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Artigos-->A corrupção e o ético -- 10/08/2005 - 11:18 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Corrupção e o Ético.



Ternuma Regional Brasília



pelo General-de-Divisão Murillo Tavares da Silva



Quando vamos ao dicionário para ver o significado exato de corrupção, deparamo-nos com expressões como tornar podre, perverter, subornar, peitar, depravar e outras. A cada vez, no-dia-a-dia de nossas vidas, que uma dessas palavras aparece em texto ou em discurso nós não nos sentimos bem, porque elas envolvem uma carga negativa muito grande. Imagino, então, como anda o humor e a auto-avaliação do povo brasileiro ao ver as manchetes de jornais nas bancas (apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, a maioria não tem dinheiro para gastar com os periódicos) e ao assistir aos programas de televisão (menos na Globo e nas emissoras oficiais, é claro) a enxurrada de más notícias. Não é fácil admitir que instituições até então consideradas sérias – e não vou cita-las, para não desgastar mais ainda sua imagem – tenham seus nomes envolvidos em repasses, financiamentos, contratos, licitações e favorecimentos, absolutamente ao arrepio da moralidade e das boas práticas administrativas.



Desde quando o Ministro da Justiça, numa constatação memorável, a que nós, simples mortais, nunca chegaríamos (apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, de melhorar a capacidade de raciocínio do povo), disse que a Polícia Federal agia de forma republicana em uma de suas operações – como se esperássemos que ela atuasse de forma imperial, depois de quase cento e vinte anos do 15 de Novembro de l889 – todos agora usam o termo, ainda que não entendam plenamente o que ele significa. Já vi interrogadores fazendo perguntas republicanas, mas não vi o mesmo cuidado da parte dos que respondem de forma desrespeitosa a homens públicos sobre o que envolve coisas públicas. Apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, para fazer com que os ex-próceres de seu partido falassem a verdade, nada foi conseguido. Alguns habeas corpus republicanos causam, às vezes, uma certa surpresa-cidadã...



Não vale a pena estender considerações sobre tudo o que já foi dito, impresso, divulgado por computadores e comentado nas conversas entre amigos. Interessante, contudo, avaliar como se comporta o presidente da república (apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, não consigo escrever com maiúsculas) no meio da crise. A ele muitos têm atribuído um comportamento autista. Ora, por favor, respeitem os autistas, que não geraram, por vontade própria, uma postura que os distingue dos outros. O presidente sabe o que está fazendo e não se mostra alienado sem querer. Sua fuga da realidade é resultado de sua incapacidade de enfrenta-la, sem se comprometer; tanto quanto suas repetidas ausências do palácio governamental são resultado de sua incapacidade de governar. A partir dessa realidade, ele e alguns acólitos mais fiéis inventaram o palanque, as elites, a infância pobre e outros apelos desesperados a taxistas, metalúrgicos, petroleiros, agricultores e, lógico, a seus companheiros do movimento social mais transgressor das leis do país , o MST. Qual o propósito ? Deixa-los em alerta para que saiam às ruas se, por acaso ou por investigações bem feitas, as bandalheiras começarem a atingi-lo diretamente ? Quem das famigeradas elites o acusou de alguma coisa ? Os dois maiores bancos privados do país, segundo notícias dos últimos dez dias, apresentaram lucros fabulosos, esses sim, nunca vistos em nossa história. Se esses bancos são uma representação mais do que legitima das elites nacionais, é possível admitir-se que elas estão descontentes com o governo ? O que, até agora, o presidente fez pelas categorias que foram alvo de suas despropositadas investidas ? A dirigente do sindicato de taxistas de Brasília disse, em reportagem na Tv, que foi surpreendida quando tomou conhecimento de que ele iria a uma solenidade de sua entidade e deu a entender que não estava sabendo do que se passava. Presidente inspecionar obras de construção de uma pista de pouso, em sua fase inicial, para tomar café da manhã com os laboriosos operários (apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, eles não conseguem ter acesso à previdência que pagam religiosamente) e com o faxineiro que devolveu uma bolsa cheia de dólares, é muita vontade de tapar sol com peneira. O vão-ter-que-me-engolir que ocupou o lugar do fingido paz-e-amor dá bem a medida do destempero dos discursos e do desespero das atitudes do presidente. No que tange à ética de que tanto se orgulha, a ponto de dizer que está para nascer quem lhe possa dar lições da matéria, é importante avivar-lhe a memória, mencionando os nomes de Paulo de Tarso (expulso do PT, com a plena concordância do senhor Lula, por haver relacionado um grande amigo do presidente com casos de corrupção nas prefeituras de Campinas e São José dos Campos; em tempo: durante muitos anos o ético morou em imóvel desse grande amigo empresário, sem pagar aluguel) e de César Benjamim (cientista político, participante de ações terroristas, fundador do PT e coordenador de campanhas do atual presidente em 1989 e em 1994, que acusou arrecadação ilegal de recursos, em entrevista na Band, em 31 de julho de 2005, por esse mesmo senhor Delúbio, na gestão do Fundo de Amparo ao Trabalhador –FAT, em proveito do PT, com conhecimento do senhor Lula ) que se desligou do partido voluntariamente, ao se decepcionar com a bandalheira.



