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Contos-->natal sem geladeira -- 13/05/2000 - 07:54 (luiza maria freixinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Natal sem geladeira

Caro leitor:
Voce já passou um natal sem dinheiro? sem namorado e/ou a?sem família?sem roupa?sem casa?
E sem geladeira???!!
Devo confessar, caríssimos, que a última insercão é barra..pesada.
Foi uma época de infernal astral de 360 dias, vindo a desmentir àqueles que dizem, que o mesmo só dura 30 ou 31 dias(o inferno) - sempre me pergunto acerca deste prazo.não entendo! Mas é outra história!Arre!
Tinha perdido a empresa, o dinheiro, o carro, o namorante(era casado), a vergonha e também a esperança, pensava...
A filha tinha ido passar o natal com o pai em São Paulo - agora um executivo mal passado que nem lembrava o homem instigante que elegera um dia para ser o pai de sua menina.
Só raciocinava em dólares, viagens, tv a cabo, freezers de última geracão e que tais.
Fora os computadores grandes, médios, pequenos, de mão..um verdadeiro terror contemporâneo! Vivia dentro da primeira classe e como para se justificar , o porque de mais uma volta ao mundo ,pontificava:- estamos(ele e a então mulher) muito cansados..vamos para dormir!!! E ficava ela pensando quão estranho é viajar horas para destinos inusitados como passagem de ano em Genebra, carnaval em Belize, semana santa em San Thiago de Compostella, finados na Nova Zelândia, para ficar trancafiado no quarto do resort(agora é resort) dormindo!! Ela se deu ao trabalho de tentar raciocinar - depois jogou pro alto essa história de rico arrependido.
Decidiu não ir junto este ano para SP. Estava vaga e como o leitor sabe se já viveu ou desconfia por osmose, todos adoram uma boa derrocada.. dos outros, claro!! Não queria virar assunto na hora da distribuição dos presentes.
Na manhã do dia 24 de dezembro acordou com a ressaca(constante) da fase e observou que a geladeira estava estranha. Cheia de gelo, a porta não fechava.
Desligou a mesma.
Depois religou.
Aí o caos. O termostato tinha ido para os píncaros!!!!!!(ia utilizar outro termo..)
Tentou ficar no controle afinal estava fresquinho, nublado, poderia até fingir que era outono e ir ao novo café recem aberto.Foi o ano da aberturas dos espacos de café e leitura. Logo no Rio de Janeiro, um calorão, e as pessoas, de blaiser, botas, sob um ar condicionado temperatura media 16 graus, tomando capuccinos, café latte, fingindo ler Borges e Thomas Mann, tudo por uma boa causa!!O ALLURE , O GLAMOUR!!!
Colocou uma montagem básica e ao olhar no espelho observou que o tom de seu cabelo estava meio fúcsia! Não poderia ficar na contraluz - quase rosa! O cabelereiro andava meio pissudo com a moca pois estava ela devendo algumas coisinhas, uns cortes, umas tintas, mas como tudo estava precário e depressão tem limites, decidiu rolar a dívida. Mas esta vendetta..!!Pink!! se come frio!( o prato da vinganca)-(me aguarde seu lavador de perucas sujas!!)torpezas..
Foi para o novo café.
Eram mais ou menos 2 horas da tarde.Estava com fome.
O café, deslumbrante, um pedaço de Buenos Aires em Ipanema!!
Escolheu uma mesa boazinha fora da luz, penumbra(devido ao cabelo).Deveria iniciar os trabalhos pela comida, mas por cacoete começou pela bebida.
Depois de várias horas e drinks a mesa havia se transformado em várias tal eram o número de conhecidos, desconhecidos que vinham se juntando até formar um círculo de pessoas falando alto, contando coisas, rindo e às vezes nem tanto.
Às 6 horas da tarde, o gerente veio avisar que a casa iria fechar pois os empregados deveriam querer passar o natal em seus lares(nesta hora por que as pessoas falam lares ao invés de casas?).
Então fez-se um silêncio, um vazio cinzento e fundo e aquele montão de vozes virou um buraco negro.
Todos foram saindo devagar.
Os mais bêbados, amparados.Ela não, sempre no controle apesar de não falar lé com cré.
Na rua já um breu e ninguém.As janelas, já estavam iluminadas.Os lares...
Foi caminhando pra casa, pertinho.
Em lá chegando, muito escura correu para abrir a geladeira!
Era natal, poderia ter havido um milagre!!
Mas isto não sucedeu e decidiu tomar um vinho tinto, comer umas uvas e fingir que estava tudo bem.
O milagre poderia esperar por uma ocasião menos prosaica.



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