O governo aumenta o teto do funcionalismo, dos ministros do STF, das Polícias Civil e Militar do DF, tudo pago com o orçamento da União e, ao mesmo tempo, descumpre as promessas feitas, desde o ano passado, quanto ao salário das Forças Armadas, levando ao desespero, principalmente os praças.
A prisão desses sargentos não aglutinaria em torno deles outras adesões, levando o país a uma crise militar?
Não seria essa a intenção de Lula ? Um fato desse tipo criaria uma "cortina de fumaça" em torno do escândalo de corrupção que abala o governo e o Congresso."
Carlos Alberto Brilhante Ustra - Coronel Reformado do Exército Brasileiro
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Sargentos do Exército são presos por participarem de protesto
Tribuna do Norte - Natal RN
28/07/05
Mulheres de militares protestaram ontem à tarde contra a prisão de oito sargentos do Exército que, segundo elas, só teriam dado apoio a uma manifestação pedindo melhores salários. As manifestantes reclamavam, inclusive, que não estavam podendo se comunicar adequadamente com os militares punidos. O protesto realizado às 15h, na avenida Salgado Filho (em frente à sede da 7a Brigada de Infantaria), tornou o tráfego mais lento.
Após cerca de meia hora de manifestação, o coronel José Bernardo Gurgel de Faria, recebeu a imprensa e explicou que os militares estavam realmente sendo punidos por participarem de passeata ocorrida dia 18 passado em Ponta Negra. Segundo ele, quatro militares foram presos e outros quatro estavam proibidos de abandonar suas unidades. A punição, esclareceu o coronel, é prevista pelo Estatuto Militar e foi aplicada terça-feira passada porque aos militares é proibido participar de ato reivindicatório.
No protesto, as mulheres exaltaram que em nenhum momento seus maridos participaram da passeata e que a prisão feria a Constituição. Segundo uma delas, Renata Rezende Naves Oliveira, os militares só acompanharam, sem participar. Nas faixas de protesto, inscrições como: “militares assistem à passeata e acabam presos”; e “militares presos no exercício da cidadania”.
Outra das manifestantes, Marilza da Luz Borges explicou que estava sendo impedida de visitar o marido. “Desde ontem tento falar com ele e não consigo. Essa prisão é totalmente inconstitucional”, disse. Nenhum dos nomes dos militares foi fornecido, por medo de novas punições. O Exército, por intermédio do coronel Gurgel, esclareceu que isso não estava acontecendo e afirmou que as visitas poderiam ser feitas sem problema algum.
Ele também disse que a punição acaba hoje, às 15h; e que nenhum dos militares punidos negou a participação na passeata quando lhes foi dado o direito de defesa. No final da tarde, as mulheres do militares presos conseguiram visitar seus maridos, mas afirmaram ter ainda alguma dificuldade. Elas informaram ainda que um deles teve o celular tomado pelos guardas que o prenderam.