Usina de Letras
Usina de Letras
46 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62193 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50599)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A morte do jornalismo -- 11/08/2005 - 20:40 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma das ferramentas de trabalho utilizadas pela imprensa escrita é aquilo que se chama de release, caracterizado como um texto em formato jornalístico que visa provocar a mídia e os jornalistas a transformar o assunto tratado em matéria a ser publicada. Geralmente são textos tendenciosos, quase publicitários, que, freqüentemente, pretendem passar uma imagem positiva de uma empresa ou personalidade.



Teoricamente, o jornalista interessado deve tomar o release como pauta a ser cumprida, para que as informações sejam levantadas e uma matéria real, jornalística, buscando a imparcialidade, seja escrita. Mas, é muito comum, ao observarmos revistas, por exemplo, matérias em que o contraponto não existe.



O contraponto seria um sinal de que o objetivo do texto é dar ao leitor informações como ferramentas para que, ao formar sua opinião a partir da matéria, possa entender e conhecer os dois lados da moeda. Logo, quando percebemos conteúdos unilaterais nas revistas, podemos suspeitar da legitimidade das informações. Seriam, na verdade, releases publicados.



Empresas que pagam bem seus funcionários, faturam milhões por ano, são pioneiras em sua área, fazem trabalho de responsabilidade social, enfim, são o suprassumo da vanguarda empresarial, jamais são processadas, não têm dividas, não se inspiraram em idéias semelhantes, não sofrem reveses. O mundo a partir desses conteúdos é quase como uma propaganda fantasiosa. E, se é fantasia, não é realidade. Se não é realidade, não é jornalismo. Então o que são matérias como essas?



Fraudes. Essa constatação vai diretamente de encontro aos princípios que regem, ou deveriam reger, a prática do jornalismo responsável. O público, que tem na imprensa sua quase única fonte de informações, passa a ser ludibriado em detrimento de interesses, no mais das vezes, financeiros.



Em tal contexto, o jornalista que quiser impedir essa manipulação da informação e se aprofundar e desvendar a informação verdadeira por trás desse mundo de releases, passa a correr sérios riscos de desemprego compulsório. Isso porque trabalhar é estar no mercado, e estar no mercado é obedecer suas regras e não as do jornalismo.



“Escreve o que lhe mandei! Você é pago para escrever o que queremos!”. Se um editor diz isso a um repórter que quer, basicamente, sustentar-se com seu salário, não restam muitas alternativas. São os princípios do mercado engolindo o jornalismo, a essas alturas, pra lá de secundário.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui