Trópico de Câncer. Estados Unidos da América. Um líder sindical ligado ao setor de transportes some após deixar um restaurante, o Raposa Vermelha. O líder é Jimmy Hoffa, ligado a vários setores da máfia norte-americana, um homem que durante anos administrou milhares de trabalhadores, ditando regras nas estradas e portos.
Ambicioso, desejava ter controle sobre portuários, rodoviários, aeroviários e ferroviários. Conseguiu influenciar os sindicatos de trabalhadores, obrigando com apoio da mafia todos a pagarem propinas, esquemas de segurança e atrapalhando o livre andamento do comércio liberal norte-americano.
Um dia, sem explicação maior, cansado de todo o poder e de todas as implicações que isso trazia, chamou uma comissão do senado norte-americano e ofereceu denúncias. O resultado foi um vendaval de investigações, prisões e uma verdadeira revolução nos EUA, principalmente no setor de transportes.
O que teria levado Hoffa a cometer tal ato? Ninguém sabe ao certo. O certo é que por causa desse ato sofreu sanções, a estrutura do poder foi alterada e em 30 de julho de 1975 Hoffa sumiu. A polícia revirou a cidade onde o homem sumiu(Bloomfield, Michigan), mas não encontrou o corpo.
Trópico de Capricórnio. Brasil. Rondônia. Um governador eleito não cansa de expor à mídia nacional as mazelas da Assembléia Legislativa, que pressionam o executive estadual a ceder em troca de aprovações de emendas a todo tipo de projeto.
Ivo Cassol chama a Rede Globo de Televisão e mostra que tipo de legisladores defendem os interesses do povo rondoniense. Escândalo.
A Polícia Federal resgata documentos e provas contundentes. Inicialmente oito deputados pareciam envolvidos. O rumo das investigações muda com a apreensão de computadores e mais documentos na Assembléia Legislativa.
Não se sabe onde vai parar o volume de investigações. O povo torce para que a justice tome providências e afaste o maior número possível de politicos envolvidos, que casse seus direitos politicos e tome os bens dos culpados.
Algo como fez a justice norte-americana. Dizem que até jornalistas estariam envolvidos. Coisas dos trópicos mesmo. Em troca de mensalinhos(R$550,00) o silêncio estaria garantido. Contas paralelas para calar a mídia.
Trópicos. Linhas paralelas para ajustar conhecimentos geográficos. Nada mais.
Tudo é apenas um monte de palavras. Em todo caso, dia 30 de julho merece respeito. Cassol deve estar precavido com qualquer restaurante que tenha cheiro de raposa. Rondônia tem alguns representantes truculentos.
