Usina de Letras
Usina de Letras
117 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50629)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Le Avante -- 17/04/2002 - 02:34 (Caetano Perpétuo da Trindade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


POESIAS





LE – AVAN TE













PSEUDÔNIMO: Dioniso Donato





“ Caminharte é recriarte, poetizar é estado de alma, ardência de desejos com lábios ressecados, latente mente alerta, pensamento avante.” (Dionísio Donato)



PARTE I – O VINHO DE DIONÍSIO





...MEU CORPO





Meu corpo irá fechar em copas,

Minha alma em olhar,

Meus ouvidos irão se tampar em rústicos instrumentos,

Minhas mãos irão movimentar alguma horas pôr dia.

Meu coração irá bater forte mais rápido pôr minuto,

Minhas veias irão deslocar sete litros de sangue nas artérias aorta, via sangüínea láctea.

Meu suor irá ser escorrido em gotas na força do trabalho, noite, dia.

Minhas pupilas irão ser dilatadas,

Meus pés esquecidos,

Minha roupa suja,

Meus sonhos fabricados,

Minha célula aquecida.

Meus pronomes guardados,

Minha visão acendida,

Meus verbos oblíquos ditados,

Meus substantivos,

meu egoísmo de repetir os meus.;

Minha luxúria soprada,

Meu amor,

Meu fogo,

Meu anjo,





Minha molécula,

Minhas glândulas transformadas.



Meu corpo será fechado,

Minha alma desfalecida,

Meu corpo aberto,

Minha alma esquecida,

Pisciano em fogo...











































GRITO





Quero esbravejar para todos,

cantos

Ai, força que devora,

sinto

Agora outrora,

semblantes

navalha que viola,

minto.



Quero explodir,

como balão,

Tocai cordas de harpa, mapa

Não quero duvidar de nada,

pressinto

sentimentos, razões,

pulsões, instinto



Não sei se quero,

nada,

afinal nunca escolhi arbítrios

sei que sondas,

infinito,

Homem frágil,

minutos líricos.





CAMINHOS



Sozinho,

terminei sozinho.

Conversei com o Sr. João, não vi nada,

Só uma sombra passava na sua cabeça.

Abaixei os ombros, não vi faces,

Olhei em seus olhos,

vi-me frágil,

oculto transparecido.

Pedi forças a Dionísio para segurar as taças,

alegrei-me levemente num curto tempo de espaço,

Ficou rastro...

Baco passou pôr entre as comportas,

avistei luzes.

A janela fechou em segundos,

o sol brilhou as plantas,

tudo move,

persigo aroeira dura,

amargo doce néctar.

Carrego sonhos em mala.



















REFERÊNCIA POÉTICA





Refiro a poesia, porque ela corre solta.

Vejo cada verso rimado com simpatia,

Mediocridade existencial, epilepsia,

como barro em constante movimento.

Cada passo uma viagem estática com vestimenta.

Poucas palavras definiria a vida real presente,

estórias diferentes com marcas iguais, rituais.

Disso não duvido,

não provo nada que diz respeito à coisa secreta.

Não posso crer,

nem duvidar.

Afirmar ou negar,

não passa de passos,

secreal mistério da vida exposta.

Espaço, tempo, força aniveladora da mola presente.

Tudo isso é poesia

inócua, intacta.

















DRUMOND



Drumond,

vi Dioniso no meio do caminho.

No meio do caminho,

vi Dioniso com a taça de vinho.

Nunca esquecerei desse acontecimento,

Dionísio em festa no meio do caminho.

Drumond,

vi Dioniso no meio do caminho.

A água transformou-se em vinho.

Vi Dionísio no meio da dança,

saltitava na pista ao lado no meio do caminho.

Vi Dionísio, a festa, o vinho,

Drumond.

Estava esquecendo que vi no meio do caminho coisas itinerantes, saltei e fechei os olhos.

Moças coxas curvas,

Coxudas, magricelas,

rapazotes e donzelas,

Vi Afrodite bela.

Drumond,

Deus convosco, Emanuelas.

Drumond,

vi nada,

Só vil.







DIONISIO



Dioniso, valei-me...

Não sou nada...

Estou cego,

enxergo além fronteiras.

Tire Afrodite de minha cabeça,

não sei,

embebedo pôr ela,

na mordida da maçã que tocou seus lábios.

Delicio quando passou o momento que a desejei.

Dois laços infundem, misturam,

transbordam moléculas iguais, conjuntas.

Partida em partes,

encaixando formas despedaçadas, montadas.

Dioniso, segure firme no meu braço,

o tempo me apavora.

Fico triste alegre,

não findou espaço, passo.

Dioniso, entorpecei-me,

estou pronto para a festa.

De dia, Dioniso

Dionisia, de noite.









REFLEXÃO



Estou sentado na janela dos fundos, escutando soá no morro acima.

Tudo está em repouso aqui. Acolá em movimento, porque na janela da frente tem um casal gemendo no mesmo ácido da loucura de beijar esse repouso.

O rio corre a noite como durante o dia,

mas agora ouço seu ruído pôr entre bambus e canavieiras.

Nada demais em escutar uma coisa dessa, inutilidade pura,

assim como ofertar a energia do corpo em 100°, não sei se é cem celsius, ou sem nada.

Nas nuvens relampeja atritos, parece que nada mudou,

no céu badala os mesmos repiques.

Realmente estou lúcido como um copo vazio, sem formas,

todos espaços preenchidos em branco.

Sinto um leve tremor na horta, escuto couves balançarem .

O tempo não se mede em espaços, não se mede nada.

Lembro, esqueço que existo, porque não tem jeito de pensar em duas coisas ao mesmo tempo,

nunca parei para pensar em tal fato,

tudo é uma distração.

O carro passou na rua fez uma barulhada com suas rodas,

no mesmo instante um avião roncou nas nuvens piscando suas lanternas.

Fui mensageiro, fico traiçoeiro, pôr isso escrevo.

O mensageiro espatifa no meio do caminho ao encontro do outro.

O artista escritor encontra sozinho na multidão.

Nenhuma parte prevalece a outra,

nada prevalece nada, nem a vida, nem a morte, nem o amor e nem o ódio.

O que não pensas?

REFLEXÃO NATURAL





Deixo escrito pôr entre a natureza que não entendo nada de mim,

nem eu dela.

Penso que eu as domino,

Olho-as intacta, pura e estática,

vejo que sou limitado.

Ela não tem nenhum controle sobre mim.

A idéia de superior foi uma criação puramente humana,

Assim como a idéia de inferior é de tamanha natureza desumana.

Dois lados complexos se infundem e denominamos de Humanidade.





































DECLARAÇÃO EXISTENCIAL



Tem vezes que minha alma pesa como navio jato,

flutuo sem ver o mar,

Piores momentos, tornam-se os melhores.

Sou como barca, ando de acordo com a maré em marcha ré.

Ilusões de sempre,

sempre vivi iludido, sei disso e não conformo com isso.

Sou abstrato tão concreto, que desfaleço.

Não tem pedras no meio do caminho, no meio do caminho não tem pedras.

Ai, que suspiro doce gelado.

Frio como gelo, amargo como erva.

Olha a ponte do limite, cai na borraceira.

Estou atolado á meio pés estarrecido vivente...

Nunca distingui verdade e mentira, realidade e abstrato,

não abstrai nada.

Sou carne bruta, osso duro de roer.

Não tenho filosofia, princípios inválidos.

Doce amargura de ter prazer em algo inalcançado que poderá virar alguma coisa...

Não é obra de arte, mas Deus da natureza.

Vivo disso, não sai palavras…

Tudo transforma, reforma

Fios atados da história.

Não somos verdadeiros, nunca se quer fomos falsos.

Espontaneidade pura, instinto presente.

Dura alma delicada que não se encontra aconchego em nenhum colo,

pôr isso ama tudo que vê.

Paranóias visiocratas,

tolices absurdas para continuar vivendo,

desencadeiam forças de mares.

Quero descrever alguma coisa concreta sem ser concreta.

