VERBAS DOADAS NÃO ALCANÇAM OBJETIVOS
Fernando Zocca
A União Espírita de Piracicaba, firmou contrato, em março de 2005, com a prefeitura do município da mesma cidade, no qual se propõe a manter um programa de orientação de meninos e meninas de rua.
Pelos termos da avença o município doaria a importância de R$ 225 mil por ano, (cerca de R$ 18 mil por mês) ao programa da entidade filantrópica, denominado "Rua Nunca Mais".
Durante os 4 anos do governo do prefeito Barjas Negri (PSDB) a instituição embolsaria R$ 900 mil.
O plano da União Espírita substituiria o projeto Amar da prefeitura municipal de Piracicaba que atendia 40 crianças. Pelas cláusulas do documento, o "Rua Nunca Mais" se obriga a atender 50 jovens e adolescentes entre 9 e 15 anos.
Além dos R$ 225 mil anuais, a prefeitura se obrigaria a pagar as despesas com psicólogos, médicos, assistentes sociais, terapeutas e educadores. A União Espírita só entraria com as instalações.
Um popular opinando sobre o assunto disse que: "Se a prefeitura se encarrega de pagar os salários de toda a equipe e a entidade não faz nada mais do que ceder seu espaço físico, em troca do dinheiro, isso na verdade configura um contrato de aluguel. E bem caro, por sinal."
O dinheiro doado não resolve
O dinheiro doado pela prefeitura do município de Piracicaba não alcança os objetivos nobres de livrar os jovens das más influências das ruas. Houve aumento, do número de adolescentes da cidade, encaminhados a Febem, segundo o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Apenas nesse primeiro semestre, 15% a mais de jovens, comparando com todo o ano passado, foram parar na Febem. Em 2004 foram internados 24. Só nestes primeiros 6 meses de 2005 já somam 20 os encaminhados.
Em entrevista ao Jornal de Piracicaba, a Promotora da Vara da Infância e Juventude da Comarca, Milene Telezzi disse que, para amenizar esse quadro negativo, é necessário um pacto de atuação conjunta entre a Promotoria, o poder Judiciário, o Executivo, a população e a imprensa.
Segundo a doutora Milene, houve "uma piora substancial e aumento indescritível dos atos infracionais violentos praticados nesse ano, frutos do crescimento da desestrutura familiar, da miséria e da falta de educação adequada."
A Promotora cobra programas específicos para atender as famílias, as crianças e os adolescentes.
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