Só em cinqüenta e cinco
Na escola ingressou
De nome Marcílio dias
Até a quinta estudou
Ficou só no primário
Ainda não era operário
De engraxate trabalhou.
Logo no ano seguinte
A família se mandou
Para a capital paulista
No Ipiranga morou
Vivia bem apertada
Num quarto, amontoada,
O melhor que arranjou.
Já nos anos sessenta
Lula arranjo um malho
No armazém Colúmbia
Foi o primeiro trabalho
Com a carteira assinada
Preenchida e registrada
Já não era quebra galho.
Mas ficou pouco tempo
E logo fez um descarte
Pra trabalhar na fábrica
De nome parafuso marte
Uns três anos lá ficou
No senai Lula estudou
Fazendo o curso a parte.
No senai foi aprender
Uma nova profissão
De torneiro mecânica
Procurando solução
Para melhora a vida
E ajudar a mãe querida
Mudando a situação.
Numa nova metalúrgica
De nome independência
Nesse novo emprego
Teve nova consciência
Completou dezoito anos
Agora com novos planos
Para acabar sua carência.
Lula no novo emprego
Perdeu um dedo da mão
Esmagado pela prensa
Dum cara sem atenção
O mínimo da esquerda
Pra ele foi grande perda
Dum cochilo e distração.