Estamos de saco cheio dessa bosta,

roda a cerveja que tudo isso passa pôr alguns instantes.

Limito no ilimitado, nem sei se eu sou eu.

Quem diria outros nós.

Não sei de nada, observo.

Prefiro respirar aliviado e esquecer o que não quero.

Não quero nada, tudo.

Nem sei se quero alguma coisa, nunca quis,

levito, todos levitam o salmo de Levi doze, capítulo seis, versículo cinco.

Não conheço, confere no catálogo monólogo do triste entardecer sem sol.

Neblinas, só nuvens de vez em quando.

A chuva cai levemente, meu espírito escorre,

nenhum parentesco com os passados futuros presentes que passam.

Estou desmaiado, não quero beber água, pôr isso volto a escrever.

Ai, que suor!

Será cansaço?

Pensei em desmaiar,

Nada passou...















MELADO



Quanto mais se evita, se lambuza.

O melado não sai da calça.

Não sou poeta deste mundo maldito contrito.

Estou na mesma barca da rota que navega.

Mar turbulento em calmaria.

Cuidado com o peixe boi marinho,

está a venda pôr preço de banana em transporte legal.

Explique-me pôr favor qual origem dessa graça?

Que caminho habitais?

Existe um eterno intervalo pôr entre lacuna-olhares.

Avisto pastos de ovelhas mansas, perturbadas.

Correm soltas em cercas soturnas maremotos.

O vento sopra como a brisa no meu pensamento.

Nunca estou pronto,

a lágrima escorre da mesma fonte.

Respiro aliviado, perturbado.

Outro sapo mora na mesma esquina.

Cinco palmeiras cercaram de rosas sonhos que murchava.

Enfileirava bancos com as mesmas retas curvalinhas.

Tudo enlouqueceram os poetas sórdidos,

escondendo e expondo suas máscaras que ainda choram.

Ficaram sabatinados...

Apertou três ganchos da porteira e abriram sinais anti-imprevistos.

Tudo é muito engraçado,

nada desgraçado.

Ande como mula,

vê-se perturbado entre o que não sei dos outros que supunham saber,

mas não sabem, sabia.

Não sou perturbado,

estou brincando com a minha ilúcida perturbação.

Não masturbo em noites diáforas, Dioniso é deus dos poetas.

Viva o vinho que não disfarça.

Todo mundo bebe alguma coisa.

Intragável copo de vinho do padre num desvio perplexo.

Miragens expostas, estamos a venda.

Compra-se amigos verdadeiros com cheques pré- datados,

flores fabricadas nas noites de lua cheia.

Estamos sócio!

Somos bacana!

Temos pão de açúcar, evite Açucena.

E o caso é o seguinte:

O preço da égua é cento e vinte, quem não come melado, quando não come se lambuza.





























APTIDÃO



Estou apto para nenhuma matéria.

Conheço todas artimanhas propostas,

não consigo enganar o enganado conhecido.

Prefiro que me queime, não xinga o culpado pela sua tragédia prazerosa.

Toda faca tem seu gume, todo amor escapa no limar das afiadas.

Não quero socorro.

Ninguém socorre alguém.

Estamos a mercê,

vendo o vento passar pôr detrás das montanhas,

não deixando de passar pôr entre as asas das montanhas...

Pulo na piscina com o meu papel.

E no quarto povoa idéias estendidas no espaço sideral.

Poetas, mentores, advinhos profetas, socorrei-nos deste mal.

Aliviai-me do bem que não fizeste.

Estou apto a tudo, aprontai.























TORTAS



Tenho cinco tortas,

mas não posso escolher nenhuma,

senão eu não seria eu,

mas torta alguma.



Estou torto de idéias,

latejo como febre.

Fico doente com palavras, império.



Fico pasmo com os verbos de ligação ser, estar, ficar.

Estou doente, não tenho cura,

há médicos enfermos almificar.



Pasmático combina com encantação,

pôr isso me deleito.

Minhas idéias voam a mil,

nunca fixa em coisa concreta, abstrai jeito.



Fico sendo reto em torta linha,

encurvai as colunas costas de suas faces,

Pesos iguais das coxas de retalhos da “Fiinha”.



O muro não passa de uma divisão concreta da torta reticência...

Olhai os caminhos que enveredai.

Sou cascalho, concreto ausente, marco presença.





Sumo na estrada,

fica um sorriso intervalado entre janelas de vidros.

Deito e esqueço dos pormenores detalhes,

Entortacedorestes.





















































MUDANÇA DO SAPO



Como tudo mudou...

Os sapos não cantam mais na lagoa, mas ouço o sapo cantar na lagoa.

Agora, está encostado numa lama de barro, atrás da moita.

Suspirou e soltou três espirros...

Vi o sapo coaxar...

Quem, quem foi o sapo?

Vejo-o,

ele cala,

eu respondo:

Como nada mudou...

Os sapos ainda canta nas minhas comportas.

Pôr acaso os sapos cantam?

Restou o presente que nunca passou, passado.

Velho sentimento do sapo em sentimento no sapo.

Nem Freud, Shasdespeare, responderia tal envolvimento,

falo-ocioso em ficar pensando.

Abstenho.





















INFORMAÇÕES





Sensibilidade aguçada em ouvir ruídos,

sentimentos abstratos tão concretos compraz.

Expludo como balão em gaivotas rodopiadas de liberdade em ficar voando.

Deverá ter uma força móvel equilibrando massa.

Não tenho nenhum domínio dessa força.



Levita pôr um corpo,

Escapuliu três caibros de madeira no meu quarto,

rompeu duas telhas no barraco do vizinho,

um botão de rosa ficou pisoteado no asfalto.

Penhascos não floresceram,

continuam igualzinhos de manhã.



Sexta-feira, dia da reza aos Xamãs da cidade.

Tudo torna-se festa,

até as brigas de malucos poetas com a polícia central.

Esposa matou o suposto macho pôr um corte de punhal.



Fulano, sicrano e beltrano casou,

Mudou e nem te convidou.



Agora o padre da cidade está passando mal na distribuição do dinheiro na coleta de São Sebastião.

Os filhos de Dona Zica, Francisco, João e Maria foram para festa folia,

outro mora em São Paulo, fazendo promessas de romaria.

Companhia de Jesus em procissão das noites de São João.

Terço, novena, ladainha as putas da cidade que não preservaria suas bundinhas.

Dava peripaques, bebia, enlouquecia a polícia da cidade.

E a festa não termina, continua...

Começa uma chuvarada...

















































DANÇA



Tudo é encanto só, canto

Respiro aliviado de negar

outra parte que expio, tanto.



Deita, rola no universo manto,

Teia deitada na rosa,

Úmida feroz planto.



Dia, dia, noite lua sol,

Desce nas nuvens, estradas,

Caminhos arrebol.



Cuidado com a juriti na cana,

Saltitei meu galho,

Junto na sua veia.



Sou periquito que está passando, vil.

Brasileiro acidentado viril.



















OCULTOS





Sou eu que faço pecados na minha memória esquecida.

Não sei de nada, entendemos.

Vou pelas estradas apanhar frutas do pomar,

como andam os pássaros que convive quando criança como filhotes.

Vejo a estrada, fico no espaço evacuado evolutivo.

Ouço passos na estrada, meu ruído foi longo traiçoeiro demais,

Meu pensamento confunde numa só coisa, divirto.

Não entendo nada, mas duas metades dividem faces,

Ocultos opostos,

Sentimentos abstratos,

Concretos reluzentes parindo.

Vou sabendo que nada se explica.

Remói.



























PENSAMENTO MODERNO



Sou um pensador,

não faço nada.



Sou um trabalhador,

Não ganho nada.



Sou um pensador do trabalhador,

Rende a empregada.



Sou um trabalhador do pensador,

Caçador de dinheiro.



Sou nenhum, nem outro,

Depende de nada.



































HOMEM NA LUA





O homem foi à lua?

O que me importa se o homem foi a lua.

