O anuncio oficial da eleição do novo pontífice romano foi precedido por um sinal que remonta aos primeiros Conclaves, a fumaça branca. Por dois dias o mundo inteiro olhou para uma chaminé. Uma chaminé secular e altamente simbólica.
Em tempos de tv, internet, notícias via celular, a Igreja Católica ainda mantém o sinal de fumaça para comunicar com seus fiéis a Eleição de seu Papa. E seus fiéis entendem seu sinal.
Bento XVI é a personificação dessa mensagem. Embora o mundo se entregue aos braços da modernidade e secularidade, o novo papa, que ainda quando Cardeal Ratizinger e Guardião da Doutrina Católica, compartilhava com João Paulo II, O Grande, o mesmo sentimento: A Igreja não deve se pautar pelo mundo moderno, mas sim no Ensinamento “antigo e sempre novo” de Jesus Cristo. A própria escolha do nome é sinal disso. Remonta a São Bento de Nursia, sinalizando apego à tradição e doutrina.
Sua eleição mostra ao mundo que, da mesma forma como a Igreja mantém viva a tradição de se comunicar com sinais de fumaça ante os meios de comunicação modernos, Ela sente-se preparada para manter sua Fé, clara e amadurecida, ante o relativismo moderno.
O novo Pontífice Bento XVI já afirmou que ter uma fé amadurecida não é seguir modismos, mas estar enraizado em Cristo. Que a maturidade da Igreja é permanecer calma em meio à tempestade.
Este, aparentemente, deverá ser a base do pensamento do Pontificado de Bento XVI: enquanto o mundo moderno apresenta como única atitude deixar a Igreja se deixar levar por qualquer vento de doutrina, o Papa pretende manter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, mesmo que por isso seja rotulado de fundamentalista e conservador.
(João Paulo da Rocha, professor de História pela Faculdade de Filosofia de Jacarezinho)