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Artigos-->TENDÊNCIAS MARXISTAS NA LINGUAGEM SOB A ÓTICA DE BAKHTIN -- 02/05/2005 - 13:59 (Edmilson José de Sá) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TENDÊNCIAS MARXISTAS NA LINGUAGEM SOB A ÓTICA DE BAKHTIN



Bakhtin* expõe bem a necessidade de uma abordagem marxista da linguagem e de outras áreas humanas como a pedagogia das línguas, a estilística. Ele relata a relação entre linguagem e sociedade, colocando sob o signo da dialética do signo, enquanto efeito das estruturas sociais. Também questiona a medida em que a linguagem determina a atividade mental, sendo o signo e a enunciação da natureza social , bem como também questiona a medida em que a ideologia determina a linguagem.

O filósofo em questão valoriza a fala e afirma sua natureza social, não individual e está ligada às condições da comunicação que estão sempre ligadas às estruturas sociais.

De maneira contrária, Saussure não considera a língua um fato social, mas um objeto abstrato ideal e rejeita as manifestações orais individuais.

Bakhtin se interessa pelos conflitos no interior de um sistema. Para ele, a evolução da língua obedece a uma dinâmica conotação.

Criticando o meste genebrino, Bakhtin encontra falhas no sistema dicotômico língua –falha/sincronia – diacronia.

Ele coloca em evidência a inadequação dos procedimentos da análise lingüística.

A língua é defendida por Bakhtin como expressão das relações e lutas sociais, veiculando e sofrendo o efeito dessa luta, servindo, ao mesmo tempo, de instrumento e de material.

Ele também busca demonstrar a natureza social e não individual das variações estilísticas. São estas as preocupações principais do autor.

Bakhtin trata do estudo das ideologias e da filosofia da linguagem.

O conhecimento científico está ligado aos problemas da filosofia da linguagem.

Tudo que é ideológico possui um significado. Um signo não existe como parte de uma realidade; Ele pode refletir e retratar outra.

Compreender um signo consiste em aproximar o signo apreendido de outros já conhecidos;

A palavra, como objeto de que resulta o signo, é o modo mais puro e sensível da relação social.

O problema da consciência individual como problema da palavra interior é um dos principais problemas da filosofia da linguagem tratados por Bakhtin em seu livro.

O referido historiador de linguagem trata das relações entre a infra-estrutura e as superestruturas e sua ligação com a filosofia da linguagem.

A primeira vertente é um fenômeno isolado qualquer, fora do seu contexto ideológico completo e único. Não apresenta nenhum valor cognitivo.

Segundo ele, todo signo ideológico (lingüístico) vê-se marcado pelo horizonte social de uma época e de um grupo social determinado.

Há um confronto entre a filosofia da linguagem e psicologia objetiva. O que faz da palavra uma palavra é a sua significação. Isto também ocorre na atividade psíquica.

Em todo ato da fala, a atividade mental subjetiva se dissolve no fato objetivo da enunciação realizada; a palavra enunciada se subjetiva no ato de decodificação. Ela se revela como o produto da interação viva das forças sociais.

De maneira objetiva, Bakhtin trata posteriormente da relação da filosofia com a linguagem. Ele orienta sobre o subjetivismo idealista como fundamento da língua. O psiquismo individual é a fonte da língua.

As leis do desenvolvimento lingüístico são leis psicológicas.

Bakhtin cita Vossler ao afirmar os fatores que determinam uma forma ou outra os fatos da língua (políticos, físicos, econômicos). Para o lingüista, estes não possuem significação e sim o lado artístico da língua.

A realidade essencial da língua é o ato de criação individual da fala.

São traços idênticos (fonéticos, gramaticais e lexicais) que garantem a unicidade da língua e sua compreensão pela comunidade.

Segundo Bakhtin, o que torna a língua significante e coerente no quadro sincrônico é excluído e inútil no quadro diacrônico.

Ele também apresenta a tríade língua – fala – enunciado.

O autor reforça que o sistema sincrônico não corresponde a nenhum momento efetivo do processo de evolução da língua.

O locutor serve-se da língua para suas necessidades enunciativas concretas( a construção da língua está orientada no sentido da enunciação da fala). O centro da gravidade da língua não reside nas normas mas na nova significação que essa forma adquire no contexto.)

O essencial da tarefa de compreensão não consiste em reconhecer a forma utilizada mas a compreendê-la num contexto preciso; compreender sua significação numa enunciação particular.

A palavra é passível de abstração. Sua concretização só ocorre com a inclusão no contexto social real.

O sentido da palavra é determinado pelo seu contexto. Os contextos possíveis de uma única palavra são freqüentemente opostos.

Os indivíduos não recebem a língua pronta para ser usada.

Em se tratando de língua estrangeira, ao adquiri-la, a consciência graças à língua materna se confronta com uma língua toda pronta que só lhe resta assimilar.

A interação verbal é relatada no capitulo seguinte. Bakhtin afirma que toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que se procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. É o produto de interação do locutor e do ouvinte. Serve de expressão a um em relação a outro.

O centro organizador de toda enunciação, de toda expressão não é interior, mas exterior. Está no meio social que envolve o indivíduo.

A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas lingüísticas, mas de um fenômeno social de interação verbal, realizado através da enunciação. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua.



Fonte: *Bakhtin Mikhail– Marxismo e Filosofia da Linguagem – Editora Hucitec, São Paulo, 2002



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