Importante é que vejo a lua.









































RECICLAGEM





Poeta pintou sete com cinco palavras pinceladas

A poesia ficou no círculo vicioso da reciclagem.





























ELEMENTOS



Cuneiformes cubos,

Ardoramor

A moral ressurge como nada,

Fico espreito sem cauteloformas,

Mórficas psiques, parada no tempo.

Aconchego infinito,

Descuidado sempre.

Energia rola,

hidratação da pedra lunar,

infinidade de vencer substantivos:

Terra, fogo, madeira, água, arbusto mar de montanhas,

morro de encantar recatado com os verbos:

Estou sentado ouvindo grilos cantar.

Eu, tu, nós deixamos de existir pôr um momento,

unificou forças abstratas reais, concretas.

Estúpidas palavras, ai que tropeço.

As nuvens estão escuras, a noite não brilha com a lua coberta,

bichos sorrateiros vivem em outra metade que dormimos.

Vejo, ouço ruído.

Não quero interpelar a nada.

Tanta beleza a tudo.

Tacitamente noturno ao pôr do sol,

desço montanhas e avisto nós debaixo das alcovas em galhos dependurados,

cada um com sua força móvel,

estática na alavanca em movimento.

Figuras místicas de passagens,

rituamos símbolos de imagens.

Clara como a luz do dia.

O sol desce,

a terra gira,

O ar move,

A água renasce,

A madeira transforma.

Somos madeira nessa marca,

voltaremos água misturado com a terra que sopra o vento,

ressurgindo das cinzas em gotas de partículas de nós de madeira que transformamos em arte cada passo na métrica circunferência da esfera.





































PENEIRANDO



Estou aqui limpando palavras, explicando nenhuma coisa conceptual de caracter acadêmico mistificado com títulos públicos sacrificados.

Isso não vale para nada mesmo,

Se quiserem.

Cada um faz seu serviço, pronto e acabou.

O deputado sentou na tribuna em nome do povo e votou na burguesia que dependia de velhos valores favores.

O vigário subiu ao altar e converteu os símbolos sagrados em cartas de fantoches de imagens publicitárias nos meios de comunicação.

O suborno passou a ser suborno-subordinado.

O operário saiu com a dama duas vezes pôr noite para dançar tango nos piores bailes da cidade.

O moleque desceu a pista, tirou a roupa no final de semana para conquistar a praça central da dança.

O cachorro, o mosquito, a perereca, a cigarra, o João de barro, não sabia da estória.

Deficientes...

Definito-cientes.



















PERCEPÇÃO



Deito na cama ao lado e acordo que já dormi antes.

Escuto vozes, escrevo hormônios da veia existêncial.

Existimos talvez porventura, duvidosa de tanta certeza, calo.

Escuto vozes, sou eu que falo, não escuto.

Espaço temporal, oiço grilos, avestruz, tucanos maravilhosos bicam abacates na coberta do sol á noite.

Senti calafrio, aliviado.

Suspirei prazerosamente infeliz que nem sentia.

Olhem todos, como é bonito dançar, não tenho ritmo.

Uma abelha voou nas avencas, a goteira pingou no chão deixando marcas.

Fiquei resguardado, tamanho de uma caixa de jornal bruto, estático.

Locomovi como lagarto que enfeitiçava suas presas.

Agrado sempre desagradável, vil.

Estou aqui, sentado.

Tamanha espessa, fina flor de trigo.

Piso na minha terra aforismático diretriz.





















RESPOSTA



Qual é este mal que devoro?

Em que plantas consomes?

Diga-me uma resposta,

Diga-me qual seu nome.



O que vejo é a morte, vida,

Purifica esse ar, imita,

saudade do seu canto,

de uma vontade infinita.



Fala-me a resposta do seu mistério,

Ministra a copa do teu ventre,

Maria chove, em frente...



Avisto pistas escaladas virgens,

Rogai pôr nós tuas dores,

Explode em teu fel no seu ventre,

Montanhosos picos nevados em flores.



















VIA



Via satélite, via láctea.

Estou a mercê instintualmente,

Via veloz vivida fáctea,

Posicionado em câmaras lentamente.



Vio fálico condicional,

Formas ambíguas, imaterial

Cordões frágeis, eternos,

Incondição do amor materno.



Viu algazarras de Baco em festa,

Garotas desfilando prostituindo,

diabo a quatro em forma de gente,

condição tão passageira, real presente.



Absolvo afogado,

na amplidão do universo em copas tornadas.

Bebo o veneno do vinho, vil.

































DESENHOS





Tenho vários desenhos na imagem,

sonho com eles a noite inteira.

Não sei se lembro partes.



Tenho um vocábulo incorreto na acentuação gráfica dos verbos silábicos de ligação incorreta pelas impressões tiradas no outro dia.



Tenho muito miolo na cabeça que esquenta meu cérebro pôr minutos. Artérias, correntes sangüíneas,

tudo em partes explicam o encontro das moléculas H2O na cabeça do Homo Sapiens.



Tenho andado desconfiado com os burocratas,

não crio nada.



Tenho poucas palavras,

nem comecei a pintar meu quadro em pinceladas atômicas de cinza.

Tenho poesia, carrego um fardo, não rimo.

















QUERER



Não sei o que queres.

Nem eu sei o que quero.

Se queres eu, não sei o que queres.

Sei o que quero, não sei o que queres, quero.





















































PRISÃO





Estou preso,

amarrado como boi no laço,

cercado pôr presas da fera a ser aprisionada.

Salvador valei-me nessa hora de desalento,

Da brisa suave que passa, desarmonia no ritmo,

Olhai essa carapaça, voa a mil neste fermento.



























TEM TUDO TEMATIZADO



Tribuno, tributo atributado...

Tributo, atributo tributário...

Trema, tremido, triturado,

Triturado o trema tramado,

Tricota, tranças, trançadas,

traçando transas tricotadas...

Toem, tem totem,

Tontotemto.

Terno, tempo tento,

Tento tempo ternopaço,

Tempestades, temperaturas temporais,

Temporais-alturas, tempestades.

Tic tac, tatu,

Tac tic tu tá?





























AS PISADAS





O menino sorrateiramente compreendeu suas pisadas,

Estavas cegos pôr um momento, via tudo.

Correu e sentou no sofá assistindo tê ver,

Não há diferença entre o meu espaço e a do menino,

Igualamos no universo cosmo caminhada...







































MISTÉRIO



Tenho sede, dai-me água de beber,

nos meus olhos rolam água de paixão,

o segredo virou profissão.



Tenho fome, dai- me de comer,

na minha boca saliva de calor,

o mistério tornou-se sem sabor.



Tenho sócio, dai-me sociedade,

no seu meio tem tribunal,

o secreto tornou-se real.



Tenho calma, dai-me alma,

no repouso do ventre,

real tornou-se presente.



Tenho oco, dai-me corpo,

no movimento do abstrato,

leve toque tornou-se tato.



Tenho o verbo Ter, dai-me conjugar,

na linha do novelo que tece,

da amante que não se esquece.



Os vizinhos acordaram, tudo viraram a outra página.







CONTAGEM





Uma onda calmou no estado rítmico da água,

Duas meninas desceram a serra em busca d’água,

Três moleques fizeram cestas para apanhar rosas,

Quatro rapazes subiram no comando das terras sem água,

Cinco moças vestiram suas melhores roupas para o encontro das águas sem terras.

Seis homens adultos pararam no ultimo ritmo do pico na montanha que passaram terra e água,

Sete mulheres adultas deitaram-se no ultimo escombro da colina em festa ritmicamente na água e na terra,

Oito senhores robustos encontraram-se na festa pôr debaixo do óculos, não havia faces.

Nove senhoras com tonturas lúcidas que tudo é passageiro, vai e volta sempre, esconde.

Dez animais armaram sua tenda na beira da estrada e ligou a outros onze, doze, treze, catorze racional na dança rítmica animal.























SECRETO



O mistério é tudo,

Não sei de nada,

Senão não seria mistério,

que em tudo falaria.



