“Para a tradição judaica, aquele que fala é sempre como um arqueiro. Joga suas flechas e, uma vez que estas estejam no ar, não pode mais arrepender-se. Posteriormente, dá-se conta de que criou emissários ou extensões de si mesmo com procurações poderosíssimas de agir em seu nome. Todas as atitudes e conseqüências causadas por estes agentes serão de nossa responsabilidade. Quem percebe isto conhece a arte de falar pouco. (...) A palavra final de um conflito está no ouvido. Falar bem de maneira a não deixar mal-entendidos, é importante, porém escutar bem é muito mais. Se falo errado, conto sempre com a possibilidade de um ouvido que ouve correto.( ...) Ouça, e não fale. O falar não consagra um testemunho, mas o ouvir sim.”
Nilton Bonder, 1999, pág. 350,“A Cabala da Comida, do Dinheiro e da Inveja”
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