Usina de Letras
Usina de Letras
122 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50586)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA -- 27/03/2005 - 14:17 (Daniel Walker Almeida Marques) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA

Daniel Walker, Especialista em Sexologia pela UCAM



A sexualidade do adolescente geralmente é acompanhada de muita insegurança e ansiedade. Afora as transformações de natureza orgânica e fisiológica que ocorrem no seu corpo, o adolescente enfrenta ainda outros impactos, como os de natureza psíquica, como, por exemplo, o medo de não conseguir chegar ao padrão físico “exigido” pela sociedade.

Na verdade, o adolescente é excessivamente preocupado com ele mesmo e por isso dedica especial atenção a sua aparência física, daí a constante preocupação com roupa, calçado, peso, altura etc. Também é um ser muito crítico, o que invariavelmente contribui para as constantes discussões no ambiente doméstico por que geralmente tentam impor um sentimento de identidade pessoal e de independência em relação aos seus pais ou responsáveis.

Via de regra, rebeldes como são, os adolescentes não aceitam as regras dos adultos e por isso acabam criando suas próprias regras, com as quais, é claro, a sociedade não concorda, surgindo, então, os atritos tão comuns que formam o conflito de gerações.

Mas há ainda um fator que muito contribui para embaralhar a cabeça do adolescente: é a sexualidade. E por ser dicotômica, ou seja, existem a sexualidade masculina e a sexualidade feminina, ela é em sua essência diferente em cada sexo e só isso já é suficiente para uma disputa, agora entre os próprios adolescentes. Mesmo nos dias de hoje, com a tão propalada igualdade sexual, ainda se percebe que a sexualidade pertinente ao sexo masculino leva vantagem em relação à feminina. E isto só faz alimentar o fogo da guerra dos sexos.



Desenvolvimento Sexual do Homem

Os primeiros sinais de mudanças que ocorrem no desenvolvimento sexual masculino &
61485; chamados de caracteres sexuais primários &
61485; são o aumento dos testículos e o enrugamento do saco escrotal. Há também o alongamento do pênis acompanhado do desenvolvimento da próstata e das vesículas seminais. Tudo isso é conseqüência da ação de um hormônio (também produzido no organismo feminino) chamado testosterona.

O quadro acima contribui para que o jovem passe a ter ereções mais freqüentes e atinja a ejaculação. Desnecessário dizer que isso provoca uma agradável sensação de euforia no jovem que a partir daí já se acha homem completo. Essa euforia, aliás, tem sido a responsável por muita paternidade precoce. Por isso muitos jovens são pais desde os 16 anos de idade e muitos conseguiram isso com a primeira relação sexual.

As ereções freqüentes estimulam o jovem à prática da masturbação, fenômeno que em si, nada tem de anormal, mas que se não for mantido dentro de um quadro de moderação poderá se constituir problema de ordem médica. Modernamente é consenso que através da masturbação a pessoa poderá se conhecer mais, saber quais as regiões ou partes do seu corpo são mais sensíveis, descobrirá qual a melhor maneira de se tocar, acariciar e sentir mais prazer. Na verdade, tanto a Psicologia quanto a Medicina reconhecem a prática da masturbação como sendo saudável e necessária para o próprio conhecimento e desenvolvimento do indivíduo. Na terapia sexual, aliás, a masturbação é uma das técnicas utilizadas como exercício em várias situações.

Também se torna muito freqüente na adolescência masculina outro fenômeno igualmente interessante: é a polução noturna, decorrente do clima de excitação, muito comum na fase de amadurecimento sexual, da sensualidade própria das experiências de namoro ou do “ficar” como é mais comum hoje, e por fim dos sonhos e fantasias eróticas do cotidiano. Tudo isso é absolutamente normal na juventude. As poluções noturnas diminuem ou podem até cessar com a maturidade sexual ou com a prática regular de relações sexuais.

O que também é normal, mas deixa o jovem bastante contrariado é o aparecimento das indesejáveis acnes, que surgem como conseqüência do desequilíbrio entre os hormônios existentes no início da adolescência.

