalismo candente, carente de novos corpos onde se alimentar.

Qual das fotos é mais triste ou mais bela? Trabalhando com o mesmo foco de outros ícones nacionais, como Sebastião Salgado, cada foto de Schneider contém uma lágrima pela falta de perspectiva de toda uma nação, incompreendida, oprimida pelo passado e pelo presente, pelo óleo que alimenta a indústria de quem já perdeu sua alma.

O ocidente omisso, incapaz de deter a sanha de neocolonialistas como George Bush, insensível com os canais de irrigação destruídos, os parques, os pântanos, as vidas.

No meio de estatísticas chorosas que apontam a morte de pouco mais de mil soldados dos EUA milhares de iraquianos fornecem material farto para a denúncia do artista, que choca, que chora através da lente.

A beleza da tristeza de vez em quando é quebrada com a cena de um casamento, mas pouco há que se comemorar num país de destino incerto. A guerra que mistura canhões e carneiros à sombra de uma escassa vegetação é testemunha da barbárie e da vontade de viver de um povo.

Schneider desmonta com sua lente qualquer mito estúpido que se possa conceber com a chegada dos ianques ao Iraque. Ilustra a realidade. Arte e lágrimas de um povo.

Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do artista deve acessar o site www.andersonschneider.com

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