Deus é o mistério,

Imagem das partes do infinito,

Não findamos poente,

Reluzente contrito.



Mitos, Zeus, Apolo, Dioniso,

Buda, Maomé, Jesus Cristo,

mistério é esse, que encanto?

Somos parte do universo como tantos.



Não deixa nada escapar,

Vira as dobras que tudo se apega,

o que mais deseja, é o que mais se nega.

















CAMINHADA



Acabei de descer uma escada e subir cinco degraus,

Sempre existe uma possibilidade de avistar os montes,

Desço pelo riacho com alguma coisa encontro,

O cálice da cicuta e do santo Gral.



Estou saltando em segurança profundas,

Abismo da alma na roda da fortuna,

Estrelas cadentes de marés em lua cheira,

Cada laço enfiado na sua teia.



Cada passo um alívio de endurecer a carne que passa,

A violência pesou essa massa,

Sonhos foram invadidos pelo desejo que cobiça,

Esse é o mal do qual necessita.



Excalibur ergue tua bandeira,

Caiapós levanta sua chaleira,

Tigres, ursos, asiáticos,

Sol f i s m a t i c o, acorde Rei Artur.



Intervalos entre porteiras,

Pontes que cruzam cirandeiras,

Arma do poeta que sofre na dor do parto,

Palavras que necessitam do seu farto.



Páginas de um livro que passou,

linhas de uma vida que ficou,

versos infinitos de poesia,

estado de alma, epifania.























































VERBO ESTAR



Estou debilitado,

Débil mentado,

Controlado.



Estou lúcido,

Vasto moribundo,

Banal prazer do mundo.



Estou no verbo estar,

Razão e emoção não se podem misturar,

Positivo e negativo a conjugar.



Estou no espaço, espaçando,

Tecendo frestas, apagando,

Avistando picos, nevando.



















PARTE II - ESTAÇÕES





DOR MENTE



Dor abstrata de viver concreta mente,

Plácida, fluidez no delírio da alma

Eternamente abstrato...



Chorei pôr duas vezes, havia faces sem motivos,

Certeza duvidosa da alma que passa,

Pensamentos irrepensáveis,

Voam leve como penas, pesados como pedra,

Passou interna na mente que afloresceram cachos de uva,

Secaram os galhos, rapidamente veloz, estático,

No mesmo intervalo do espaço que uma criança sorriu no colo da mãe que foi acariciado com suas bochechas.

Prazerosamente!

Dormente verdade.





















CERTO DIA



Certo dia criou um espaço,

Levantou vôo nas caçadas,

Tirou um pouco de nós,

Amarados como girassóis.



Certo dia não teve tempo,

Velocidades imediatizadas,

Voa como o vento,

Em órbita parada.



Certo espaço, tempo, dia,

Noites, sonhos que A alma gemia.

Movimento ético eterno,

Seios menta mãos má terno.



























ESTÃO



Os homens não estão vivendo,

Estão morrendo...

Os amantes não sabem o que querem,

Estão sabendo...

Os padres não sabem o que fazem,

Estão fazendo...

Os pobres não sabem o que comem,

Estão comendo...

Os ricos não sabem o que sustentam,

Estão sustentando...

As crianças não sabem de que correm,

Estão correndo...

Os profetas não sabem o que prenunciam,

Estão prenunciando...

As festas não sabem o que realizam,

Estão realizando...

Os poetas não sabem o que falam,

Estão falando...

Os cortejos, as cantadas, os silêncios tudo aceso num funeral,

não tendo certeza de nada.

Estão tendo...

Estão?

Bastão.









PARTES



Os homens estão divididos entre a faca e o poder,

Repartais vos as injúrias do cobiça alheia,

Nem todos reparte o poder com a faca.



Economias absurdas, compras abusivas,

Desvirtuamentos direcionados,

Hepatites efusivas.



Concorrências medíocres,

Corpo vendido como carne em açougue,

Vitrines expostas com obra de arte oca.



Mercado liberal novo,

Antigo nos desacordos das partes,

Difundindo suas obras de “arte”.



Vazios de sempre preenchidos com lacuna,

Espaço vago das partes que repartem,

Multiplicidade onde todo mundo cunha formas de una, partem...

















ILUSTRAÇÃO





Ilustrações perdidas, o pincel passou com um leve toque,

Ficaram foragidos as faces do verdadeiro poeta,

O mundo enlouqueceu e perderam suas vestes,

Túnicas amassadas, sapatos envelhecidos.

O mundo virou uma configuração maquinal,

Calculadas na barra de código que o identifica,

Identidades invertidas, planejadas em tela.

As casas passaram a ser o ponto de refúgio,

O mundo enlouqueceu, ou minhas palavras tornaram-se um repúdio.

Versaram música, poesia, ciência e filosofia,

casais se entrelaçaram nas pontas das cordas,

República do medo, terror da democracia,

Mercê do ideal da dura realidade,

Ilustraram os quadros de Van Gogh nas galerias,

Rendendo bilhões de dólares na bolsa de valores novaiorquina,

Nirvana da alma que ultrapassa em períodos,

Ilustrações da mente pincelada em matérias com gravuras.



















SEDELIBERDADE





A liberdade de criar



expressa vontade desdita,



Verônicas solteiras,



cantando seus feitiços,



Velha morte que alucina,





tia avó e menina.



























SOLIDIFICAÇÃO



Tudo que não é sólido se dissolve no ar,

Ouço cachorro latir,

Fico estático a vozes bramir,

Solitariamente todas janelas estão fechadas,

Não espero seu toque,

Passageiras hostis marcadas.

O barraco desaba,

A polícia revista viatura,

Revistado indissolúvel,

Dissabores com a mesma textura,

Oca, pálido esôfago de viver sufocado,

Não tem cor, nem tintura, solúvel.





























CORAGEM





O poeta encosta de medo, estica suas pernas no canto da cama,

não respira se quer um segundo.

Vira debruço com medo da picada dos mosquitos públicos em suas costas.

O poeta dorme delirando com seus sonhos solitários, comunitários na preocupação com ser desfalecido.

O poeta vive martelando o cérebro, come palavras até encher o estômago de explicação, sacia com nada, vomita e chora sangue de suor nas estradas sociais percorridas. Voluntárias chaves que pegamos, desacatos a autoridades atrozes, vultos campos passageiros na imagem.

O poeta segue rota, desmaia a cada instante,

ágil em cada tombo, onde a inocência é a sua maior arte.

Poetizar é temer esconderijos expostos,

secretos momentos de sabedoria da alma medrosa de encarar a coragem temida do poeta.

O poeta está desmaiado.























AGRADAVELMENTE



Tudo aceito de bom grado,

no mesmo deserto estamos, agradável.

Estabilidade do tempo, momento,

miragens das marcas, mirando.

Atualmente não leio nada, a não ser a vida,

vadia, covarde, preguiçosa rede.

Penso-a com intensidade,

avistando escaladas com densa idade.

Reformulo obras arcaicas, me decifrando em nenhum nos personagens da obra, todos me aparentam em algum exato momento.

Nas divisões deste tempo e espaço, marcando.



Dores e alegria no pensamento do mundo, tudo corre solto,

carne fresca na pele,

mente dura de corroer-se,

foi-se a calma na alma do mundo,

alegria de ficar pensando,

sempre restam pensamentos,

talvez de não ficar pensando, incomodo.

Não endireito no meu espaço, quero novo, antigo.

Vivo permeado entre dois intervalos,

entendo a vida perfeitamente,

pôr isso aprecio o tranqüilo e o agradável.

Deus é a tranqüilidade do repouso de passar agradável mente,

encadear sonhos,

desmistificar mistérios,

perguntar o não sentido de amar,

olhar a rua e chorar pelas mulheres que fizeram suas covas,

os maridos perdidos na mesma caça.

Prédios erguidos,

torres tombadas,

patrimônios públicos financiadas pêlos despatrimônios privados,

filhos sem mãe, tiro na carabina,

derrota os mais fracos,

sem falar dos pequeninos.



