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Contos-->A Panela de Pressão -- 14/02/2002 - 08:57 (Edvalson Bezerra Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Panela de Pressão

Edvalson Bezerra Silva (Mocoin)

Este "causo" é verídico, como me garantiu o Haroldo da Casa do Adubo, de Planaltina, Distrito Federal, e aconteceu lá pras bandas de Goiás, em Uruana, famosa como grande pólo agropecuário, produtor principalmente melancia. Há muito tempo, quando chegava no país a panela de pressão, seu Quinico, já falecido, casado com dona Flora, avós do Haroldo, dirigiu-se até a cidade Anapólis, próxima a Uruana. Ele ia lá de vez em quando vender banha de porco e comprar alguns produtos no bazar do compadre Valdomiro. Quase sempre ele acabava trazendo mercadorias em pagamento da banha.

Naquele dia uma novidade estava disponível no bazar, que faria parte, no futuro, do folclore de Uruana. Era a panela de pressão.

"Compadre Quinico, tenho uma novidade para você levar a Uruana, que vai facilitar a vida da comadre Flora!", disse o compadre Valdomiro mostrando a panela. "Ocê pode escolher a galinha mais velha do terreiro que, em poucos minutos, ela cozinha que derrete!".

Seu Quinico se animou com aquela novidade e mandou embrulhar uma para levar. Chegando lá, repassou as informações do compadre Valdomiro para a dona Flora e imediatamente ela matou uma galinha velha do terreiro. Depois de limpa e temperada ela "chegou" a binga no fogão a lenha, que a labareda lambia a cumieira da casa.

Os dois ficaram ali, observando a novidade em funcionamento. De repente a panela começa a chiar. "tssshi; tssschi...". Os dois afastaram-se assustados. "Será que o compadre havia vendido uma panela com defeito? Impossível, o compadre nunca faria uma coisa dessa!", Conjeturaram. "Deve ser alguma bobaginha!".

Se era uma coisa simples, o seu Anselmo, que era ferreiro dos bons que consertava qualquer coisa, resolveria o problema. Levaram então a panela para o ferreiro dar uma olhadinha. Seu Anselmo nunca tinha visto um "equipamento daquele, mas não podia ficar desacreditado. Olhou a panela detalhadamente e diagnosticou: "Já consertei muitas dessas. Olha aqui o defeito. Tá vazando ar por esse buraquinho" disse, apontando para a válvula da panela. "Mas deixe que vou dar um jeito, e o senhor já pode levá-la agora mesmo!" e tascou um pingo de solda vedando o "defeito".

Eles voltaram para casa e colocaram a galinha no fogo novamente. Dessa vez não vazou ar! Só que, de repente, a panela começou a crescer: primeiro na tampa, depois nas laterais. Precavidos, eles se afastaram. A panela inchou, inchou... até que: Bummm!!! Explodiu, espalhando galinha pela casa inteira. Até uma parte do telhado voou junto com a tampa.

Esse fato mobilizou a cidade. A população inteira de Uruana, que ainda era pequena, ficou sabendo do ocorrido. Tempos depois, chega à cidade um vendedor, que procurou o "seu" Antônio Faria, dono do mercado. Foi expulso imediatamente. Também, pudera: estava querendo vender panelas de pressão.

"Veja só se vou comprar esse treco! Isso quase matou o compadre Quinico e a comadre Flora! Sujeito desaforado!", desabafou seu Antônio. E assim, demorou muitos anos para a panela de pressão ganhar a confiança do povo e entrar novamente na cidade, para ser usada normalmente.
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