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Artigos-->A lama, de Getúlio a Lula -- 07/07/2005 - 15:05 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A LAMA, DE GETÚLIO A LULA



Jarbas Passarinho (*)



De ditador por 15 anos, deposto em 1945, Getúlio volta a presidente da República, pelo voto direto, cinco anos depois. No decorrer do IPM da Aeronáutica, que apurava o assassinato do major Vaz, revelou-se a corrupção na intimidade do poder. Perplexo, Getúlio Vargas referiu-se ao mar de lama que o circundava. Agora a perplexidade é a mesma, para o presidente Lula, que diz ser a corrupção “um pesadelo”.



A esse mar de lama, mais de uma vez, Lula, quando oposição, comparou governos que combateu, de José Sarney a Fernando Henrique. Seu partido praticava uma oposição ferrenha. Muitas vezes violando as regras civilizadas da tribuna e do comportamento parlamentares, deputados munidos de apitos a fazer estridente alarido para impedir fosse ouvido o orador que os combatia. Na praça pública, apoiava o vandalismo das ocupações até de ministérios e nas passeatas gritando em coro: “Fora, FHC!” A ninguém do governo ocorreu dizer que se tratava de um golpe para desestabilizar um governo eleito democraticamente.



Falto da maioria parlamentar, associou-se a partidos de toda natureza, que engrossavam suas bancadas com a transferência, para eles, de partidos em tese oposicionistas, para outros tomados de súbita admiração pelo governo. Tática maquiavélica do PT: colhia os votos de cristãos novos no Congresso, pagava por isso, mas mantinha a aparência de pureza de vestal. Isso durou até que os escândalos se sucedessem com fortes indícios de corrupção nas áreas dos partidos aliados. Que pede a oposição, senão o direito democrático de investigar, constituindo CPI nos termos constitucionais? O governo petista transforma-se: agora é quem impede as CPIs, até que lhe foi impossível impedi-las dado o clamor popular e decisão do Supremo. No jogo democrático, de que se serviu o PT no passado, acusa-se agora de uma tentativa de “golpe das elites nacionais a serviço de Bush”, para desestabilizar um governo popular e democrático.



Mas a verdade é que tudo leva à repetição da lama que chocou Getúlio, com uma diferença fundamental: ele, em meio à crise, perdeu o apoio dos militares, o que não se dá com Lula. De seu imenso ministério fazem parte antigos guerrilheiros e guerrilheira das facções trotskistas e stalinistas, na maioria treinados por Fidel Castro para guerrear brasileiros que defendiam o Estado, o que não constrange as Forças Armadas, que se mantêm disciplinadas e obedientes, hierarquicamente, ao seu comandante supremo. Cumprem sua destinação constitucional. No governo Collor, não mais se comemorou a intentona comunista de 1935. Com Fernando Henrique Cardoso, deixou-se de comemorara o 31 de março de 64, não porque dele se envergonhem, mas para consolidar a reconciliação nacional, fundamental para o esquecimento recíproco, nunca aceito pelos vencidos. Não faz muito, uma nota do chefe da Comunicação Social do Exército rebateu acusações insólitas aos militares, de desrespeito aos direitos humanos, dos que combateram os guerrilheiros comunistas.



Foi considerada uma provocação por membros do governo, e o presidente da República recomendou ao Comandante do Exército uma nota que mitigassem os melindres de governistas oriundos da luta armada que perderam. Obediente ao comandante supremo, o Exército exarou outra nota, não como retratação – pois não havia como retratar a verdade – mas dando outra forma redacional ao que fora publicado. O paradoxo dos melindrados é que, dizendo-se revoltados com casos isolados de tortura, que não foi uma política de governo, dos que venceram na luta armada, por outro lado defendiam, como guerrilheiros, um país torturador como o de Fidel Castro, ou a ainda existente União Soviética, desde o terror de Lênin e Stalin e os torturadores que Krushev enviou para inquirir os patriotas tchecoslovacos esmagados pelos tanques soviéticos, na Primavera de Praga. Para eles, esse contraditório diz bem: violar os direitos humanos é justo para manter o regime comunista e intolerável para combatê-lo, quando o correto seria não haver em nenhum dos casos



Um exemplo da recusa do esquecimento recíproco, que é a essência da anistia, quando votada no Congresso em 1979, visando à reconciliação nacional, deu-o o deputado José Dirceu, há poucos dias na cerimônia presidida pelo presidente da República, de passagem de função de ministro da Casa Civil à ministra Dilma Roussef, saudou-a efusivamente como “camarada de armas”. Sobretudo pelos militares, hoje na reserva, que cumpriram a missão de combater os guerrilheiros, essa saudação em tom triunfal é inteiramente descabida e, ela, sim, é uma provocação aos que cultuam a memória dos que morreram impedindo com o sacrifício das suas vidas que os guerrilheiros comunistas tivessem implantado no Brasil as idéias que eles tinham e por elas se batiam no passado.



O mar de lama aumenta a cada descoberta de fraudes, ora de corrupção passiva, ora da vergonhosa degradação de parlamentares envolvidos no mensalão. Em vez de ajudar a responsabilizar os corruptos, só desvairados falam em golpe em andamento, os comunistas que se converteram e hoje estão no governo “mas ainda não no poder” como diz o piedoso frei Betto, sugerem um salvo-conduto para defender corruptos que já comprometem o núcleo de poder do PT, o que é repelido duramente por petistas históricos.



(*) Foi governador do Pará, senador e ministro de Estado.















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