Não decantai o amor
Tão logo seu sopro fátuo
Exale sinais de certeza.
Não exaltai suas virtudes
Ante os olhos incrédulos de vazio,
Diante de tão majestoso conteúdo.
Não deixai que tome corpo,
Que invada sentido e mente,
Que inverta a ordem das coisas.
Não, não permiti que avance,
Derrubando defesas, infiltrando trincheiras,
Perfumando sonhos.
Não provai do sabor adocicado,
Vicioso irremediável,
De abstinência enlouquecedora.
Por fim, não julgai o pobre escolhido,
Que por absoluta falta de preparo,
Ou tamanha precaução,
Quedou vítima do maior dos enganos.
Lílian Maial
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