A mudança da voz tem sido apontada também como um dos motivos de contrariedade entre os jovens. Durante o período de transição, quando a voz está se aproximando do que será definitivamente, muitos jovens enfrentam o desconforto de “desafinar” e quando isso ocorre ele fica irritado, pois o que ele quer mesmo é se livrar logo da voz de criança e passar a ter voz de adulto.

Durante a adolescência, se tudo correr bem, há um sensível aumento na estatura do jovem. Mas se não houver também o mesmo com a musculatura isso pode contrariá-lo, daí por que muitos recorrem à musculação e se a ânsia de ter músculos invejáveis for grande, eles podem recorrer ao consumo de anabolizantes, daí advindo sérios riscos a sua saúde, com prejuízo inclusive à sua sexualidade.

É comum entre os jovens a preocupação com o tamanho do pênis. Por falta de conhecimento sexual, a maioria acredita que pênis avantajado possibilita maior prazer para a parceira. Na verdade, a grande maioria dos rapazes não sabe sequer qual a média considerada normal. Todos se surpreendem quando os textos de sexologia afirmam que um pênis para ser considerado realmente pequeno terá de estar abaixo de 9 cm, pois o tamanho da vagina se situa entre 8 e 12 cm. Conforme Vitiello & Muller (2001): “Tamanho de pênis é um grande mito da sexualidade masculina. Não deveria ser: pouco importa as medidas do órgão para o prazer. O que conta mais é o jeito de estimulá-lo”.



Desenvolvimento Sexual da Mulher

Na mulher, a menarca ou primeira menstruação assinala o início da puberdade. Para muitas moças isso significa um marco em sua vida, um acontecimento inesquecível e gratificante, pois, antes de tudo, significa ser mulher. Para outras, entretanto, menstruação lembra cólicas, dor de cabeça, mal-estar, inchaço nos seios, nervosismo e irritabilidade, entre outros sintomas e aí ela passa a ser encarada como doença. O problema é que essas mulheres esquecem que o quadro descrito acima não caracteriza a situação normal, porquanto a menstruação em si não é doença. Os sintomas citados ocorrem quando a menstruação é anormal, aí caracterizando um quadro de dismenorréia, patológico, portanto, embora seja muito freqüente nas mulheres.

Como a adolescência da mulher é diferente da do homem, a sua sexualidade também o é. Tanto na maneira de encarar como na de conduzir. Apesar de muita liberdade sexual, ainda se nega hoje à mulher muita coisa que normalmente e tradicionalmente é permitida ao homem. Isso termina causando certo sentimento de revolta entre as mulheres, as quais acabam admitindo que a sociedade ainda é machista.

O estigma da discriminação imposta ao sexo feminino já começa no nascimento, quando a maioria dos casais preferem que a prole comece pelo sexo masculino.

Assim como acontece com o sexo masculino, também no sexo feminino as mudanças que ocorrem no corpo são determinadas pela ação dos hormônios. Dois particularmente são os mais importantes e por isso responsáveis pelas mudanças mais significativas: a progesterona e o estrogênio. A progesterona atua sobre o útero para preparar a nidação (implantação do ovo no útero). E quando ocorre a gravidez, esse hormônio inibe a ovulação enquanto durar a gestação. Também complementa a ação do estrogênio tanto no desenvolvimento das glândulas mamárias quanto na secreção do leite. O estrogênio (que na realidade são três hormônios: estradiol, estriol e estrona) atua sobre diferentes partes do corpo da mulher, estimulando já a partir da puberdade o desenvolvimento dos órgãos do sistema reprodutor feminino.

No período que começa com a puberdade e prossegue pela adolescência o corpo e a mente da mocinha experimentam sensíveis transformações. Do ponto de vista anatômico a bacia se alarga, a cintura torna-se mais fina, as coxas e as nádegas ficam mais roliças e torneadas, o volume das mamas e os pêlos pubianos aparecem. Essas mudanças repercutem na mente e como conseqüência advém uma série de preocupações com a aparência, podendo, se não forem bem administradas, acarretar problemas de ordem psicológica.

Por influência da mídia (sob pressão da indústria da moda) a mulher está dando pouca importância ao padrão de corpo preconizado pela medicina (magro sem ser raquítico) e se submetendo ao padrão de corpo determinado pela passarela, onde desfilam os modelos com seus corpos magérrimos, conseguidos à custa do sacrifício da fome. Corpo magérrimo pode ser sinal de beleza como apregoa o mundo da moda, mas não é necessariamente sinal de saúde.

