Um homem muito trabalha
Numa fábrica de conserva
E já faz um bom tempo
Bem mais maior que uma légua
Sua vida ta confusa
Por mais que seja absurda
Precisa ele de trégua
Um dia de volta pra casa
Ele confessa à mulher
Vontade de botar o pinto
E na verdade é o que quer
Na cortadeira de pepino
O que é um desatino
É uma idéia lelé
O tempo se foi passando
Ela querendo ajudar
Lhe fazia muito agrado
Pra ele de idéia mudar
Pois seria uma derrocada
Ficaria ela sem nada
Para ocupar o lugar
Mas com o tempo a paciência
Que ela tinha esgotou
E não lhe deu mais estímulo
E nada mais se falou
Se ele cortar o seu pinto
Eu compro logo um JASINTO
E faço sem ter pudor
Um dia ele chega no lar
Muito triste e abatido
A mulher finge surpresa
Aquilo não tinha sentido
E usou sua espeteza
Somente pra ter a certeza
De tudo estar, resolvido
Perguntou na ocasião
Ao marido tão querido
Se tinha realizado
O esperadddo, o pretendido?
Parecendo um bagaço
Disse ele, cabisbaixo
É ! Mas fui despedido
A mulher estupefata
Com olho arregalado
Sem entender patavina
Ele com o pinto cortado!
Aquilo era uma asneira!
E a tal da cortadeira?
Que o deixou desempregado?
Não há mal que sempre dure
E nem sempre dura o bem
A pobre da cortadeira
Nunca fez mal a ninguém
Parece ser heresia
Não sei por qual milacria
Foi despedida também...