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Artigos-->40 mil é troco (Lulla): O grande espetáculo da farsa -- 03/08/2005 - 11:13 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O GRANDE ESPETÁCULO DA FARSA



MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA (*)



Não há dúvida de que o PT surpreendeu enormemente, sobretudo, em dois aspectos. O primeiro refere-se á diferença entre o discurso e a prática no que tange a macroeconomia. Depois de décadas de oposição ferrenha ao que era considerado como forma monstruosa do capitalismo como o FMI, a Alca, o neoliberalismo, a globalização, além do ódio aos Estados Unidos, ao alcançar a presidência da República o PT se converteu à economia de mercado de forma ortodoxa.



Tal comportamento de antigos adeptos do socialismo trouxe a banqueiros, empresários e investidores um grande alívio, mas desconfianças capitalistas ainda repercutiram em 2003, ano cujo crescimento foi zero. Era a herança maldita do próprio PT.



Em compensação, naquele ano o governo do PT dominou o Congresso que se limitava a votar medidas provisórias enviadas pelo Executivo. Algo semelhante ao procedimento de Hugo Chávez, grande amigo do presidente Luiz Inácio que sempre lhe deu o maior apoio.



Em 2004 o governo petista já havia conquistado a confiança dos mercados para horror de parte dos militantes e parlamentares. A expulsão de dissidentes, arquitetada em moldes stalinistas pelo então todo-poderoso “primeiro-ministro” José Dirceu deu início ao processo de desintegração da sigla, e o nascente PSOL da senadora Heloísa Helena começou a atrair petistas insatisfeitos e desiludidos com o que entediam como farsa.



Quanto à implementação de projetos sociais, o governo do PT foi um zero à esquerda, limitando-se à farsa da propaganda que exaltava programas de cunho assistencialistas, os quais não chegaram a funcionar exceto o que agora é chamado jocosamente de mensalinho. Serve para manter os pobres sempre pobres, acomodados que ficam no paternalismo e no populismo das caridades oficiais.



Em 2004, dizia-se que o PT viera para ficar, que seria imbatível nas eleições municipais. Era a sigla mais rica de todas, a mais poderosa por deter a máquina estatal, a mais organizada com formidável rede de computadores que daria qualquer informação aos candidatos espalhados por todo território nacional. Do alto de seu poder o então também influente presidente da sigla, José Genoino, ordenou que fossem conquistadas 800 prefeituras. O resultado foi pífio: 400 e poucas prefeituras e perda de cidades importantes como as de São Paulo e Porto Alegre.



Havia também abundantes escândalos iniciados com Waldomiro Diniz. Foram todos abafados, como foi silenciado o assassinato de Celso Daniel. Pairando atrás do prefeito petista a sombra de uma máfia enquistada na prefeitura, que achacava empresários do transporte coletivo. Ao se queixar do pagamento de R$ 40.000,00 mensais aos cofres municipais de Santo André, uma empresária deve ter lido nos jornais o comentário do presidente Luiz Inácio: “quarenta mil é troco”. Estranha afirmação do mais importante integrante do partido da ética.



Com a mudança da presidência do STF e a nomeação de novos juizes, o governo ser fortaleceu através do Judiciário. Outro traço chavista. Entretanto, a vitória de Severino Cavalcante para a presidência da Câmara abalou o domínio do Executivo sobre Congresso e esfacelou a base aliada.



Mais terrível, porém, foram as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) com relação ao mensalão e outras maracutaias. Ministros e dirigentes do PT foram atingidos. Caiu primeiro José Dirceu, enquanto Gushiken foi escondido debaixo do tapete. Caiu Genoino por causa de uma cueca cheia de dólares. Caíram outros importantes dirigentes do PT.



No momento a CPI vira suas baterias contra Marcos Valério, instrumento do mensalão. É pedida sua prisão preventiva e o bloqueio de seus bens. Os mandantes de Marcos Valério continuam tão livres, leves e soltos quanto Waldomiro Diniz, quantos os assassinos de Celso Daniel.



De repente, descobre-se um tucano e um membro do PFL supostamente envolvidos em caixa 2, aliás, justificada pelo presidente da República em entrevista concedida em Paris. Alegria no Palácio da Alvorada: vamos investigá-los e fazer com que se esqueça do que nós fizemos.



Na continuidade da farsa, o presidente da República parece ter descido de uma nave espacial. Nada sabe, nada viu, nada ouviu. Ele continua a fazer o que gosta, além de viajar: discursos, agora em tom ainda mais populista. Qual novo Hugo Chávez, Luiz Inácio se volta para as massas proletárias e clama contra as elites que ajudaram a elegê-lo e que o sustentam no poder. Seria esse o comportamento de um empresário responsável ao saber que funcionários de sua empresa estão roubando seus clientes? Sairia esse empresário na rua ou aceitaria participar de encontros sociais?



Justiça, porém, seja feita. O PT como oposição foi fantástico. Como governo é o maior espetáculo da farsa já havido em nossa história, pois tendo gerado o governo mais corrupto de todos os tempos se apresenta como inocente. Muita gente acredita.



(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga e articulista.





Publicado originalmente em www.diegocasagrande.com.br







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