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Teses_Monologos-->O PICO DA FAMA -- 03/02/2002 - 01:09 (Fabio Korea) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quantos idiotas terei de aturar, até atingir o ápice de meu auge?
Quantos burgueses, sempre burgueses, mas não em evidência, terei de ouvir, choramingando pedidos de ajuda aos meus ouvidos, conscientes de seu fracasso?
Quantos padres, pobres e podres hão de me contrariar, inventar teses, conspirações e loucas idéias para me derrubar?

Vermes malditos, animais abandonados, excretos da aristocracia! Não se conformam com minhas vitórias? Ainda hão de guardar, profundamente, a esperança e o desejo de minha queda, no grande precipício do fracasso.
Mas hei de cair, algum dia?? Não! Hei de vacilar, e deixar para traz o topo, onde todos almejam estar? Não, ser ignóbil, desprovido de inteligência!

Flechas passaram ao meu lado, pedras rolaram e não me atingiram, a mão do perdedor irá se levantar, tentando, frustradamente me puxar para baixo.
Pois, minha vitória não vem de fraudes e falsos pontos, vem sim digna, após um ínicio no esgoto mais profundo e imundo da derrota, após ensaios frustados de como não escorregar na merda.
Enquanto palhaços, falsos reis, banhavam-se em seu falso vinho da vitória, eu, ferido, com cortes que nunca irão cicatrizar, subia lentamente as paredes do calabouço do fracasso.
Felizmente, folhas caíram do topo, folhas de uma vitória enraizada na farsa chegaram a mim, e aponderando das armas de meus inimigos, contra-ataquei, evidenciando-os.

Agora, finalmente, aqui chego, estou no topo, vejo a luz, mas a luz não me cega. Consciente de minha vitória legítima, me levanto, sujo de merda e mijo, com vermes se remexendo em meus orifícios. Me levanto sozinho, no topo, imponente, enfrentando o precipício do terror, da loucura e do fracasso, onde nunca hei de cair novamente.
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No topo continuo. Séculos, após minha vitória, continuo aqui. Tenho tudo. Não preciso de nada.
O olho me observa. "Qual olho, seu louco glamouroso??". O olho do povo. O olho dos vermes. Sou vigiado. Ainda vejo a luz, mas a luz me cega. Flechas voam, e todas me acertam.
Ainda à minha frente, encaro o precipício do ignorado. Não mais o precipício do fracasso, e sim, o precipício da privacidade. Espio para baixo. Porcos e vermes tentam subir, mas caem novamente. Lá em baixo, não no esgoto, mas sim no pavimente, pessoas andam, indiferentes, sem serem percebidas.

Encaro-o novamente. Aqui estou, no topo da vigilância. O Sol me cega. Não aguento mais as flechas perfurando minha pele. Sem pensar mais em ficar, sem pensar mais na luxúria, no poder e na evidência, despenco, por vontade própria, precipício abaixo, sem antes proferir minhas ultimas palavras douradas:

"PICO DA FAMA, NUNCA MAIS!"

Fábio Korea
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