Até me meter no touro
e sentir-me todo nele,
ai de mim e ai daquele
que acabe no matadouro...
Oh, prefiro o desdouro,
a derrota em crua cena
e grito, grito ao agouro:
- Eu quero morrer na arena!...
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Se Pessoa, em Panteão,
diz que eu sou um fingidor,
que fingirei eu então
quando me mato de amor!...
A Lucinda, vejam lá,
um pedacinho de gente,
quando cisma e se lhe dá
é furacão estridente...
Noesis, deixa a Meninha,
é mestra, ela é que sabe...
Por condão de uma varinha,
pode fazer um milagre!
Matuto, experimentado,
se só onze são assim,
quando alargar o recado,
mil vezes onze são o fim!...
Comi carne, bebi vinho,
conversei bem humorado
a tomar um cafezinho...
Amigos, que belo Fado!...
Meus olhos de asas soltas
em calmo desprendimento
andam por aqui às voltas
sem medo de perder tempo!... |