Repousar é animar mistérios,

agradavelmente grave,

bom agudo.

































ETERNIDADE



Os meninos desceram no fim de semana, viraram crianças adultas nos parques de diversões.

As mulheres desceram no final da semana, viraram adultas nos caprichos na ceia da casa.

Os homens desceram no início do final do fim de semana, viraram crepúsculos dos ídolos fanáticos do mundo.



Três atrozes criaturas que passam,

corpo, mente, felicidade.

Passagens atrofiadas que fiamos,

Ciclos da história que tecemos.



Homem, mulher, criança, velho adulto aprendiz,

Somos enfeitiçados com o nosso próprio feitiço,

Saímos bem em todos ganchos,

acende a luz hospitalar do seu rancho.



Somos rasteiros nas passagens,

alguma deverá mudar,

Os ciclos dependem das idades,

verdades que deveremos buscar.

Eternidade de não poder movimentar,

não fazer rimas com os versos, verbificar.







DESCONHECIDO



As coisas são ocultas, mas não em partes, mistério,

outra parte conhecida, inculta.

Cada olhar do outro é sempre meu olhar para outro,

olhando para outro sempre no meu olhar...

Olho sem interrogações,

dúvida constante,

força irracional de ficar pensando em ser mais racional,

animal bruto.

Alguma força imóvel,

gira o mundo com seus bonecos,

fantoches da alma,

Marionetes do sistema, necessidades presentes.

O funcionário da Copasa foi assaltado no registro do bairro,

Um Sr. Calvo de olhos verdes, desceu dois carimbos no registro falsificado pôr dois milhões de dólares,

devida a quebra da Argentina o mais forte leva a melhor na raça,

no peito, na manha ou no dinheiro.

O sábio olha, odeia, não desgruda dos livros do mundo,

caindo mais vezes que levantando.

Tem dessas coisas no mundo, só vale o que custa.

Afinal, pouco importa a poesia.

Sento na minha cadeira,

escrevo até ficar ritmado na dúvida das idéias, afirmando e desmontando palavras em figuras de linguagem,

mistério de ficar pensando, olhando, nem dando conta do lugar.

Desconhecido mistério do sábio,

oculto no olhar conhecido.



CASA DOS ARTISTAS





Clara casa dos artistas grandes, big irmão do mundo,

deixa Van Gogh, Dali, Castro, Amilcar,

João Batista, Maria, Caetano, Chico,

Regina, Crusoé, Monroe,

Rita, Joaquim, Mané,

Tiago, Miranda, Judas saber disso.

Ficarão irados com atitudes escabrosas, meretrícias,

“artistas” se expondo ao ridículo canal,

arte da velha dama não prevalecendo a privacidade do sexo, sexual.

Sou poeta solitário, a interpretar o mundo,

Pôr isso tenho pena,

uma dor de barriga em estar no lugar deles,

falando outras coisas, mas essa ronda não faz a festa,

não é possível medir ibope, bovespa na conta de valores a venda da arte.

Uns interpretam artes técnicas visuais,

Outros com vozes rouca a sondar o grito,

escrevendo palavras,

sua arte indelicada de descrever a casa dos artistas do século de nenhum vintém um.













MAR



Mar!

Omar!

Maria, me dê maré.

Marítimo mar,

Josimar, Dulcimar, Floramar,

Osmar,

que mar?

Remar

amar no mar.





































ALFABETO ACLAMATÓRIO



Adélia, Adélia,

em que prados, prantos,

princesa poética,

pincelando palavras.



Ofélia, Ofélia,

extradição, traição,

mãos de cabelos sedosos claros,

oleoso pensamento em nebuloso sol.



Amélia, Amélia,

te desconheço tanto tempo,

numa esquina da encarna ação,

todos tem seu espaço, lugar.



Afrodite, Berenice, Carmela,

dias ensopados fico,

grandes hortaliças irrigam jorradas de lamúria,

Maria não ostenta palavras,

quero rastejar sapiência,

testar unívoca velocidade:

X e Z não entraram na estória,

Agora é yes ou world.

Woman or not to womam?









PAISAGENS



As paisagens são as mesmas,

só mudam as comportas pôr algum momento,

pastos, colinas,

muralhas erguidas na China.

Vejo nos olhos teus, minha imagem caída,

erguida

porque existe um intervalo o que aproxima de sua fantasmagoria,

imagem,

arquitetura da outra parte perfeita.

Sou caverna das minas furnas,

dos morros lenheiros,

caboclos feiticeiros.;

Fazendeiro pagou mal,

empresário virou as costas,

o mundo virou per capita,

capeta.

As flores que nascem não são as mesmas,

luta trivial estática,

mórbida clareza no pensamento,

o choro da criança no chão, ao lado do pé da mãe,

seu pai está encostado na poltrona assistindo adestramento do potro,

ferramentas, agulhas e fagulhas,

tudo virou um quintal só.

O quadro precisa ser pintado.







POETA DO MUNDO



Fiquei cabisbaixo triste o dia inteiro,

uma nuvem fosca passou pelo meu passardia.

Endureci com as regras reais do mundo concreto,

revoltei com os empresários que compraram uma calcinha de uma dita artista pôr mil e setecentos reais,

pregando a justiça do mundo na doação a uma instituição social,

Achei aquilo tudo muito mal, feio horrendo no fútil bestial.

Vi as coisas como absurdo,

insulto.

Tratando jóias como obra de arte,

fico espasmódico com as minhas poesias tímidas,

melancólicas palavras solitárias.

Uns mexem com os lábios fazendo gestos, sinais de expressão.

Solitário vejo o mundo coletivamente passando na minha vida.

Sou íntegro,

faço ofertas de poemas, ninguém dá uma bala ao belo,

bobo.

Hoje não estou triste, nem conspícuo,

leve como balão qualquer pico,

explode.

A filosofia, a dança, a poesia, o teatro,

a maresia do mundo não me consola,

esfola.

Quero também vender a minha obra de arte,

estou a venda, não tenho ética,

patética,

Etnia miscigenada,

tons claros lúgubres,

não faço rima,

anima.

Hoje estou alegre em escrever um poema triste na alegria do mundo,

Fecundo.

“Não me chamo Raimundo”.













































COMANDOS



Prefiro cantar ao mundo suas tristezas arraigadas, todas caminham muito triste,

Tento disfarçar na tristeza do mundo com um sorriso pôr entre os lábios,

insiste,

Uma senhora caminha com uma sombrinha na mão firmando passos, segurando picos dos morros para chegar a igreja,

fareja,

preces e novenas a todos santos de suas dores colorida,

cor.

Amor de poeta,

passageiro como ondas sempre,

Nunca se esquece nada, permanece,

muda.

Um filósofo,

um poeta,

um sábio,

um cientista,

um padre,

um profeta,

Um punhado de nós falando a mesma coisa.

Que coisa é essa?

Que caminho cruzamos?

Somos marcadores de geração em direção?

Tudo acabou quando a senhora terminou de fazer sua oração,

o poeta escreveu seu poema,

o padre desceu do altar,

o cientista revelou sua certeza,

Preanuciamento de tese em justificar alcovas,

novas.

E todo mundo comandando sua arte.





















































CAMINHADA NA RUA





Passando na rua, vi uma cena violentada pelo olhar,

cada vértice compunha-se com os mesmos quadros pintados,

Dona Carolina chorou a noite inteira, revelou seus sonhos,

aparição de Nossa Senhora,

a mesma dúvida pairava no ar pôr alguns minutos instantes,

não conseguindo perceber uma distância na outra.

A rua tinha um vértice côncavo, descrito com palavras,

mas suas verdadeiras ruas eram compostas pôr casas,

construção humana feita com concreto, madeira, ferro, água na terra.

Suportava terremotos, ataques tribais,

Maremotos das defesas que se escondia.

Tudo era paradoxo,

(mas que palavra esdrúxula)

abstrato real concreto presente,

opiniões veritas,

doxas ausentes.

Na verdade passei na rua e não vi a rua.























