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Artigos-->ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS -- 27/03/2005 - 14:14 (Daniel Walker Almeida Marques) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS

Daniel Walker, Especialista em Sexologia pela UCAM



Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), na par-te concernente aos Temas Transversais, ao se tratar do tema Orientação Sexual busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez precoce, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes.

A Orientação Sexual, como se define hoje inclui todas as medidas educacionais que, de algum modo, podem ajudar um jovem a compreender o processo do amadurecimento sexual e a se preparar para enfrentar eventuais problemas relativos a este processo, os quais fazem parte da experiência de vida de cada ser humano. Ademais, visa também à preservação, à pro-teção e ao desenvolvimento da família, baseada em ideais éti-cos socialmente aceitos em cada cultura.

Sexo e os impulsos ligados a ele geram modificações na personalidade e no comportamento das pessoas, modificações por demais complexas para serem ignoradas ou consideradas como puramente instintivas. Assim, os adultos, naturalmente melhor informados, devem tomar a si a responsabilidade de orientar os jovens em relação a estes fenômenos.

É claro que tal orientação exige mais do que uma sim-ples informação a respeito da anatomia e fisiologia sexual, e mais do que a tentativa inútil de repressão dos impulsos sexu-ais normais.

A orientação sexual deve ser iniciada nos primeiros anos de vida da criança e deve continuar durante todo o seu proces-so de crescimento e amadurecimento. É assim que pensa a maioria dos orientadores atualmente.

As formulações conceituais sobre sexualidade infantil datam do começo deste século, mas até hoje é um tema con-trovertido entre os educadores. Para alguns, as crianças são seres originalmente puros e inocentes, sem sexualidade a ex-pressar, e as manifestações da sexualidade infantil possuem a conotação de algo feio, pecaminoso, sujo, cuja existência deve ser atribuída à má influência dos adultos. Para outros, porém, já se encontram bastante difundidas as noções da existência e da importância da sexualidade para o desenvolvimento de crianças e jovens.

Hoje, em face do avanço desenfreado da prostituição infantil, da gravidez precoce, do uso de drogas, da influência malévola da mídia eletrônica e do cinema que mostram cenas de sexo explicito sem nenhuma censura, a difusão da Orienta-ção Sexual nas escolas se torna imperiosa, urgentíssima mes-mo.

O trabalho de Orientação Sexual proposto pelos PCNs compreende a ação da escola como complementar à educação dada pela família. Assim, a escola deverá tomar a providência de informar aos familiares dos alunos sobre a inclusão de con-teúdos de Orientação Sexual na proposta curricular e explicar os princípios norteadores da proposta. Isto é de fundamental importância para se evitar mal-entendidos mais tarde.

O trabalho de Orientação Sexual nas escolas poderá se dar de duas formas: primeiro, dentro da programação por meio de conteúdos já transversalizados nas diferentes áreas do cur-rículo; e segundo, numa extra-programação sempre que surgi-rem questões relacionadas ao tema.

A partir da Quinta Série, além da transversalização já a-pontada, a Orientação Sexual comporta também uma sistema-tização e um espaço específico. Esse espaço pode ocorrer na forma de uma hora-aula semanal para os alunos (dentro ou fora da grade horária existente, a depender das condições de cada escola).

A melhor forma de tratar do tema ainda é o diálogo, atra-vés de um bate-papo descontraído. Reunidos com o professor ou orientador educacional, os alunos ficam mais à vontade e a conversa flui que é uma beleza. Nessas horas é bom deixar os alunos falarem. É muito bom ouvi-los.

Um alerta aos professores que têm pouca prática no trato das coisas ligadas ao sexo: na infância, dentro do recinto esco-lar, são freqüentes, nos ciclos iniciais, a manipulação curiosa dos genitais e as brincadeiras que envolvem contato corporal nas regiões genitais. A intervenção do orientador nessas situa-ções deve se dar de forma apenas a apontar a inadequação de tal comportamento às normas do convívio escolar. Não é o ca-so, portanto, de julgar tais manifestações como imorais, mas apenas de delimitar a inadequação do espaço da escola para sua efetivação.

Chamar os pais para casos dessa natureza, só se justifica quando se tratar de práticas muito recorrentes e que estejam interferindo nas possibilidades de aprendizagem do aluno. Ou então, quando estiver havendo abuso ou exibicionismo, a ponto de incomodar os colegas.

Não se pode impedir a criança de exercer o natural pro-cedimento de fazer suas descobertas sexuais. O orientador deve ter o cuidado para não incorrer em atitudes que denotem caretice, falso puritanismo ou simplesmente desinformação sexual. Nos tempos modernos não há mais espaço para esse tipo de atitude. É bom, pois, que todos saibam o que é mesmo imoral e normal.

A escola precisa estar preparada para introduzir em seu currículo a Orientação Sexual. Primeiramente é preciso saber se os professores (todos, e não apenas os de Biologia) estão realmente capacitados para a tarefa.

Depois, vem outro problema. Quem vai orientar precisa estar realmente consciente do que está fazendo. Sexologia é uma coisa muito séria. Se o professor não estiver com sua vida sexual bem resolvida, aí vai ser complicado, pois corre o risco de expressar em sala de aula sua própria sexualidade, exage-rando ao dizer que sexo é uma coisa ruim, pecaminosa, que deve ser evitada; ou então, que sexo é tudo na vida, e que sem ele ninguém consegue viver. Desse jeito, das duas uma: ou o professor passa a ser visto como um sexófobo, uma pessoa que tem horror a sexo; ou como sexólatra ou sexo-maníaca, uma pessoa que só pensa em sexo. E nada disso é bom.

Afora isso há ainda outros fatores que também contribu-em para dificultar a introdução da Orientação Sexual, como tendência religiosa radical em que a figura do pecado é muito forte; educação familiar repressiva; inibição; frustrações e ta-bus. A respeito dos tabus, mesmo hoje, com toda a modernida-de, ainda há gente que não se livrou deles.

Muitos homens, a começar da adolescência, têm uma preocupação excessiva com o tamanho do pênis. Isto é um tabu mundial. Mas todos precisam entender que o prazer sexu-al não é proporcional ao tamanho do pênis, mas sim à qualida-de do ato sexual. Pênis grande, exagerado, causa é problema, pois com o passar do tempo vai dar trabalho para ficar ereto, e se a mulher tiver o canal vaginal curto, corre o risco de um des-locamento uterino, durante o coito. O importante é estar na média, e essa média não é muito grande.

Alguns rapazes pensam que se o esperma não sair do corpo, vai para o cérebro, lá endurece e a pessoa perde o juí-zo. É assim que eles justificam a masturbação. Onde já se viu tanta bobagem? De uma coisa fiquem certos: ninguém aprende isso nos livros, mas na rua.

Portanto, cabe ao educador procurar melhorar seus co-nhecimentos de sexologia e aplicá-los na escola o mais rapi-damente possível. Orientação Sexual é uma coisa importante, urgente até.

Com este modesto trabalho demos a nossa contribuição. Cada um faça agora a sua parte.

Visite o site do autor: www.orientasexo.rg3.net

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