A questão da virgindade também é outra grande preocupação no mundo feminino, especialmente na fase da adolescência.



Gravidez Precoce

Ter um filho é um acontecimento marcante na vida de muitas mulheres. Entretanto é bom que esse filho venha como resultado de uma gravidez na hora certa e da pessoa certa. Na adolescência, por exemplo, é inadequada e geralmente chamada de gravidez precoce, isto é, fora de época, antes do tempo. As estatísticas comprovam que 90% dos rapazes que engravidam adolescentes não assumem a criança e terminam o relacionamento. Adolescente grávida geralmente interrompe os estudos (ou os abandona por completo), perde o emprego e passa a enfrentar uma série de problemas de ordem familiar, social, psicológica e de saúde. A gravidez na adolescência muitas vezes termina em aborto. É inacreditável para os padrões modernos, mas ainda há meninas que apelam para a gravidez como forma de “segurar” o namorado ou garantir um casamento. Gravidez precoce pode ocorrer por ignorância, descuido ou irresponsabilidade. A adolescência não é o período ideal para a maternidade, e sim para os divertimentos sadios, o namoro sem compromisso, o amadurecimento cultural e intelectual, e se houver mesmo necessidade de sexo, que seja praticado o sexo seguro e consciente. Nenhuma jovem deve engravidar para “brincar de ser mãe”, pois maternidade é coisa séria, própria de gente adulta.

A gravidez precoce é considerada hoje como um sério problema de saúde pública no mundo inteiro. Cerca de 20% das crianças que nascem a cada ano no Brasil são filhas de adolescentes. Comparado à década de 70, três vezes mais garotas com menos de 15 anos engravidam hoje em dia. A maioria não tem condições financeiras nem emocionais para assumir essa maternidade. Acontece em todas as classes sociais, mas a incidência é maior e mais grave em populações mais carentes. O rigor religioso e os tabus morais internos à família, a ausência de alternativas de lazer e de orientação sexual específica contribuem para aumentar o problema. Por causa da repressão familiar, algumas adolescentes grávidas fogem de casa. Quase todas abandonam os estudos. Com isso, interrompem seu processo de socialização e abrem mão de sua cidadania.

Psicólogos, sexólogos, assistentes sociais, médicos e educadores concordam que a liberalização da sexualidade, a desinformação sobre o tema, a desagregação familiar, a urbanização acelerada, as precariedades das condições de vida e a influência dos meios de comunicação são os maiores responsáveis pelo aumento do número de adolescentes grávidas. Por isso é importante a participação da família, escola, educadores, serviços de saúde e instituições governamentais e não-governamentais, no combate à gravidez precoce e indesejada.

Todavia, nenhuma instituição atuando sozinha, quer seja o lar, a igreja, a escola, ou as organizações a serviço da juventude, tem alcance suficiente nos contatos com o adolescente para apresentar, isoladamente, as questões sexuais de maneira que sejam aceitas e resolvidas adequadamente pelo jovem. Todas as instituições sociais e educacionais ligadas à adolescência devem assumir sua parcela de responsabilidade no desempenho desta tarefa, que não é tão fácil como pode parecer.

Se muitos pais não têm tempo sequer para assistir às reuniões promovidas pela escola, quase não conversam com os filhos, fazem as refeições separadamente, como vão, afinal, encontrar oportunidade para uma conversa sincera e eficaz sobre um tema tão delicado e complicado, e que requer uma boa bagagem de conhecimentos e habilidade?

Também como orientar, se a maioria dos pais na verdade também precisam de orientação sexual? Há casos em que os filhos chegam até a saber mais do que os pais, neste sentido.

A propósito disso, conta-se a história de um pai todo formal, que um dia, chamou o filho e disse:

– Meu filho, você já está ficando um rapazinho e acho que chegou a hora de nós termos uma conversa séria sobre sexo.

Aí o filho, na maior cara-de-pau, responde:

– Tá bem, pai, o que é que o senhor quer saber?

Visite o site do autor: www.orientasexo.rg3.net

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui