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Artigos-->UM LUGAR CHAMADO BRASIL -- 10/07/2005 - 08:50 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um lugar chamado Brasil





Lemos o artigo “Tarifoduto” de Marcos Cintra, professor e vice-presidente da FGV, editado no Comércio de 18.01.05, sobre a vida difícil do brasileiro com relação à rede bancária, que esmaga nossos sonhos e deturpa nossas vidas, uma vez que existem apenas para explorar e confiscar nosso parco e pobre dinheiro. Só não concordei com a referência do digno professor apenas à classe média, como se os pobres não fizessem uso do banco. Todas as classes fazem uso da rede bancária, mas somente os pobres têm seu dinheiro confiscado pouco ou muito pelos bancos. Até mesmo para receber o seu salário o pobre sai perdendo. Quando uma empresa paga com cheque aos seus funcionários, acontece a inevitável espera em filas enormes. E quase sempre o empregado não tem tempo de ir ao banco receber seu salário, o qual já é uma miséria. Se a empresa abre contas em nome de seus funcionários, aí piora a situação. Além da espera e do tempo que não se tem para ir receber o dinheiro, este virá com desconto daquela droga chamada CPMF. Enfim, tudo o que fizermos com e nos bancos a gente acaba perdendo dinheiro. Nunca se ganha nada, só perde.



Já as classes média e média alta sempre ganham alguma coisa em troca do que perdem. Isto porque eles têm dinheiro aplicado em investimento de médio e longo prazo. Se o banco cobra uma tarifa deles, esta sangria será coberta com os juros que recebem do capital aplicado.



O que nos causa espécie é a mansidão beneditina com que o governo brasileiro sempre se curvou para os bancos. E digam-se todos os governos desde o império. Todos sabemos que os bancos são as meninas dos olhos do capitalismo. No entanto, necessário se torna uma regra específica e sedimentada para a cobrança dessas tarifas, que rapidamente vão se tornando abusivas e intoleráveis. Chegará num ponto que será melhor quardar o dinheiro dentro de cofres, ou buracos escondidos no sub-solo de nossas casas. O tijolo baiano é muito bom para se esconder dinheiro. Os juros por não compensarem nossas aplicações, acaba tornando essas instituições creditícias inúteis em nossas vidas.



Outra vergonhosa atitude dos governos para com os bancos é quando um deles quebra. Neste caso, a democracia capitalista atinge o ápice de sua injustiça, quando socorre com toda pompa de imperadores romanos o banquinho quebrado. Dá todas as dicas para o banqueiro proprietário tomar um chá de sumiço por uns tempos e nós, o povo, ficamos sem o dinheiro de nossa conta. Se houvesse democracia verdadeira o banco poderia sim ser socorrido, mas a lojinha da esquina, onde a senhora desesperada vive pagando e pagando mensalmente ao seu sócio majoritário, que é senão o governo deveria também ser socorrida. Essa é a diferença que jamais se chegará num acordo de sermos ou não um país democrático. Não o somos ainda e não o seremos tão cedo.



A citação do professor Marcos Cintra de que os bancos no Brasil vivem num grande mar de rosas é a mais acertada que já vimos. Eles vivem sim num mar de rosas e o poder deles é igual ou superior ao poder governamental, porque este não consegue, não quer, ou não tem coragem de exigir que os bancos sejam mais condescendentes com os mais humildes, os quais têm nojo e terror de entrar num banco. Os legisladores incompetentes como sempre, também não se preocupam com o problema. Apreciam as filas e são nelas que eles fazem políticas, pedindo votos e fazendo promessas mirabolantes. E agora que estão em vista de perderem o mensalão é que jamais farão alguma coisa pelo brasileiro pobre, o único cidadão do mundo que não tem direito de viver. Nem mesmo de sobreviver.



Parece que está tudo bem nesta terra de ninguém. Os poderes regurgitam corrupções; os impostos aumentam proporcionalmente ao humor do dono do poder; o salário do trabalhador é o mais vergonhoso do mundo e os bancos fazem suas festas de explorações através do spread, das tarifas exageradas, dos serviços que valem ouro e das vendas casadas. Imaginam toda essa gente que esse céu na terra não acaba nunca. Assim é que todos os homens maus imaginam isto. Tão mau quanto um bandido comum são esses homens que nos exploram de forma contumaz de pai para filho desde 1822, ao ser criado um lugar chamado Brasil.



Jeovah de Moura Nunes

poeta, escritor e jornalista



NOTA: Este artigo foi enviado ao jornal "Comércio do Jahu" e outros no Estado de São Paulo, mas não foi publicado. Está claro que o Estado mais rico da nação não aceita críticas que dizem respeito à situação dos ricos, os quais são eles os maiores exploradores da mão de obra barata, cujo resultado é cada vez mais o enriquecimento deles.

Vê-se também que os jornais daqui fazem o jogo dos coronéis milionários. Os jornalistas são em sua maioria, além de alguns escritores, capachos do capital, quando não estão empregados no serviço público à revelia de concursos, porque como sabemos a capacidade é péssima, a coragem é nula e a firmeza de propósito é sabidamente inexistente. Fingem que trabalham. Fingem que escrevem alguma coisa impossível de se compreender porque escondem as palavras nos meandros das entrelinhas de bocejantes matérias jornalisticas.



Jeovah

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