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cronicas-->Desafogo ou Desafio de perspectivas -- 27/11/2001 - 17:18 (L. D.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Já que Elis não me deu todas as respostas...)

Não tenho nenhuma habilidade para criar personagens, tampouco situações. Não concebo texto algum partindo de idéias `imaginárias´. Nem ardil, nem sutil, meu pensamento é, digamos, limitado para esse fim. O que conto não é conto. Também não sei aumentar nem diminuir nem um ponto sequer. Afinal, contra fatos há argumentos? Meus subterfúgios vão somente nas reticências, n´alguma frase feita e na ausência dos palavrões... Pudor nas palavras. Talvez um pouco menos na vida - por não saber burlar o cotidiano ou por, ao contrário, querer burlá-lo o tempo todo.

Nunca tive grandes ideais, nunca quis salvar o mundo! A minha rebeldia aflorou quando compreendi que precisava salvar a mim mesma, antes de tudo. Egocêntrica. É. Mas, sinceramente, não acredito em quem não se vê assim. Existe quem aja sem egoísmo? Todos querem o melhor para si e, em nome dessa busca, todos cegam para o outro. Muitos, infelizmente, nem assim (ou por isso mesmo) chegam lá. Assim, vou vendo muitas Carolinas por aí... de aspiração megalómana e... olhos tristes... aqueles que `guardam a dor que já não existe´.

Será mesmo que existe quem seja paradigma de conduta para alguém? Quem consiga (e queira) se moldar ao que (ou a quem) admira? E, se há, será possível esse alguém acreditar que um dia existiu enquanto indivíduo? Por outro lado, alguém conhece alguém que nunca se sentiu na réstia sem ser cebola? Quem não seja Mutante, como diz a Rita (Lee), e `no fundo sempre sozinho´?

Acredito na música - como você, Elis - e quero crer na minifelicidade de cada dia e nas pequenas certezas. É o que podemos (e queremos) ter. Ou não? Recapitulando: Todos querem o melhor para si! É inexorável, porém, a tendência masoquista da raça humana. Por que o último capítulo da novela acaba exatamente onde deveria começar? Por que as manchetes policiais têm tanta audiência? Por que o sofrimento é tão atrativo, como num processo orgástico, no qual quanto mais prolongado melhor o `prazer´?

O desacerto, no entanto, não nasce nem se encerra nas novelas. Começa(?) na incompletude da própria existência. Na morte, que apesar de indesejada, por ser certeira, é quase sempre antecipada. C-o-n-t-r-a-d-i-ç-õ-e-s.

Como anda nosso juízo de valor? O que mais vale? A tatuagem, tão-só pela sua simbologia? Ou braço `musculoso´ onde ela vai estar estampada? A `verdade´ é sempre intolerante... mas as `verdades´ são sempre interessantes! `Pra quem não sabe amar´... sigo cantando o Blues da Piedade, do Cazuza. Se a ação da lei de causa e efeito alcança a todos, certamente haverá motivos para que eu reconheça a necessidade da espiritualização do ser.

E assim caminhamos retrocedendo... de forma menos inteligente que o caranguejo - Diz aí ó Chico (Science)! Espelhemo-nos (mas sem retrocessos!) na ànsia criativa, irrequieta e não-conformista dos jovens de duas gerações que viveram a mesmíssima década: os beat e os bossa-nova. Pensando bem, a despeito do aparente antagonismo, beat também quer dizer, ritmo, movimento, improviso, música...

Viva a igualdade nas diferenças, ou seriam as diferenças na igualdade?
A propósito, acrescento, pelo estímulo de outras leituras... Na minha infància, em dias de chuva, me enfiavam numa bota sete-léguas horrorosa, um casaco de lã com gorro, uma capa de chuva com gorro, mais a sombrinha. Lá ia eu como um pinguim pela rua puxada pela mão de minha mãe. Odiava os dias de chuva... Mas, na lembrança... só saudades.

E o Gil continua cantando: "Falam tanto de uma nova era...".




L.D.
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