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Poesias-->Carta para o Pequeno Príncipe -- 16/04/2002 - 01:08 (Alessandro Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Querido e imaginário amigo

Hoje choro por ter crescido

Sou um adulto com alma de menino

Mas nesse mundo frio e cretino

Não há lugar para sonhos, desatinos.



Hoje escrevi um poema

E me lembrei de você

Mando agora por um pombo

Quem sabe um dia lê.



*/*/*/*/*/*/*/*/*/*/



Eu não sou sua mãe

Não te pus no mundo

Nem sou seu amante

Não sou eu quem te seduzo.



Nossas veias não são as mesmas

Nem o sangue que nelas correm

Pois a sua alma pobre e autopiedosa

Não é como a minha, forte e caridosa.



Canso de quem se faz de vítima

Chora à toa pelos cantos

Joga em mim o peso de outras vidas

E eu não dou conta nem do que sinto.



Não sou Deus, não sou Jesus

Não tenho que carregar sua cruz

A minha pesa muito e vou levando

Sem divindade ou santo

Está certo, me engano.



Mas sofro por não ter em quem pensar

Nem ter uma alma para amar

Lembrar de cabelos quando vejo o trigo

Não quero mais cativar desalmados

Quero enfim ser merecedor, ser cativado.



*/*/*/*/*/*/*/*/*/*/



Sei que sou injusto no que digo

Não é sempre que assim me sinto

Nem é para todos que me dirijo

Usando algumas palavras do Rosa

Mas pensei em você, Pequeno Príncipe

Em ti, sua raposa, sua rosa.



Há em quem eu penso

Há para mim agradável companhia

Conversas sem início, sem fim

Abraços, beijos, folias



Mas não é todo dia

Nem é sempre que me abro

Quando a razão se choca com a loucura

Não tenho muito que fazer, desabo.



Não sei o que quero

Nem pra que sirvo

Estou confuso, amigo

Desculpe te sobrecarregar.



É só uma carta

Para dizer que ainda vivo

Espero que não demore a chegar

O dia em que passearei novamente contigo.









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