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Contos-->Carnaval ruidoso -- 24/12/2001 - 11:52 (MIGUEL ANGEL FERNANDEZ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"(...) Depois, no silêncio da mansão vazia, foi o Carnaval mais ruidoso e pecaminoso já passado em toda sua vida. O Corso Paulista solto na rua; o seu titânico Momo, preso dentro dela. Ao fim da jornada, alquebrada a alegoria, Ovídio espreguiçou no recôncavo das entrepernas. “Exausta, mas não saciada, teve de parar, ainda ardendo de volúpia”, antes de adormecer. Certeza a branquela queria era só seu picaçu. Além disso, gosta de mordiscar o pinguelo dela até fazê-la chorar de satisfação! Derramou lentamente um pouco de bebida nas suas costas; isso o fez reagir arrepiado, virando-se e expondo o “picaçu” já ereto. Sua dureza ela constatou ao apertá-lo carinhosamente. Sorriram simultaneamente, cúmplices no mudo comentário sobre tamanho e solidez. Servindo-se da garrafa, encheu de novo o cálice ainda com resquícios de cocaína e, após beber um gole, deixou o resto para bochechar. Inclinou-se e borrifou em cima da ponta escura, antes de introduzi-la naturalmente na boca. O líquido borbulhante provocou nele mais arrepios. A língua acariciou a glande com rápidos movimentos, fazendo o frênulo tremer. Restos de bebida derramando da boca umedeciam e perfumavam ainda mais o fruto carnoso do seu “cabeça-de-negro”. Sentiu os dedos procurando a vulva ardente e tão molhada como o que possuía na boca. Facilitou o encontro com movimento lânguido. E tinha secura por mulher branca que gosta de sem-vergonheza. “Sinhá”, “Vosmecê”. Assim gosta que a chame. Graças a Deus tem tarimba pros assuntos de bimbada. Contrariamente não estaria levando essa vadiação tão boa. Não é, seu bicho preto?
(...) Estaria amando o belo animal? Melhor seria tudo não passar da dolorosa, doce e perversa volúpia. Ou o nome que tivesse essa urgência quase constante de ser penetrada por ele, invadindo todas suas fendas, apaziguando o furor de seu útero, consumindo e sugando todas as faculdades mentais que os diferenciavam dos animais. A tetéia vai chegando e, sem dizer “Oi!”, arranca suas calças, pega nas prendas, amola seu canivete de fazer gosto té demais. Quando tão excitado, no trevareio, pede pelo amor de Deus, mas ela ri fazendo chapuletada na barriga que nem o jumento da fazenda, diz ela. Segura a vara que nem chicote até esporrar, espalhando pra todo lado. Mas fantasiar amar um negro ignorante que só sabia falar – se tanto – de sítios e terras das quais sonhava ser proprietário um dia? Um preto provavelmente fugitivo? Melhor era tirar essas idéias da cabeça e se deleitar com a outra cabeça dele, a que estava na sua garganta. O resto não importava, ele não precisava pensar."
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Fragmento de capítulo do romance de Miguel Angel Fernandez "A CENA MUDA"
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