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Artigos-->João Paulo II e o Circo -- 02/04/2005 - 02:27 (Renan Luiz Corrêa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Papa, líder da religião mais popular do globo, está morrendo. Claro que ninguém poderia deixar de saber este fato, uma vez que a mídia cobre cada nova tossida ou respiração falha do pontífice. Porém essa atitude dos meios comunicativos não é somente uma tentativa de mostrarem-se preocupados em transmitir a situação, mas uma certa “vontade” pela morte do cardeal. Isso porque, além de ela estar eminente, será certamente uma notícia bombástica, com direito a especiais e horas sobre a vida do homem, visando seu imenso púbico fiel ao catolicismo e, conseqüentemente, as infinitas formas de audiência. Refletindo sobre este contexto micro, podemos chegar a um aspecto macro: as pessoas, principalmente aquelas mais notórias publicamente, só são lembradas e exaltadas no momento de sua morte.



Convenhamos, os indivíduos de nossa sociedade são carentes de modelos, seja em qualquer tipo de conduta. É do ser humano ter a necessidade de comparações, para se auto-avaliar e buscar o melhor de si. Isso faz com que todos nós, conscientemente ou não, procuremos pessoas melhores para enaltecer e louvar. Não cabem críticas quanto a esse nosso aspecto, contudo devemos abrir os olhos para determinadas esferas geradas por essa situação.



Explicito o caso mais recente de João Paulo II. Não há duvidas que foi um grande homem, sempre buscando a paz entre os homens, independentemente de país ou religião. Que me perdoem os católicos fervorosos, mas acredito que, se este mesmo homem fizesse o que fez como um simples padre ou coroinha ninguém se importaria com sua morte. O que faz notório sua recente morte não foram suas atitudes benfeitoras, mas as pessoas que sofrem influencia da religião que ele representa no mais importante degrau. Afinal de contas, não é João Paulão II que está morrendo, é o Papa.



Durante sua vida saudável não era dada muita importância na mídia suas ações ou reações. Claro, sempre havia espaço para o líder, porém nada comparada a uma guerra de favelas ou final do Big Brother. O mundo atual quer saber do que está por vir, do novo, da ciência, da razão. Foi-se o tempo que a voz da Igreja era a principal manchete. Muitos poderão me retrucar, citando o crescente numero de árduos fieis ao catolicismo e sua bifurcações. Porem estes mesmos indivíduos, ao saírem da igreja, se deparam com um mundo totalmente alheio a religião, se fazendo necessário adaptar-se a isto ou viver a margem da sociedade atual.



Não quero desmerecer a honra desde grande homem que é João Paulo II. Com certeza merecerá os louvores e honrarias que receberá após sua morte. Mas devemos tentar também exaltar as pessoas que em vida, mesmo anônimas, fazem algo pelo seu país ou pelo seu mundo, mesmo não fazendo tanto barulho. Parabenize um vizinho que dedica seu tempo em uma comunidade carente. Congratule um amigo que seja membro de uma ONG humanitária. No fundo, apenas quero que as pessoas saibam diferenciar o circo do palhaço. Afinal de contas, o circo está se armando. Mas desta vez, não serei eu o palhaço.

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