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Contos-->CAFE DA ROCA -- 13/02/2002 - 15:05 (Cristiano Dimas dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Toda vez que passavamos os finais de semana na casa de meus avos,
sempre se via uma maquina de moer cafe e uma latinha pequena da goiabada cica.A latinha era usada para aparar o cafe fininho e cheiroso que a vovo acabara de torrar no fogao a lenha em uma panela bem preta devido ao fogo e a fumaca da candeia que queimava no fogao bonina de tres bocas.
Por la tambem se via um gatinho tinhoso sempre deitado a se aquecer em cima do fogao.
A maquina de moer cafe, desgastada pelo tempo e pelo uso constante, meio enferrujada por sua historia ficava fixa em uma das laterais da mesa.
Mesa que mamae deu para vovo, mae de papai.
Nos, como quaisquer outras criancas de sete ou oito anos, curiosos por coisas que os olhos alcancavam,sempre fomos prestativos ao nos oferecermos para tocar a manivela da maquina de moer cafe.
O cafe em graos quentes era colocado na parte superior da maquina.Essa parte superior tinha uma abertura que parecia uma boca, que em segundos engolia e moia os graos.O cheiro entao se espalhava pela casa.
Rodava a manivela da maquina varias vezes e por muitos minutos .
Lembro-me que um dos meus bracos doia,mas era uma dor leve e viciante,pois cada vez que rodava a manivela, mais vontade se tinha de moer. Posso lembrar do barulho da pequena engenhoca e da vasilha de aluminio que vovo persistentimente ariava com sabao e cinzas la na bica d’agua no fundo do quintal.
Ja quase terminando de moer o restante do cafe,vovo pontualmente me pedia tres colheres do po.Ela entao se dirigia ate ao fogao bonina e ateava mais lenha e palha ao fogo.
Aqueles que viveram algum tempo na roca sabem muito bem que o fogo de um fogao a lenha durante a tarde ou exatamente depois do almoco trabalha bem brando, quase se apagando como se parecesse que la so tivesse brazas vermelhas e cinzas.
Com suas maos talentosas nossa avo pegava o acucar e o colocava na agua quente da chaleira preta pelo seu uso constante.Do outro lado da parede da cozinha ficava dependurado em um prego o coador enorme de pano com seu suporte de ferro.Vovo o pegava e o colocava numa das laterais do fogao e com uma caneca esmaltada verde apanhava a agua docinha e passava o cafe.
Tradicionalmente o cafe nao era muito forte, era suave com uma acentuada docura e dedicacao.
Todos adoravam seu cafe.
A matriarca neste entre meios ja havia providenciado aquela broa maravilhosa feita do milho e ovos do quintal. Sem falar do biscoito de polvilho.
As vovos sao so duas na vida de uma crianca:uma da roca e outra da cidade grande.Depois que se vai crescendo, vamos perdendo-as e quanto ficamos completamente adultos a outra tambem se vai,entao so nos restam lembrancas felizes de quando eramos criancas.



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