Entro no site da empresa Furnas Centrais Elétricas. No bojo das informações tem conteúdo referente à construção das usinas do rio Madeira. Para quem ainda não sabe, tem dois projetos em execução, embora discretíssimos: as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, concebidas dentro de moderna tecnologia, prometendo pequeno impacto ambiental.
Ótimo, embora eu não entenda coisa alguma do que é pequeno impacto ambiental, já que minha formação intelectual não envolve pesquisa de biomas.
O que sei e todo habitante da hiléia amazônica é que existem recursos naturais para o homem e não são muito utilizados.
Também sei que setores ligados a grupos ecológicos sérios e não sérios estão contra as usinas. Justamente aí reside meu problema ético.
Como avaliar corretamente o bombardeio de informações trazido à mídia pelos grupos interessados? É quase a mesma situação dos produtos transgênicos, combatidos por uns e adorados por outros.
Precisamos da energia elétrica das usinas do Madeira sob pena de faltar sustentação para o desenvolvimento humano da região em poucos anos, embora parte da energia gerada pelas usinas tenha como finalidade atender principalmente ao Estado do Mato Grosso.
O mesmo problema se repete em relação à usina que vai utilizar o gás produzido e desperdiçado atualmente em Urucu, no Estado do Amazonas, e que ainda não saiu por conta de ecologistas e grupos internacionais que não desejam o desenvolvimento amazônico.
Não existe uma escolha fácil por parte de quem trabalha na mídia, principalmente por conta do excesso de informações políticas veiculadas pelos grupos interessados. Porém é evidente que todos temos consciência do que é crise energética após ter passado o susto de alguns apagões, e principalmente pelos programas como o horário de verão, que ajudaram a quebrar o galho dos presidentes da república desde o tempo de José Sarney.
Talvez a ministra Marina Silva, as entidades sérias como grupos ligados à Igreja Católica e um ou outro eco-correto tenham razão, mas não podemos esquecer que existem seres humanos dependendo dessa energia, tanto para gerar empregos quanto para sustentar escolas, hospitais e tantos outros segmentos interessados.
Cabe uma reflexão não muito lenta para que sejam otimizados logos os recursos para a execução das obras de infra-estrutura.
Nunca é demais lembrar que o gás queimado diariamente em Urucu já teria sido suficiente para sustentar todo o consumo de energia durante muito tempo.
Não se promove desenvolvimento sem impacto ambiental e alteração na estrutura de vida de nenhum grupo. Os povos da floresta precisam sim compartilhar das benesses que o desenvolvimento traz, já que das mazelas eles compartilham sempre, cooptados sem serem questionados.
Texto publicado no site rondoniaovivo.com em 13-06-2005