O que deve preocupar os homens de bem de nosso país é o que vai resultar dos muitos processos de investigação, envolvendo o Congresso Nacional, o Ministério Público, a Polícia Federal e até os órgãos de imprensa. A marcha sobre Brasília do MST, com uma respeitável organização, com uma quantidade de meios impressionante e com uma postura agressiva nas invasões temporárias para as paradas de repouso e reestruturação; a tentativa de mobilização dos sindicatos, aí incluída a nomeação de um dirigente da central sindical mais forte para o cargo de Ministro do Trabalho; a curiosa apreensão de sessenta mil uniformes, que teriam sido contrabandeados da China e da qual não se falou mais; tudo isso parece configurar um quadro de formação de milícias populares. Tomara seja apenas uma conjectura, mas diante de tudo que estamos vendo todas as hipóteses devem ser consideradas. Homens muito próximos do senhor Lula já expressaram sua frustração por estarem no governo mas não terem o poder (apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, etc, etc, etc).



Pouco antes de surgirem as primeiras denúncias de todas essas podridões, agora vitaminadas por cafetinas e garotas de programa (apesar de todo o esforço do governo, nunca visto em nossa história, não se consegue dissociar essas duas categorias de coisas espúrias ou pouco recomendáveis), os éticos estavam insistindo na abertura dos arquivos dos militares. Aqui e ali, houve quem solicitasse que um outrora poderoso e humilde primeiro-ministro de fato não fosse o responsável por nomear a comissão encarregada, diante de seu interesse direto. Também foi pedido que tudo fosse aberto e não, apenas, o que interessasse aos éticos. Já não falam mais do assunto. Quem sabe porque seria possível descobrir que os “combatentes pela democracia”, sob inspiração nas normas liberais dos governos de Cuba, União Soviética, Albânia e China Continental, nas suas ações de assalto a bancos, supermercados e residências com cofres, já não estavam treinando para quando se instalassem no governo?



Aí estão fatos. Claro que essa abordagem não-petista vai sofrer seus reparos. Dirão que é facciosa, repetitiva de tudo quanto já disseram, elitista, golpista. Por isso, talvez, é interessante e oportuno transcrever o que disse um senador do PT, no Correio Braziliense, de 28 de julho de 2005. Apreciemos alguns trechos do texto: “ Nas últimas semanas o PT perdeu a honra, mas há meses tinha perdido a causa.” “A honra perdida por causa de financiamentos ilegais de campanha, da promiscuidade entre governo, partido e empresas é da responsabilidade de poucos...” “O PT perdeu a honra agora. Mas a causa está perdida desde o começo do governo Lula.” “Ao longo desses dois anos, mesmo quando a honra do PT estava intacta, o governo perdeu todo o compromisso com a possibilidade de mudar a sociedade brasileira. Nesses 30 meses, nenhuma medida claramente transformadora foi executada”. “ Não se apresentou nenhum programa concreto para uma mudança substancial na concentração de renda, na desigualdade regional, na proteção ambiental, na proteção à infância, na redução da pobreza, no enfrentamento da violência urbana ou rural, na superação da crise habitacional.” “O governo Lula tem se caracterizado pela falta de causas, antes mesmo da falta de honra que tem caracterizado o PT das últimas semanas.” E agora, José? Quando se disser que “nunca em nossa história, o governo fez tanta coisa, em tão pouco tempo”, em quem devemos acreditar? No que proclama a basófia ou no senador aliado e desiludido?



Brasília, 11 de agosto de 2005.

Gen Div Murillo Tavares da Silva





Autorizada a divulgação, reprodução e impressão, desde que conservado o nome do autor.





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