Obs.: Texto abaixo recebido em 16/3/2007 de meu amigo Eloy Franco, dos EUA (F.M.):
Oi Gente,
A excelente Mari Caruso Cunha de Porto Alegre me mandou hoje um PPS "Até Quando?" que repasso anexado e acrescento o que o valente Ronaldo Brito escreveu de Brasília:
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar..."
Martin Niemöller, 1933, pastor protestante símbolo da resistência aos nazistas.
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Parodiando (aqui no Brasil) o pastor protestante Martin Niemöller:
"Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança,
que não era meu filho..."
Claudio Humberto, 09 FEV 2007
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Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso, pois eu não era negro...
Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso, eu também não era operário...
Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando. Mas, já é tarde! Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.
É PRECISO AGIR
Bertold Brecht (1898-1956)
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Mas o primeiro deles, foi Maiakovsky - poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin - que escreveu ainda no início do século XX:
Um passeio com Maiakovsky
Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e,
conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
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Tudo que os outros disseram foi depois de ler Maiakovsky. Incrível é que após mais de cem anos dessa lição, ainda nos encontremos tão desamparados, inermes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil.
Eloy
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