Em minha vida surges, na surpresa de um amanhecer, radiante de luz, de magia e num só toque o teu calor me prenuncia, alhures, uma ponta de esperança.
Oh! Mas não penses que me pegas assim, tão descuidada, na esfera de um vazio, pois o sol que já vai alto, levou para outro tópico a sua luz...
Portanto, não me deixes pensar, na escuridão devassa em que me vejo, que vais iluminar-me as trevas do caminho...
Há grutas tão brumosas, onde jamais a luz consegue penetrar. E é lá que eu te preciso e peço-te aflita:
Vem! Aconchegar-me ao ninho, fazer-me um leve carinho na fronte. Embaraçar-me os cabelos, rola comigo por colinas discrepantes, vamos correr, descer ladeiras... Ser amantes!
E, ao luar, teu brilho refletir-se no lampejo dos meus olhares que talvez te lancem chispas de paixão... Não dessa paixão delirante ou extravagante que Vinícius em versos proclamou... Mas uma paixão doce e tão suave que até a manhã que se aproxime, faça um leve retrocesso para apreciar e conosco amar...
Quero deliciar-me ao som alegre das cigarras, ouvir cantigas dos riachos e as cambaxirras no floreado dia que amanhece.
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