O Que São "ESTUDOS DE GÎNERO"?
As mulheres durante muitos séculos eram vistas apenas como órgão reprodutor, mães amorosas e esposas dedicadas. Impossibilitadas de exercer participação na história, de conquistar espaço e interagir de acordo com a sua maneira própria de ver o mundo, porém desejosas de fazê-lo, foram à luta, unindo forças no chamado "movimento feminista" que aos poucos ganhou forças, explodindo nas décadas de 60 e 70.
O movimento feminista, visto por muitos (e até mesmo por mulheres) como uma manifestação exagerada e fanática de busca de mudanças, foi de extrema importância para as conquistas que foram alcançadas pelas mulheres nas últimas décadas.
Depois dessas grandes mobilizações feministas as discussões transferiram-se das ruas para as salas de aula das universidades. Assim surgiram os chamados Estudos da Mulher que posteriormente passaram a ser chamados de Estudos de Gênero, pois, apesar de todas as conquistas, as relações de desigualdade sofridas pelas mulheres na sociedade capitalista aumentaram nos últimos anos, sobretudo nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
Essas dificuldades geradas pelo conflito das relações de desigualdades têm sido objetos de estudos em diversos setores acadêmicos – Núcleos de Estudos de Gênero (tudo o que se refere à opressão da mulher é rotulado como sendo uma questão de gênero).
"O termo gênero surgiu no mundo acadêmico no momento em que pesquisadoras feministas, buscavam, através dos chamados estudos sobre mulheres, desnaturalizar a condição da mulher na sociedade" (SIMIÃO, 2000).
Era necessário encontrar conceitos que tornassem possível diferenciar o sexo - que as mulheres tinham de natural, permanente, e igual em todas as épocas e culturas de gênero - que embasava a discriminação, por ser socialmente construído e, variável de sociedade para sociedade e mutável com o tempo.
Este termo, de complexa conceituação, enfrentando oposição de alguns segmentos e angariando apoio de outros foi, aos poucos, se tornando popular dentro do mundo acadêmico e fora dele por ser capaz de se infiltrar em campos de discussões onde o termo "mulher" encontrava fortes resistências.
Sandra L. Felix de Freitas
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