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Artigos-->AMARO QUINTAS-PERNAMBUCANOS QUE NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS -- 21/06/2005 - 08:24 (Wilson Vilar Sampaio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PERNAMBUCANOS QUE NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS-8

PROF. AMARO SOARES QUINTAS

Por Wilson Vilar Sampaio (Março/2005)







Amaro Soares Quintas nasceu no Recife em 22/03/1911 e era filho de Gabriel Soares Quintas( Juiz de Direito) e de D. Laura Pacheco Quintas.

Amaro Quintas, como assim era conhecido, foi um dos melhores professores de História entre os que já ensinaram nos colégios e universidades de Pernambuco.



Ele defendeu tese em concurso para a cátedra do Ginásio Pernambucano, escolhendo um tema no qual tornou-se depois, um especialista: Os movimentos libertários que tiveram Pernambuco como líder.

Com efeito, sua tese " Gênese do Espírito Republicano e a Revolução de 1817 ", nada fica a dever aos historiadores que antes dele escreveram sobre o mesmo assunto, tais como o Padre Muniz Tavares e sua " História da Revolução de Pernambuco de 1817" e Mário Melo, com a obra " A Maçonaria e a Revolução de 1817".



A devoção ao sentimento libertário e as aspirações republicanistas dos pernambucanos foram a temática preferida do Mestre Amaro Quintas, cuja historiografia é de uma riqueza notável( mais de 20 livros) pelo conjunto da obra e da análise do espírito da Revolução Francesa e das idéias iluministas que nortearam Pernambuco, quando das suas revoltas, dando-se, naturalmente, ênfase à Revolução Praieira, objeto de acurada pesquisa do Prof. Quintas e que nos foi apresentada sob a forma do livro " O Sentido Social da Revolução Praieira ", obra de capital importância para a História do nosso Pernambuco.



Nesse livro, Amaro Quintas faz uma abordagem à luz das exigências feitas pelos revolucionários, as quais denotam um forte sentido social contrapondo-se ao simples movimento de disputas e intrigas políticas entre Senhores de Engenho(como era vista até então nossa Revolução Praieira pelos que a estudavam), pois lutavam pelo direito ao trabalho, pelo voto livre e pela liberdade de imprensa, entre outras reivindicações sociais. Tal fato, portanto, não passou despercebido pelo Prof. Amaro Quintas que, sem dúvida, merece o reconhecimento de todos nós pela análise pioneira, sob a ótica social, assim como por reconhecer, no nosso movimento, a influencia da revolução republicana ocorrida em fevereiro de 1848 na França - que Amaro Quintas aplicou ao movimento praieiro denominando de "Espírito de quarante-huitarde".



Outro fato importante é o destaque que Amaro Quintas dá ao Jornalista Antônio Pedro de Figueiredo, que abordava nas páginas da revista " Progresso", o problema dos latifúndios no Brasil e propagava as idéias "iluministas" . O Prof. Quintas teve a feliz intuição de reunir os exemplares da revista " Progresso", referentes ao ano de 1848, e publicá-las em um livro comemorativo do centenário da Revolução Praieira.



O Prof. Amaro Quintas escreveu vários outros livros importantes, tais como " O Padre Lopes da Gama"; " Um Analista Político do Século Passado"; e "Capitalismo e Cristianismo".



Advogado, formado pela tradicional Faculdade de Direito do Recife(UFPE), exercia a advocacia e chegou a ser agraciado com a medalha " José Paulo Cavalcanti" por ter completado 60 anos de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil-PE. Foi também professor Catedrático de História do Ginásio Pernambucano e posteriormente seu Diretor; Professor do Colégio Israelita, da Escola Oswaldo Cruz e da UFPE, da FAFIRE e da UNICAP, orientando inúmeros estudantes do Mestrado em História, tendo assim influenciado muitos dos atuais intelectuais pernambucanos, os quais foram depois colegas e confrades do Prof. Amaro Quintas tanto da Academia Pernambucana de Letras quanto no Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco.



Historiador, Escritor e Humanista, colaborava com os principais jornais de Pernambuco, laborando artigos sobre História, Política e outros assuntos de interesse geral, escrevendo num estilo fluente, lógico e de fácil assimilação, qualidades que o destacavam como o professor didático que foi.



Quando do período militarista iniciado em 1964 e com a criação do AI-5, Amaro Quintas foi cassado por ter pronunciado uma Conferência no Teatro Santa Isabel, cujo tema foi " A Livre Determinação dos Povos " , abrangendo, é claro, a escolha do regime político e causando, pela pertinência do tema escolhido, o descontentamento do poder militar que se instalava no país. Esteve para ser preso mas foi escondido por Gilberto Freyre, que ideologicamente era a favor dos militares, mas não poderia deixar de ajudar seu amigo Amaro Quintas.



Amaro Quintas foi advogado, professor, escritor, humanista, pesquisador e historiador. Entretanto, dentre todas essas atividades, sem dúvida àquela que mais gostava era lecionar, comprovando a máxima de Guerra Junqueiro quando afirmou que " Existe mais luz nas 25 letras do alfabeto do que em todas as constelações do firmamento "



Amaro Soares Quintas despediu-se de nós no dia 20 de maio de 1998.







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