Aquela cidade do interior sempre esteve comigo em todas as lembranças de infância e de vida mesmo. Me lembro de ter sido levada pelos meus pais, fomos em um fim de semana para a festa de São João, ainda hoje posso sentir o odor, o sabor daquela quermesse de interior. O burburinho das pessoas, felizes com o provável único acontecimento que chegava praquelas bandas. Uma cidade com uma igreja, uma escola, uma farmácia, uma praça e um mercadinho, como nos desenhos de criança . Pra que mais? E preciso tão pouco pra ser tocado pela felicidade. Alegria mesmo, de acordar todos os dias e só viver, sem pensar em problemas, preocupações, só deixar o rio correr, seguir seu curso natural. A verdade é que tudo de mais doce que tenho dentro de mim, trouxe de lá, do sorriso simpático e sem medo das pessoas que se acenavam na rua e se cumprimentavam pelo nome. É tão bom ouvir o nosso nome, a nossa identidade no mundo, tudo se esconde nele, virtudes e fracassos. Não sei ao certo oque mais me encantou ali, afinal foi tão pouco tempo. Acho que alguma coisa de mansidão, daquela bom dia comprido e sem pressa. É isso! Sem pressa, a vida passava lentamente pelas largas janelas das casas, parecia estar sempre tudo igual, como em um quebra-cabeça já montado e longe de qualquer sopro que venha retirar sua ordem, seu esmero de quem juntou cada peça , que mais parece colado com super bonder, mais fácil rasgar tudo, mas não da pra descolar, pra tirar a união, a essência. São tudo devaneios de alguém que depois de um tempo passou a recordar de coisas como essas, uma musica, um vinho, um trovão tudo me fazem mudar de tempo, de cultura, de moda. Me deixo levar
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