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cronicas-->Processo íntimo do Apedrejamento -- 05/12/2001 - 22:00 (Thiago D Angelo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Processo íntimo do Apedrejamento

"Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra . Acho que era mais ou menos assim que dizia aquele livrão de capa dura. Mas se por um acaso não houver nenhuma pedra próximo a você leitor, tente um papel e uma caneta, combinados de uma forma cómoda,à sua livre escolha.
Não que eu seja isento de pecados e erros, mas certas vezes um mosquitinho fica zunindo na sua orelha, te dizendo para não olhar no espelho e ir logo prescrevendo os erros, gafes e aborrecimentos que as pessoas a sua volta lhe proporcionam. E isso se agrava ainda mais quando você tem um amigo de longa data, que atende pelo nome de Jónatas, um louco, que se senta todos os dias à minha frente tendo orgasmos múltiplos lendo poesias de Ferreira Gullar. Bom, já vou parando de apedrejá-lo aqui, afinal não tenho motivos para isso(papo sério..), e além do mais, ele é quem me incentiva e ao mesmo tempo instiga-me a escrever o que eu chamaria de croniconto .
Vamos então ao fluxo incontrolável de pensamento crítico de mau-gosto.

Quesito um: no meio do nada
Não existindo melhor lugar para se sentar nessa sala de aula, peguei minha bolsa e me sentei à terceira carteira (terceira porque eu gosto do número três, pura susperstição) da fileira do meio.
Com raras exceções, ninguém demonstra estar realmente interessado no que é colocado do quadro e no que falam os otários que se revesam a cada 50 minutos. E é claro que eu abro o caderno e presto atenção aos meros detalhes da circulação sanguínea das aves e na intensidade da corrente elétrica.
Sono somado ao ócio, fazem de cadernos em branco continuarem em branco e de mentes vazias se encherem cada vez mais(de merda!), e nem mesmo a preocupação com o vestibular muda alguma coisa. Eles e elas continuam rindo ou dormindo. E ainda sabem que na universidade tudo vai ser uma zona, talvez bem maior que a de agora, em algum lugar onde o baseado vai rolar solto!

Chefe do Departamento de Literatura: Parado! Largue já esta caneta e ponha as mãos para o alto! Considere-se preso!

Autor: Eu?! Tá falando comigo?! Quem é você?!

Chefe do Departamento de Literatura: Meu nome é Bahige Fadel e eu sou o Chefe do Departamento d... Ah, você já sabe, basta ler aí, tenho permissão para invadir esse conto e...

Autor: Sem noção hein! Não se trata de um conto, é um croniconto .

Chefe do Departamento de Literatura: Que seja!!! Você, além de não conhecer nem um décimo da língua portuguesa e a vasta obra literária nela contida , fica aí bancando o escritor crítico, apontando os defeitos de tudo e de todos, e o pior, acaba de roubar uma idéia ou frase alheia! Parte de sua última frase pertence à Jonatas Protes, por lei!

Autor: Ah! Mas ele é um dos meus melhores amigos e não vai se importar que eu empreste essa pequenina frase, além do mais ele mesmo censurou ela de um outro croniconto de sua própria autoria e não tornou a usá-la. Portanto, somente se ele se sentir ofendido pelo meu feito vou retirar essa frase de minha obra. Fora isso, esqueça!

Chefe do Departamento de Literatura: Bom, legalmente você está certo, mas como eu não vou com a cara de novos escritores e muito menos com a sua cara, vou chamar ele aqui para fazer sua própria colocação sobre toda essa pouca vergonha! Ó Jónatas! Vem aqui um pouquinho! Um rapaz diz ser seu amigo e acaba roubar uma frase sua! Você não se sente ofendido?

Jónatas: NONADA!

Autor: Aí, ouviu bem?! Pra ele isso não quer dizer nada, ele acabou de levar na esportiva! Agora deixe meu fluxo de idéias em paz pois você já me atrapalhou demais por hoje! Sendo eu o autor desta porcaria considere-se expulso desse croniconto ! Aaaaahhhhhh!

Sim, grito revoltoso não apenas por ser interrompido, mas também por ainda estar no meio do nada. Esse lugar não vale nada. Nós(sei lá eu quem somos)não valorizamos mais nada, e acabamos também sem fazer nada, então:Nonada!
Grito do mesmo jeito que o Claudinho faz lá no fundo, balançando a cabeça para os lados e com os olhos imitando um estrábico. Aliás o Craudio é um caipora (putz, perdão leitor, sem querer olhei para o Fadel enquanto escrevia), que vive me pedindo a tradução de palavras e frases em Inglês a aula inteira! Sem contar que às vezes súbitamente me viro para trás e ele me encara:
__Fá um chat aê ó!
E se eu virar mais um poco minha cabeça para a esquerda lá está o Tião(na maioria das vezes dormindo), um velho amigo velho de moicano e idéias anarquistas das quais odeio. Vira e mexe o véio ou vó , assim chamado, fica vendendo flores na porta do cemitério.
Eles, Claudio e Tião, seguidos da Bia, da Angélica, do Vitor e de um numeroso resto não estão ligando para nada nesse final de ano.
É, realmente isso aqui não é nada!

Quesito dois: Depois do sinal saímos do nada.
Até cansa a mão de tanta gente pra cumprimentar, uns até que me sinto honrado em dar com a mão, porém outros, dos quais nunca tive nenhuma conversação e apego, me fazem cansar de suas caras. É oi dali, ae daqui, poxa, cansa desses costumes de educação. Gosto apenas de cumprimentar meus amigos(amigos) e depois quero ficar em paz com a Carla. E ela, espera paciente a eterna sessão de cumprimentos até que eu volte e lhe dê atenção.
Tradição me irrita. E consequentemente pessoas também. Acabo tendo ódio.
Ódio, que feio não?! Mas quem se importa, nonada(putz, Jónatas, pare de olhar pra mim senão não consigo escrever outra palavra!), a Carla junto a mim ameniza esses maus sentimentos.

Quesito três: gosto do 3, mas apedrejo minha casa.
Me ajude leitor, a casa até que é legal, mas eu estou aqui hoje para meter o pau (notou a rima rica?), então, não há outro jeito a não ser gastar minhas últimas pedras no número 92.
Já entrando você vê um sofá, Tv, jornal, óculos, caneta e palavra cruzada. Um baita italianão gordo, hipertenso e diabético( tá no bico do corvo, e a gente tem que ficar esperto pra discar o 190 à qualquer momento) deitado, suado, sem camisa.
Nossa, deixa eu parar, pois além de ser meu próprio pai, isso aqui tá ficando mais louco que o desfecho de Trick or Treat:Nonadas! do Jónatas.
O que salva é o meu quarto, mas tenho que confessar que a empregada anda fazendo pouco caso do pó em cima dos cómodos, é, nem a Maria se salva das pedras. Preciso também de uma prateleira pra colocar meus livros, coisa que me prometeram e não fizeram, só sabem pegar no meu pé por causa de provas, a prateleira que é bom nada!
Agora fico eu sentado, meio corcunda, nessa cadeira, digitando um croniconto no PC, afinal as pedras se acabaram. Melhor assim sabe leitor, às vezes o alvo poderia ser até você, e ficar atirando pedras para todos os lados faz com que todos se distanciem mais e mais, ficando eu sozinho no nada!
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