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Artigos-->VICIADOS EM ADRENALINA -- 18/03/2005 - 20:11 (MARIA LUIZA APARECIDA CURTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VICIADOS EM ADRENALINA









“Pô bicho, é adrenalina pura!”

Esta frase é comum depois de alguém tentar transpor os próprios limites em esportes radicais ou mesmo depois de correr qualquer risco.

Adrenalina, é um hormônio que está na moda.

Quando um animal é ameaçado, as opções são, geralmente, ficar e lutar, ou correr. A liberação de adrenalina é acionada, aumentando a velocidade dos batimentos cardíacos, metabolização e respiração.

Com o animal homem acontece o mesmo fenômeno. Quando levamos um susto, sentimo-nos ameaçados ou praticamos esporte radical, a adrenalina é liberada na corrente sanguínea “turbinando” o organismo para enfrentar a situação de perigo ou alerta. A adrenalina é um estimulante natural.

A adrenalina é um hormônio que atua sobre o sistema nervoso simpático: coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos genitais, etc. É liberado em resposta ao stress físico ou mental.

Geralmente, no passado remoto, o homem fazia o possível para evitar situações que desencadeassem esse quadro de stress, exceto nas ocasiões em que, premido pelas necessidades de sobrevivência, ia à caça ou defrontar seus inimigos.

Hoje, está na moda, principalmente entre os jovens, provocar descargas de adrenalina.

Nossos ancestrais evitavam sair de suas cavernas quando um animal ameaçador estivesse por perto. Com a evolução os homens foram se expondo a mais perigos até com o auxílio propiciado pelas novas tecnologias.

Atualmente, os perigos que rondam a nossa caverna, são os mais variados, até os de ordem emocional.

Bungee Jump, paraquedismo, alpinismo, rappel, paraglider (decolar de uma montanha e subir), surf, skate. Na Califórnia há uma montanha russa: Lethal Weapon, destinada a produzir o máximo de adrenalina; é uma montanha russa invertida, com a primeira curva horizontal do mundo, apelidada de Aussie Leop, no parque da Warner Bros. Descer de buggies “com emoção”, nas dunas do Ceará. Os gamemaníacos e por aí afora...

Para quem não pode ir às montanhas, há em algumas academias a “escalada indoor” que reproduz as sensações e desafios de quem sobe montanhas. A descarga de adrenalina é grande, pois a subida exige força nos músculos além da atitude de desafio aos seus próprios limites.

O desafio competitivo do mercado de trabalho e para manter-se nele, provoca um estado de stress e uma produção constante de adrenalina. Mais adrenalina, também, para quem quer estar sempre na mídia.

São viciados em adrenalina, por exemplo, quem anda na corda bamba no casamento. Há, também, os viciados em apaixonar-se. A paixão, enquanto dura, também libera adrenalina, mas como toda paixão, tem prazo de validade. Os viciados vivem de paixonite em paixonite.

Os viciados em adrenalina têm como característica a repetição. Mesmo podendo evitar tais situações que levam a um quadro de stress, eles repetem, repetem. Essas repetições lhes proporcionam um prazer momentâneo.

Tempos atrás, recebi um paciente num estado lamentável de depressão, só chorava e pensava em morrer.

No transcorrer da terapia, contou que há alguns anos estava viajando por uma auto-estrada em grande velocidade e, numa curva seu carro capotou. Enquanto o carro girava nas várias voltas que deu até parar, disse que sentiu um enorme prazer. Algum tempo depois passou a pilotar uma moto, sempre em alta velocidade e que, por várias vezes provocava acidentes, batendo de propósito em carros no trânsito da cidade. Quando a moto batia no carro ele rolava e sentia o mesmo prazer da primeira capotada. Claro que essa prática lhe rendia, além de inúmeros aborrecimentos, pernas, braços, costelas quebradas, mas era só sarar que lá estava ele novamente provocando outros acidentes. Ele sabia que corria risco de morrer e foi pensando nisso que resolveu parar de provocar essas situações. Depois disso entrou numa depressão profunda.

Mas, não é só o hormônio adrenalina que vicia fazendo com que o sujeito busque a repetição; há as endorfinas que são analgésicos naturais que entram em cena logo após a adrenalina como uma resposta a esse hormônio, causando uma sensação muito boa de entorpecimento e bem-estar cessando as dores.

Por serem substâncias naturais produzidas pelo próprio corpo, pode-se pensar que são inócuas, porém, o constante estado de alerta pode levar a uma “fase de exaustão”.

O aumento da intensidade do trabalho cardíaco, o estreitamento dos vasos ou a contração de uma artéria que já tenha certo entupimento, pode evoluir para um bloqueio total e causar um infarto.

A adrenalina é um hormônio estimulante natural, mas como dizia minha avó: “Vamos devagar com o andor porque o santo é de barro”.





06/03/05

Maria Luiza Curti











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