INSOLIDES





Lindos algozes,

matam a ferocidade da vida,

como tranqüilidade do poeta,

O romantismo dos apaixonados,

A alma que voa,

O velho branco,

novo velho que bengala,

A arapuca da juriti na laranjeira.

Sr. João Rosa vende banana e enterra no cemitério corpos na insolidês des essência,

Morreu semana passada.





















LEVANTE POETA



Sou levante do rei,

irrelevante rainha,

Flores amarelas, com frei,

avermelhada dores ainda.



Pacato atrevido infante,

Castelo é a sua infantaria,

tiros em flashs, amante,

passos corriqueiros, pirataria.



Não vejo nada além do bojador,

Cantiga na rua, imaculada teu amor,

Tanto que prazer que sente, rumor,

Não rima a vida, viva vida deste amor.



“Ai! Que dores deveras sente” ,

o poeta falou, para onde vai toda essa gente?

Que não sei para onde marcham, nem sei se pensam nisso,

Vejo que deveras dores sente com isso...















Tenho que saudar aos poetas, dialogando com as nuvens, observando as estações, a poesia corre solta no mundo em cada verso.

Vive parodiando oxítonas, representando figuras de imagens em abstrações tácitas.

Tenho que saudar a poesia desmaiada inverso na sua posição vertical,

O sol pintou no horizonte, vemos o brilho como claro, o escuro como escuro, nada mais, porque nesse intervalo tem a poesia,

Magia.

Fulana e ciclana ainda tem nome,

Seu nome é a poesia da sua palavra.





































LUA POÉTICA





A lua está brilhando,

está porque estar,

céu estou te amando,

Não quero fazer poesia filosofando.

A planta está porque está,

nada mais resta,

Tudo não poderá ser mais simples,

a planta está,

observando o estar da planta, estou,

Vai meu amor,

vê se não demora,

se perco esse trem,

não sei quando irá chegar a hora.

E perder o meu bem,

Quantas vezes preciso dizer adeus, amem.

Quero ir também, “queremelém”,

pérolas da alma em ficar olhando para a lua, vendo seus brilhos raiar,

triste beleza em te amar.















































































GLÓRIA AS PALAVRAS





Palavras alegrias de glórias,

mas o que seriam as glórias das palavras?

Ou glórias sem palavras?

Ai de nós! Sem palavras e sem glórias.

O que seriam as alegrias sem glória de palavras?

Glórias das alegrias sem palavras.









































BOTÕES DE ROSA



Quero padecer em rosas,

abrolhos de cactos,

agouros cupins opacos,

Dedilhar gargantilhas da alavanca,

alevancai,

Acordei dormindo em posse, me tomai,

comei esse pão que ainda farta,

restolhos da aresta circo rei,

bebei desse cálice cicuta morte a vida,

errei.

Caixinha de segredo humano,

brilhos de Pandora,

passageiros infinitos,

botões de rosas.























PARTE III – POESIAS INVERSAS



CINCO ROSAS



Cinco rosas, abstratas circundas,

Defeituosa teus braços fecunda,

Sagarana deserta infinita passos algema,

Flor da terra, menina na alma de cor morena.



Abstratos concretos mundos,

ais faroestes caboclos indo,

Quem é o professor Girafales?

Kiko, caco de televisão, Mafalda.



Escutam a prece, desce redonda sua palavra,

Desertam montes, encontrando em picos nebulosos de paradas,

Sou eu que vou passando, escuta sua morada...

Dona Rosita, Imaculada, palavra nada.



Escuto dois pontos nevoados ressoar na floresta,

São potros que arrebentaram arestas,

Fugiram para canas, trepar nas moitas de café,

angico, cajueiro, jacarandá, jacaré.



Acabando o vaso chinês com cinco pétalas de rosas,

Foram rosas enquanto duraram certezas duvidosas,

Destroçando cantigas antigas, ouço ruído do vento que sopra,

Vira, arrevira sentimentos de Pandora devora sasor, sabor.







FÓRMULA DA BÚSSOLA



As fórmulas da bússola:

Carta de espadas, copas de ouro parindo,

Cortes de cartas de paus medindo,

Palavras saltiteria, não tem fórmulas abstratas, partindo,

Sola bússola da saudade,

Amar não tem idades, desconsola bússola,

Lá sol bússola fórmulas,

Raiz quadrado de x, simplificam meus versos,

Ligeiros regatos, diversos olhares do olhar que olho,

Olho manco, oco, opaca cores avisto,

Muito longe numa floresta, ficam pensar meus pensamentos,

Deleitar em tabuadas, lições punitivas, apontamentos,

Apertado sempre vivemos, não há folga, todo espaço pertence,

Pôr que precisaria de tal incógnita?

Não demonstro morto, nem vivo, se quer damos a conta.

Pôr isso irei terminar meu poema, sem saber dizer fórmula da bússola.

Verdade perpassa a pólvora da tinta.



















FLOR DE CAVACHE



Quem sou eu?

Não posso te dizer que sou eu,

Acaso posso ser eu em te dizer que nenhuma rosa não abriria sem botões, antes de ser rosa.

A formiga não passaria na trilha, catando gravetos para duras invernadas dias.

Meu ouvido não ouviria a serra cortar coração do mineiro, que vive pôr entre as matas.

Não haveria nostalgia de contar em prosas versos, imaginando que eu sou versos de rosas.

Nada escaparia aos sons da guitarra,

A cigarra esconde a morte na voz que rima,

Fica seca na casca de madeira, morre cantando.

































O POETA



O poeta sobe e desce a escada, cada passo lateja,

cada olhar penetra, desviando em retângulos passos.

O poeta passa dia e horas sem conhecer nada,

observa a sacola da dona, os dedos da menina, as fases que declina,

Tudo passa sobre o olhar do poeta, que não é um fingidor, mas um sofredor.

Superpoeta desconhece a vida, como o primeiro copo do líquido que desce na garganta, procurando rimar a vida que não rima.

O poeta é um ator, vive interpretando o tempo todo,

mas não interpreta si mesmo, está possuído pelo mundo,

não o compreende.

Ninguém compreende ninguém,

o poeta não está sozinho na jangada caminhando,

entra no ônibus, faz uma poesia sem versos, conversa sozinho, resmunga para os lados da janela, olha no retrovisor do motorista, ainda dá bom dia para os moleques que passam na rua.

O poeta é um solitário amante da vida, conhece um bocado de gente,

reverso tradicional do verso.

O poeta não diz que é poeta,

cabisbaixo, encolhe no canto e dorme a noite inteira.













O MUNDO



Ando abismado com o mundo,

Estou tão próximo dele,

que nem sei se eu sou ele,

vejo olhar, cordial fundo.



Ando apressado, consumo euforia,

Programação inicia sempre com revolução desalmada,

Papéis burocráticos comprovando títulos de regalia,

Medos aforismáticos, idiomas vendidos, mestres desamados.



Garanto que a imagem pública, escorregou pôr entre os bancos,

Pisou na chinela, vendeu seu código de barra, faz parte do setor in privada.

Noutro lado a ganância ignora os fatos, promessas são seu canto,

Chefes, poderes fiscais, marcam a venda do relógio na praça.





Desce tribos, disputando comércios ilegais de arma de porte fabricado pelas indústrias legais.

Entre o meio do caminho, tem um grande traço de começo de transporte fiscal.

A fome natural desce do morro, embica arma, cuidado senão te passo o punhal.

A televisão noticiou o fato, virou notícia e manchete, desapareceu com apelido no jornal.

O governo reagiu as críticas, ecologistas, culturistas, futuristas juristas, apressam este mal.

Legalmente não sei terminar esse dilema, ilegível são as letras, prosa, poesia, idéia afinal.























































PARTE IV– O PARTEIRO



O PARTEIRO



Leio o poeta do mundo, Carlos sentado na beira da rua,

Mulher pôr entre as bananeiras,

Malandros da estória pública vendendo seus peixes,

Piratas pilantras privadas poderosas em feixes.



