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Artigos-->A ilha dos proletários -- 02/05/2005 - 09:21 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ilha dos proletários



por Rodrigo Constantino (*) em 28 de abril de 2005



Resumo: Um salário mínimo dobrado, para dez dólares mensais. É a beleza da ilha dos proletários...



© 2005 MidiaSemMascara.org





"Os resultados perniciosos de ação extensamente solícita por parte do Estado são ainda mais notavelmente demonstrados na supressão de toda energia criativa e na deterioração necessária do caráter moral" (Humboldt).





Cuba, que já foi a quarta economia da América Latina antes de Fidel, é hoje a décima quinta, depois de mais de quatro décadas de ditadura comunista. A revolução pregava a mesma baboseira de sempre: igualdade e justiça social. O resultado concreto também é o mesmo de sempre: igualdade para o povo na miséria, e muito poder e riqueza nas mãos dos políticos poderosos. Fidel está pela segunda vez na lista dos "homens mais ricos do mundo" da renomada Forbes, com patrimônio estimado em mais de meio bilhão de dólares. E o povo afunda na completa miséria, falta de produtos, péssima qualidade de vida e total ausência de liberdade. Eis a ilha-paraíso dos comunistas. Eis onde Utopus foi parar de fato!



Mas tudo isso parece que vai mudar agora! Fidel resolveu ceder um pouco da sua fortuna para os milhões de cubanos miseráveis. Decidiu dobrar o salário mínimo, que é a remuneração de mais de 1,5 milhão de cubanos. Agora, o salário mínimo será de 225 pesos, o equivalente a cerca de 10 dólares! Ao menos os que ganham salário mínimo não estão tão atrás do restante, já que o salário médio na ilha é de 12,80 dólares. E não sejamos tão cruéis assim no julgamento. Um professor, por exemplo, recebe ainda uma pasta de dente sem marca todo mês! Panelas também foram distribuídas recentemente. Só reclama quem é muito materialista mesmo. Afinal, o professor é feliz ao poder "ensinar" aos alunos como o socialismo é bom. Imagina se ele fosse forçado a doutrinar ideologicamente as pobres crianças! Isso sim seria desumano. E não custa lembrar que o povo, pelo menos, não é "analfabeto". Conseguem ler o único jornal existente lá, pertencente ao Estado, que precisa economizar papel, claro.



Ainda tem muita gente que admira Cuba e Fidel. Principalmente alguns artistas, arquitetos ou mesmo freis brasileiros. Cuba é o símbolo da luta contra o "imperialismo" americano, contra a exploração capitalista dos ianques. Essa mesma exploração que agora Cuba está desesperada para sofrer, implorando pelo fim do embargo econômico. Afinal, acabaram-se os anos dourados de envio da ordem de seis bilhões de dólares anuais para a ilha por parte da União Soviética. Essa "pequena" mesada é que garantiu um mínimo para a sobrevivência da "Alcatraz caribenha". Claro que o grosso dessa montanha de dinheiro foi para o aparato estatal, em nome da justiça social. Fidel conta com um comboio de mais de trinta Mercedez, várias mansões espalhadas pela ilha e muitos dólares no bolso. O Grande Irmão precisa de recursos materiais para por fim ao materialismo cruel da humanidade. Faz parte da revolução comunista. Cuba vive em 1984, cuja novilíngua orwelliana permite transformar até mesmo um ditador cruel em presidente, como vários jornais brasileiros o tratam.



O termo proletário vem do latim proletarius, que na Roma antiga designava o cidadão de posição socioeconômica inferior na sociedade. Enquanto o rico pagava um tributo ao Estado fixado em lei, o mais pobre ficava isento de impostos, sendo útil ao Estado apenas pelos filhos que procriava. Ou seja, pela sua prole, fornecendo assim indivíduos para uso em guerras ou para a cobiça patronal do Estado. Lula mesmo já disse que são privilegiados os cerca de 8 milhões de brasileiros que pagam imposto! É um privilégio sustentar a gastança estatal, à força. Quem entrega metade do que ganha ao Estado deve comemorar, pois a cadela Michele, do presidente, poderá ter carro próprio, tal como Calígula tinha seu Incitatus. Mas voltando a Cuba, já que este parece ser um lugar de bastante inspiração para aqueles que hoje nos governam, fica evidente a analogia entre proletário e o povo cubano. Como em toda nação comunista, os ingredientes do "sucesso" estão presentes. Foi devidamente criado o "inimigo externo", o eterno bode expiatório que justifica as atrocidades domésticas e o completo controle das vidas dos indivíduos. A retórica populista é constante, nos infindáveis discursos do ditador Fidel Castro, cujo povo é obrigado a escutar. E há também uma enorme massa de miseráveis ignorantes, que vem sofrendo uma ininterrupta lavagem cerebral há décadas, que são os proletários, cuja função já sabemos qual é.



A ilha-presídio é mesmo um sucesso comunista! Bem que Marx havia conclamado: "Proletários de todo o mundo, uni-vos!". Estão quase todos lá, unidos à força. E eis o resultado concreto: os que não fugiram no meio dos tubarões para Miami, agora vão colher os frutos da fé no comunismo, com um salário mínimo dobrado, para dez dólares mensais! É a beleza da ilha dos proletários...





(*) Rodrigo Constantino é economista pela PUC-RJ, com MBA de Finanças pelo IBMEC. Trabalha no mercado financeiro desde 1997. É autor do livro "Prisioneiros da Liberdade", da editora Soler.









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