Caro Amigo
Acredito piamente em Deus, não para auferir de suas graças ou condolências, ou até para benificiar-me e ir para o Céu. Não... Pois a forma "infantil" de pensar sobre Deus, ficou lá na infância.
Mas eu cresci e passei a pensar por mim mesma, de forma muito séria e bem racional.
Não me considero "enganada" no tocante a esta fé que deixei amadurecer em mim e que sempre me embeveceu e deu-me forças nos momentos mais sagazes...
Não acredito num Deus de religião, aquele que nos ameaça com o Céu e o Inferno, mas tenho uma imagem muito individual dele, cuja essência não consigo passar para ninguém, pois não há catecismo, bíblia ou cartila que a tenha em registro.
É algo inteiramente meu, o qual eu comungo em perfeita harmonia comigo mesma e com a Natureza ao redor.... E esta imagem vai acompanhar-me, tenho certeza, enquanto eu viver... E para além da vida... Onde, presumo, na débil centelha de minha Fé, tudo é mais justo e verdadeiro, pois a mesquinhez humana lá não deve fazer morada.
Acho, porém, ultrajante que, da mesma forma que um religioso convicto queira impor seu "deusismo" a outrém, o ateu, por sua vez, desabe em ofensas injuriosas em relação àquele que, por direito natural (ou divino) acredita num Deus onipotente...
E eu CREIO NELE, com a alma aberta e o coração em júbilo. Mas amo, e respeito, aquele que não crê. E até o admiro e invejo.
Ah! Que sorte tem o ATEU de encontrar em si mesmo todas as forças e explicações para certos fenômenos sobre os quais o ínfimo crente não encontra resposta, a não ser no Deus Supremo em que ele fielmente acredita.
Pois saber-se, o ser, "auto-suficiente" deve ser um grande mérito de muita segurança e felicidade!
Um grande abraço!
Milene Arder
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