Sistema inválido devasso dessa terra,

Impera sol a sal em jardins sólidos que desmancham na marginal,

Caminha perversamente na linha horizontal do mal,

Vendem amores conforme a vertical.



Estou maluco de alfazema, fico tonto,

falo dessa bagunça que arregaça,

Muita dor roda o mundo, o medo virou negócio,

Lutas, vídeo games, lésbicas lutam na caça.



Desço, encontro com nenhuma fera indomável,

Pensamentos reformáveis de descer as velas,

Encontrar javalis, lobos, flores e amores de Cinderela.

Encosto ao lado, seres encostáveis nos pensamentos.



Quero dizer que a vida não continua mansa, pôr isso procuro domá-la,

Arrepio a cada instante, não agüento suportá-la.

Todos vivem no mesmo arremanso,

Sonhos fantoches diluindo caçando.



Se sou feliz não saberei te dizer,

alegre entristecer,

teço horas a fio de felicidade,

degusto quando lembr’onde,

esqueço que inexiste infelicidade, espaç’ande.



















































INDISCURSO 01 DA MORAL



A vida me reservou em espaços de quilômetros quadrados cúbicos,

Encosto na alma a coragem do medo.;

Drumond morreu de medo, morro a cada instante,

Arrepio de medo sem nunca saber se tive medo,

Nunca soube de nada, serei eu eternamente encostado m o v i m e n t a l m e n t e,

Corajoso sem ter medo, i n t e r n a m e n t e.

A vida tudo reserva e desfaz como espumas de sabão, ao pio do sabiá, o choro dos amantes, gota d’água numa molécula indivisível.

Como não poderei suportar?

Escrevo palavras para aliviar prazeres que não haverei de importar.

A vida não é nada, tento meio hora fazer uma poema sobre tal,

Tão tao qual, não falei sobre o mal,

Normal.

Voou três corvos do pensamento,

Intento de voar em asas, atento atempo.

Atemporal moral,

ludibriando sonhos, aterrorizando perseguidos, punindo os ressentidos.













DISCURSO 2 DA MORAL



Velhos calhordas canastrões do poder da regra que permite exceções quando fogem da norma do seu poder,

Covarde sacana que se veste de bom samaritano para repartir seus resquícios de restos que ficou sem pagar as contas, solicitanto benfazejas aos misericordiosos que perdoam todos quando forem bens doados. Soluções públicas com vias privadas delegando discursos, financiando obras de arte que geram grandes lucros de prazeres momentâneos. Sorriem até o queixo, suas barrigas são podres e barrigudas, carrega no lado esquerdo uma gravata de Cosme e Damião. Uma velha barba compõe suas faces que conhece na sua área que basta, os números são superior o que ganha, velhos acordos seguram sua fase de sustentação no comando. As bancadas engoliram forças, agruparam no patrono, o povo vivem as pampas porque sempre acharam que é justa tomada do poder imperial divino.

Nesse momento até o manto de Nossa Senhora que fora vendido deu queda nas bolsas, e a população passando fome, nem aprovando e nem reprovando tais atos corriqueiros e “banais”, só choramingando, sem Ter forças para lutar com o gigante.

Ai de nós sem Davi na estória,

Salve, salve a humanidade, dai-me conforto nessas horas,

Todas as horas são sufoco danada, porque afinal não tem nada de importante.

Tudo depende dos seus óculos,

Tira o tiro do olho.

Estais cego?

Todo olhar é uma escuridão.



ENQUANTO A POESIA...



Enquanto a poesia corre solta,

o poeta fica encostado sósmente livre para fazer seus versos.

Como a marcha do cavalo que repica ,

sino do badalo

tambor que ressoa,

a viúva afrodisíaca á toa,

comendo maçãs para seduzir seus amantes na viagem de canoa,

em Argó, ainda coroa Hermógenes grego,

suporte negro mestiçado de troianos com baianos,

mineiros pacatos como velhas mariposas,

com olhares profundos tristes,

olhando pôr debaixo das montanhas acima,

cada passo desce monte de trem,

ferros pesados que corta coração mineral,

sentado na beira da estrada vendo a vida passar pela estradavaz,

vozes de vezes em quando parado passando.;

Pressuponho que sou mineiro,

sento ludibriando palavras,

mastigando gritos em risadas pacatas horizontinas,

minérios concretos infenisei...

Vejo montes, montes, montes,

Carregado de oculares olharesvais,

vou.

A poesia está desatada em nós,

solta velocidade como sua voz,

se foi,

ser verbo não rimei,

substâncias abstratas em figuras concretas de massa semicircular,

com esfera em centígrados, graus números icéus,

ressurgido dia,

Lembra-me a data do meu aniversário.

Afirmo nunca em não ser poeta.

Espamático escrevo como nada pensamento,

vivência recôndita,

transparecida poesia aparece convidando:

Nada no positivo,

tudo é verso.















































RIO DE PRATA





Rio de prata,

quem te fez tão dourado?

Rio de prata da pátria,

onde está teu brilho?

Rio de prata escura mancha,

onde está tua face oculta?

Rio de prata da prancha

onde está tua pluma?

Rio de prata que plante,

Rio de prata reparta,

perante

Rio de prata.





























DONA



Uma dona passa na calçada

Um dono da dona passa na calçada

Uma dona do dono da dona passa na calçada

Um moleque danado da dona sem dono, descalça donada.

















































IMPERTINÊNCIA



Não é nós que perpassamos na vida,

a vida que perpassa em nós.

O espelho é a sombra do verdadeiro reflexo.

Imagem.







































ACLAMAÇÃO



A vida corre, ela não é feia e nem bela,

Não canto palavras, como bom mineiro sou arredio,

Devasto montes, acolho imagens através das palavras ocultas,

vejo faces de carne, dois mantos de fios que avisto,

decifrar velhos cantos, nada entendo a não ser os versos,

sou tudo resto, caduca sabedoria,

por favor, faça-me a gentileza,

não diga-me sou poeta,

sou poeta,

sou poeta verde que morreu azul,

pálidavoz, vivavoz

como sonhos desencanta mente verdade fora vera anta,

durmo ás vezes,

tem horas que acordo em intervalos,

suscitando revolução amada dessa pátria armada,

apetite voraz em entender que certos gritos são pressas prantos,

quedas cantos,

fracasso sistemático, sintomático,

sentir tonto e pasmático,

Nem dor nem alegria,

tudo invade o poeta.















PECADOS



Todo pecador tem direito ao seu pecado,

Senão não haveria juizes.

Nenhum pecador comete pecado,

Senão não haveria vida.

Nenhuma ética da morte é justificada.

Quem cometeu erros?

A caça ou caçador?

Pecador

Tudo em todos nós perpassa.













































OLHAR



Meu olhar tem horizontes,

Fronteiras faces,

Face metade,

alma antiga,

infinita circular no globo ocular.







































TARDE DE DOMINGO



Estou triste como as crianças que alegre brincam,

Estou alegre escrevendo com as tristezas das crianças que brincam,

Estou sentado como João preto velho nas escadas,

Júlio na casa do morro estancada, parada como estaca,

Móvel como ônibus, estático como pedra,

Neruda vendo o mar ventando nas orla da praia,

E eu, numa tarde de Domingo vendo a tarde ser consumida, e não ter nenhum controle sobre ela.

O que devo fazer?































A BOMBA



Expluda bomba,

expluda.

Em cada lugar existe uma bomba explodindo.

Acabe com tudo,

porque tudo começou,

nada acabou.

Guerra quente,

Acabe com o relógio,

Não deixa o dia virar noite,

nem noite virar dia.

O galo não mais cantará.

Não haverá Deu e nem diabo.

Tudo se fundirá, onde se retornara,

a música cessará o sol,

a chuva o céu,

Os profetas deixarão de anunciar visões catastróficas.

A bomba explodiu no oriente,

Razões conjunturais no ocidente aos efeitos colaterais da bomba.

Expluda bomba, aperte o botão

bombardeia a devassidão,

minhas palavras não mais existirão

blasfêmias,

bazófia,

cinza das obscuras ilusões.

