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Artigos-->O CELULAR -- 23/05/2005 - 11:19 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CELULAR





Fernando Zocca







A vã vida do Van esvaia-se tal qual areia transmigrante dentro da ampulheta. Como sabiam muitos, o tempo individual da existência humana, era único e passava rápido. Por isso aquelas patacoadas políticas em Tupinambica das Linhas, sob o poder do Jarbas, caquético-bicudo-e-ordinário, não entusiasmavam a mais ninguém. Nenhuma pessoa gostava de perder tanto tempo assim.

Se existisse uma ave que simbolizasse mais azar do que aquele passarinho pilhante, seria esse o ornato fiel da bandeira do Jarbas. Ele (o ordinário) era famoso por governar com esquisitices e detestava aparecer.

Jarbas Nigro, de Tupinambica das Linhas, era o inferno.

A aliança do seu partido com os loucos da seita maligna do pavão doido proporcionou a ascensão do trambiqueiro ao governo da cidade.

Quando fora gerente duma empresa estatal lá na capital do Estado de S. Tupinambos, Jarbas favorecera na licitação, uma empresa constituída por parentes e correligionários seus. Essa ajuda ilegal causou danos ao poder público.

Ainda que mal comparando, havia mais processos de cobrança, nas costas do estropiado, que crédito nas contas dos funcionários da prefeitura, em dia de pagamento. Dava nojo aquele partido e o seu jeito de governar.



O homem arranha



Não se sabia, até aqueles momentos em que ele ganhava confiança no cargo, se os reversos dos revirados judiciais, comprometeram as rebimbocas das parafusetas cerebrais do dismilingüido. Pelo jeito, e know-how da ladroagem, fornecido por alguns integrantes da sua quadrilha, estabilizaram o início do tal governo.

Ele ocupara antes de ser eleito, cargos nas diversas secretarias municipais. Como prefeito porém, arranhava ainda o bê-a-bá dos corruptos.

Alguns diziam que aquela múmia era pior do que cruzamento de cavalo com vaca: não puxava carroça e nem dava leite.

O ordinário perseguia, de forma indireta, todos aqueles que discordavam do seu jeito bicudo e azarão de ser. Ele era mestre em criar fatos negativos sobre seus detratores. Com aquelas ocorrências formava e divulgava opiniões danosas contra as pessoas que não lhe tinham afeto.

O anormal sabia que, nas sociedades de classes, as situações de exploração e subordinação, em que viviam os dominados, predispunham-nos a não se comprometerem com o sistema social. Por isso, ele incentivava o ensino, aos contestadores, de todas as medidas que levassem à alienação ou a direções equivocadas e contrárias ao bom senso.

Jarbas era tão safado, mas tão safado que se se comprometesse a oficializar o namoro com a amada, numa festa de aniversário, divulgada aos quatro ventos, criaria aquela expectativa terrível e, finalmente... não apareceria, dando o bolo na experançosa.

A seita maligna do pavão louco, era craque na invenção de simpatias com as quais tentavam demover os adversários daquele governo corrupto. Era o mínimo que podiam fazer naquela altura dos acontecimentos. Depois disso tentariam furtar, roubar e até lesionar os contestantes.

Os componentes mais velhos da agremiação, incrustada na rua Regente Feijão, clamavam aos céus a ascensão de um governo central autoritário.

Julgavam que com ele não teriam tantos problemas na aprovação das diretrizes daquele governo municipal corrupto e azarado.

A simples notícia da existência de um foco discordante das ações daquele grupo de ordinários, ladrões e usurpadores colocava, em alerta toda uma equipe de assassinos.

O Jarbas era foda! Fidel Castro se sentiria enriquecido se aprendesse com aquela quadrilha, em alguns dias de palestra, todos os truques e simpatias, usados na manutenção dos cânceres no poder.



Usando o dinheiro público



A quadrilha desviava a gaita dos cofres públicos, por meio do superfaturamento dos preços dos serviços e pequenas compras da prefeitura. Faziam benevolência depois doando o óleo às instituições de caridade, solicitando porém a adesão irrestrita e inquestionável.

O apoio político ao caquético vinha também dos latifundiários insensíveis à pobreza que causavam, nos demais segmentos da sociedade, com o acúmulo do domínio das áreas extensas da terra.

A psicologia do latifundiário de Tupinambica das Linhas era muito simples: bastava sentir-se compungido, pela consciência do mal que causava, para logo se compensar doando alguma quantidade de bens aos mais necessitados.

Ora o povo não queria caridade. O povo sentia precisão de produzir por seus próprios meios. Mas para isso era necessário que os detentores da terra se dignassem a repartir aquilo que era próprio e comum da raça humana.

Os latifundiários poderiam dar esmolas. Porém era impossível propiciar condições (repartindo a terra) para que o necessitado deixasse de pedir.

Mas esse destino, um dia haveria de mudar. Se Deus quisesse.





Em breve: OS LATIFÚNDIOS. AS VERDADEIRAS CAUSAS DA MISÉRIA URBANA.









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