A vida é assim mesmo,
vagamos solitários sem saber do início,
nem do fim, da nossa trilha
pelos vales negros do desconhecido.
Mais segundos passam e menos eu entendo.
Se antes eu realmente falava,
agora eu mal escuto
minhas preces a mim mesmo.
Clamando, sozinho, pelo vazio,
vivo o frio de existir
e sofro a perdição que,
consciente, escolhi para mim.
Olhei para os lados procurando meu lugar
e pouco a pouco,
me perdi enquanto tentava
me achar e tentava sonhar.
Talvez sempre estarei sozinho
e fora de meu caminho pois,
não aceito que sei que não existe
um caminho e que sozinho não estou.
Um dia talvez aceite e viva
com os olhos que eu mesmo rasguei
num reinado que sempre quis e tive, mas abdiquei e,
se tudo existirá amanhã, hoje, eu já não sei.
|