A bomba não mais existe.

Eu sou a bomba,

Pum!

Estourou dentro de mim.

































































DEVERIA



A poesia pede esmola,

Deveria ter mais comida no prato,

Deveria ter mais espontaneidade nas ações,

Deveria ter mais chama nos corações,

Deveria ter mais alegria nos olhos,

Deveria ter poesia sem verbos deveria,

Deixa de prosa.































Ó BOCA



Cala –te boca,

Desvalidas salivam salpicam sonhos,

Sombras de imagens na caverna, durante a noite dorme sonos, seu corpo é segurado, durante o dia a alma é assegurada pelo corpo, sempre um acha prevalecer o outro.

Calate, com iate no chocalete,

Malandros escarlates que fisgam “espertos” espantados,

Fico arrepiado como há demarcos marcados,

mercados, mixarias,

precisamos de muita coisa,

a transformação da palavra,

o verbo se fez carne e habitou entre nós,

cinco vogais dissonantes

verbos de ligação ao expressar,

figuras de linguagem na autenticidade do ser nas imagens.

Não cala-te, ó boca

Fale-te, ó canta

Cobri de mantos as palavras,

Interpretai os símbolos.

















ABECEDÁRIO POÉTICO





O abecedário poético não se divide em obras que escrevemos,

mas como lembro nas obras o pensamento profundo,

ligo hiato com palavras, figuras metamórficas, sonhos escassos,

táticas no pensamento, mangas largas arregaçadas, depositados olhares, todos com tons nas devidas cores.

O abecedário poético não tem só folhas,

Mas filhos e frutos, musmurros, lamentações abstratas outras concretas se difundem.

Secam as palavras, mas não secam os sonhos,

A filosofia precisa ser justificada, a poesia precisa ser lida, a sensibilidade apreciada.

Dois olhares bifurcos encontram no mesmo ponto de partida,

Como diz o poeta “de homens partidos” ,

Massas que partem, divisões humanas no curto espaço de tempo,

Humanidade.





















PARTE V – A PASSAGEM

ALMA E CORPO – SEUS ESPAÇOS



Meu corpo sempre estar pensado que pesa,

pesado pesa o peso do corpo

Minha alma sempre será pensada que voa,

levita leve voar da alma

Não sei bem a distinção entre o corpo e alma,

ambas são estrelas como sol,

formigas e cigarras, Chico Mané e Félix Sodré Fernandes,

não há verdades porque nunca deixaram mentiras,

complexidade no fato abstrato,

alma e corpo foram apenas duas palavras,

palavreio verdade nos olhos, misericórdias escritas.

Sou a gota agora, aguai a planta,

edificai, ai, ei, oi.

O corpo possui qualquer estatura,

mede o que meço nas suas medidas.

A alma acompanha os centímetros de cada envoltura,

lembra o que esquece, sempre regredindo.

Todas figuras de linguagem e de todos gestos,

Sempre somamos rostos em imagem,

até quando a escrita perdurarem.

Brilha estrela em toda face da terra,

mas nem sempre tem sol.

A noite e o dia sempre será o meu consolo,

Eternidade de pensar que a vida não está só.

Veremos a sóis,

Verão.

SALVE ESTADOS SOCIAIS POÉTICOS



Dois dedos velozes atendem expectativas paradas,

Cinemas presos, enfeitiçando a alma burguesa e da “ralé” que usufrui de todos atos passageiros,

aparência são de bodes, bois, cavalos belgas,

a energia corre solta,

o sexo é assunto tribal da massa.

A outra parte aburguesada infiltra na multidão amassando com a massa suas justificações arborigenas,

apelidos vendidos na comunicação social tecnológica

desejando nas massas gostosos apetrechos

caminham como carniça

não sente seu próprio cheiro

roubam velhos perfumes

odores tantas que leva esta raça

vinculado num sistema nervoso encefálico com organismos prontos

o resto é só bosta

comandada por passageiros na caminhada social em desigualdade bruta,

a alma precisa ser revistas essenciais, iguais.

Quero dizer que os sistemas das galáxias

ninguém faz idéia

o prazer corre solto.

Tudo está sendo mal comandado,

cabisbaixo

não entendo as leis do comércio ser,

a data foi vencida

pobreza com qualidade de vida

Negócio que vendem em bancas de jornais,

seres somáticos feridos,

frias, cálidas mãos,

Não avisto horizontes,

todo olhar cosmopolita na escuridão,

Sempre a perversidade voa como narizes de defuntos comerciais,

vendem a alma para entrar nos book de recordes.

Não entendo esse país bruto,

dilema dessa vida bruta,

sempre querendo mais,

desejo infinito de satisfazer compras absurdas com naves da pobreza desacreditada.



Nunca quis nada, tudo foi o meu querer

Onde está a minha liberalidade?

palavras ninguém respondes,

tudo se explica

Não estou a venda,

Nem na banca,

Nem na notícia do jornal,

mas se tiver alguma reportagem ficarei poeta

Antes fico, agora sou:

estou a venda,

continuo no comércio

Sou parte desse mundo escaldante, quente e frio ao mesmo tempo,

trabalha com pré-datados de morte,

crença na punição do ceticismo absoluto,

tanto tempo todo entorna

Os mais velhos diziam que os mais velhos necessitam de refrescar as memórias,

esquento moléculas

assinarei poeta com tom cabreiro de cavalgar nessa estrada,

Salve a poesia,

se a palavra não bastar,

resta ficar calado,

escrevendo

Salve a poesia

Salve a guerra da poesia

Salve a burguesia da poesia

Salve a pilantragem da poesia

Salve isso tudo a poesia

Salve as obras dos poetas,

não esperam chegar a morte, porque o poeta morre a todo instante

acaba de escrever suas arredias palavras































TUPÃ



Tupã cacique na tribo,

Numa alma de identidade pura se mistura em decomposições,

Curumim ficou em casa recebendo as visitas do estado nacionalista intervindo nas suas terras

Dividiram em várias tribos heterogêneas miscigenada com outras raças,

Fizeram as múmias com arquétipos fenomenais,

Natureza fúnebre pela beleza jovial

Cada ser carrega o velho cacique,

Preparem os arcos e as flechas,

Mantém-se o corpo na vertical

Produzimos remédios para todas doenças,

Só a fórmula poderá traduzir-se,

A guerra tribal foi assunto do dia na capital

Dizem que a paz foi restaurada,

estão doando alimentos e remédios nas tribos.

O velho tupã conhece a arte da guerra?

Curandeiro.























HAICAIS



A obra de arte fascina

A obra de arte assassina

Procissões...



O ser movimentou

escalada ponto zero

Estático...



Desencantaste canto

Assistemático tanto

Rogas...



Tomai Tomé,

Sangue duvidoso,

José.



Obreiras obras

Esquadras

marítimas















ORAÇÃO



Senhor farei uma breve oração

antes esclareço que não houve intenções nas preces

entendimento das dúvidas

incertas

Realmente a vida me enlouquece, não entendo suas faces

Não sou triste e nem alegre disso...

Repartes o pão e o cálice de vosso sangue na patena vida,

Panteras afiadas de dois gumes

“se correr o bicho e se ficar o bicho come”...

Distribua sonhos nos corações dessa face

Claridade é o seu lume

escuridão informatizada facetada,

todo mundo não conhece ninguém,

Nem todo mundo que diga ‘senhor, senhor, não entrarás no reino dos céus, na casa do meu pai’,

Onde mora o meu pai?

De onde venho?

Só de uma família entrelaçadas?

Onde está a nossa parte?

Quanto mais vejo, cego

Quanto mais falo, calo

Vejo mais nego, assino

Suaste dor civilizada, ressuscitada

Verdades prontas, assassinadas



Enxergo sapatos no poder

tristezas nas raças sofridas

desmerecidas ao repartirem o bolo...

sonhos de versos em orações invertidas

Senhor não irei fazer mais a minha oração,

que assim não seja,

Amém.

















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui