Foi com muito prazer
Que vi dois amigos do repente aparecer
Eles pintaram um quadro da realidade
Voltaram matando saudade
Trouxeram notícias do Oiapoque ao Chuí
As notícias de Minas as deixarei aqui
Para não fugir da realidade
Vou viajar, mas é a mulher quem prepara a bagagem.
Este ano não poderei comprar presente
Na sala do Papai Noel estarei ausente
É que não recebi o meu décimo terceiro
Eta novidade, pois sou funcionário público.
Rezo, mas não vou à missa estou fugindo do púlpito.
O menino Jesus
Mal nasceu já começou carregar sua cruz
Só é paparicado em presépio
Mesmo assim só no final do ano
Ê país do engano
Não estamos num país sério
A cada dia somos enganados e as autoridades fazem o maior mistério
Aliás, o ministério da saúde adverte.
Compras de natal pode deixar a sua cabeça nas nuvens
E parte do seu dinheiro volta para o governo em impostos
E por falar em saúde os hospitais estão moribundos
Faltam leitos, médicos, remédios e sobram defuntos.
Porque as verbas estão minguando
A cada natal que vai passando
Mais meninos Jesus são abandonados pelas ruas
Ganham presentes aos berros: não tenho traçado
Vejo os pais humildes com uma porção de filhos
O que também é fatal de informação
De um país que não investe em educação
Acaba por só formar ladrão
Agora vou me despedir, mas deixarei um abraço.
Aos amigos Antoniel e Luiz Delfino
Que no repente batem um bolão
Mas também pudera
Aqui no cantinho só tem fera
Temos a Andréa que não deixa a pepita cair
Sei que tem mais muita gente boa aqui
Mas pela tangente vou sair
Senão ninguém vai poder dormir.
