Leito febril, teu corpo em brasa
a casa quieta te alucina
o ventre vibra, feridas falam
vulcões adormecidos preparam chacinas
Lábios trêmulos murmuram insones
um nome e um medo, uma sede cálida
a lâmina que te corta agora é o beijo
que naceu desejo, que morreu no nada.
A falta dele é a falta tua
na nua noite que te traz calada
e te cobra ausências, reticências ditas.
Teu corpo queima e chama o dele
mesmo de passagem, ou mero sonho...
Pois não é sonho o amor, enquanto há vida? |